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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

CONFORTO AMBIENTAL



O conforto ambiental tem como objetivo adequar os princípios físicos envolvidos e as necessidades de caráter ambiental - higrotérmicas, visuais, acústicas e da qualidade do ar interno e externo - aos projetos construtivos.

"RECAPITULANDO... No módulo introdutório, apresentei o mundo da Arquitetura de uma forma simples e fundamental. Falei um pouco da Arquitetura como um todo, sua definição e a função de quem trabalha nessa área, apresentei como ocorre a contratação de um arquiteto e um vídeo bastante interessante e sugeri um exercício de modo evolutivo.
Agora, vou enraizar mais o tema de Arquitetura, no módulo intermediário. Bom, espero que sigam desde o começo a minha proposta para Arquitetura”, Alex Silva.

Introdução

O conforto ambiental nas edificações é matéria cada vez mais presente e discutida nos congressos que estudam o ambiente construído e suas relações com o homem, procurando aprimorar a qualidade de vida para as pessoas. O conforto ambiental das edificações pode ser entendido como adequação ao uso do homem, respeitando condições térmicas, de ventilação, de insolação, de acústica e visual, capazes de alterar o desempenho da edificação e seu contexto urbano.

Conforto visual

Os aspectos referentes ao conforto visual são subjetivos, no entanto, destaca-se as paisagens preferidas das pessoas que, geralmente, são espaços que possibilitam uma visão ampla do horizonte, que contempla visuais dinâmicos e naturais. Os ambientes construídos com formas e elementos arquitetônicos diferenciados são sempre bem-vindos e também agradam as pessoas. Por isso, é importante planejar as cidades de forma a permitir mais integração entre os espaços artificiais, construídos, e os ambientes naturais.

Conforto acústico

Observar as condições locais de conforto acústico contribui para confrontar o tipo de atividades potenciais ao empreendimento em relação às atividades permitidas pelo plano diretor da cidade.

O desempenho da edificação sob o aspecto de conforto acústico se faz necessário para promover ao homem o adequado desenvolvimento das suas atividades diárias (descanso, lazer ou trabalho). Além disso, o conforto acústico eficiente nos ambientes pode minimizar a incidência de estresse no homem, pois ambientes mais silenciosos facilitam a concentração.

Para medir o desempenho acústico das edificações é necessário realizar medições em condições complexas, pois tal medição envolve a escala urbana. A localização do empreendimento é fator determinante para que a edificação apresente ou não qualidades acústicas, devido principalmente à intensidade do fluxo de veículos. A poluição sonora é usada como critério de planejamento de uso e ocupação do solo das cidades, conforme o plano diretor urbano. Dessa forma, as atividades propostas no plano diretor seguem critérios para o zoneamento, de acordo com a compatibilidade entre as atividades e as áreas industriais. Excesso de ruído e poluição não é adequado ao uso residencial, por exemplo.

Um exemplo típico de área urbana que tem restrições de ocupação devido a problemas acústicos é o entorno de aeroportos. Essa área é prejudicada pela poluição sonora gerada pela decolagem e pouso de aeronaves, o que não é compatível com atividades que exigem mais concentração como escolas, por exemplo.

Conforto térmico da edificação

Qualquer atividade humana exige gasto de energia. A energia é inesgotável? Durante muito tempo realizamos nossas atividades sem preocupação com os gastos energéticos, entretanto, a partir da década de 1980, a população brasileira vivenciou a experiência da crise energética. As questões relacionadas à escassez de energia ocasionam diferentes problemas de cunho ambiental, social e econômico.

Esses problemas afetam toda a sociedade prejudicando o fluxo de negócios em todas as áreas. Os empreendimentos imobiliários dependem do fornecimento de energia para seu funcionamento, além disso, gastam muita energia para sua produção. Para minimizar os gastos energéticos excedentes em um imóvel é importante planejar estratégias que possibilitem maior eficiência energética à edificação.

Para um desempenho energético adequado, a arquitetura deve respeitar as condições climáticas de cada local, além das demais necessidades dos seus usuários. A forma e a função não são mais os únicos objetivos de uma edificação. Agora a eficiência energética e os requisitos ambientais também devem ser considerados nos empreendimentos que pretendem atingir elevados níveis de satisfação dos seus clientes.

As condições climáticas de cada região fornecem os subsídios para as decisões sobre a forma arquitetônica a ser projetada, os materiais utilizados e a distribuição funcional dos espaços em relação à orientação solar mais favorável para cada ambiente. Quando estamos trabalhando com conceitos da eficiência energética na arquitetura, não significa dizer que o edifício deve ser desprovido de iluminação e condicionamento artificial. As estratégias são utilizadas para minimizar o uso de recursos artificiais, diminuindo gastos com a conta de energia elétrica, tanto nas edificações residenciais, como nas comerciais e industriais.

Eficiência energética

Um edifício é considerado mais eficiente do que outro se esta edificação oferece as mesmas condições ambientais com menor consumo de energia.

Você deve estar se questionando sobre como podemos medir o conforto térmico de uma edificação. O conceito de conforto térmico é o reflexo de satisfação com o ambiente que envolve a pessoa. A sensação de conforto varia conforme o estado das condições climáticas locais, a quantidade de roupa que a pessoa está usando e a atividade que ela está desempenhando.

Dessa forma, desenvolver o produto imobiliário pensando em satisfazer as necessidades de conforto térmico dos clientes da edificação, além de proporcionar sensação de bem-estar entre os usuários do edifício, acaba minimizando os gastos energéticos da edificação, gerando mais satisfação do produto.

Para a edificação consumir menos energia é necessário promover um uso mais racional. Sendo assim, é interessante especificar equipamentos que tenham mais eficiência energética e incentivar o uso racional de energia, evitando desperdícios. Entretanto, algumas das principais soluções para diminuir os gastos energéticos das edificações podem ser empregadas ainda na fase de planejamento do empreendimento imobiliário, por meio da adequação climática da forma, da função e dos materiais utilizados.

Para podermos projetar de forma eficiente é de suma importância conhecer os aspectos relacionados ao clima local e o tipo de uso e ocupação do solo urbano. O clima varia conforme a região em que a cidade se localiza.

Estratégias arquitetônicas para a eficiência energética das edificações

Entender os fatores climáticos locais (orientação solar, umidade do ar, ventos predominantes de cada local) é importante para observar o custo versus os benefícios proporcionados pela utilização de estratégias de projeto que melhoram o conforto térmico do empreendimento. Vale ressaltar que o custo deve ser analisado do ponto de vista do usuário final, pois os benefícios se estendem por toda a vida útil da edificação.

Os fatores dinâmicos do clima afetam o desempenho térmico do edifício. Os ganhos e perdas de calor da edificação também dependem de algumas variáveis arquitetônicas.

Alguns exemplos de influência térmica dos elementos da arquitetura destacam os seguintes fatores:

·      As características dos materiais das fachadas externas (expostas às condições
climáticas);
·      A cor utilizada nas fachadas externas;
·      A orientação solar;
·      A forma e a altura da edificação;
·      A orientação e o tamanho das vedações transparentes;
·      As características do entorno da edificação;
·      A orientação em relação a ventilação;
·      O desempenho das aberturas, quanto às possibilidades de iluminação natural, bem
como suas devidas proteções à insolação inadequada;
·      A localização estratégica dos condicionadores de ar artificiais.

Cada região tem estratégias específicas para as soluções arquitetônicas a serem adotadas nas edificações.

Estratégias para a ventilação

Toda edificação necessita de quantidades adequadas de ventilação. Existem dois tipos de ventilação nas edificações: a higiênica e a térmica. A ventilação higiênica tem caráter permanente, pois é necessária a qualquer hora e em todas as épocas do ano. Já a ventilação térmica é necessária apenas quando o ar interior da edificação está mais quente que o ar exterior. Algumas estratégias para a ventilação:

·      Promover a ventilação cruzada – o ar que entra deve ter alguma saída oposta;
·      As aberturas de entrada de ar devem ser localizadas nas zonas dos ventos
predominantes favoráveis;
·      A ventilação mais adequada é aquela em que o fluxo de ar entra pelos dormitórios e
sai pela parte de serviço;
·      O ar quente tende a subir, por isso a abertura de entrada de ar deve estar situada mais
baixa que a de saída;
·      No inverno é interessante manter uma ventilação higiênica, ou seja, acima do nível
da cabeça do usuário, junto ao forro.

Orientação solar das edificações

A forma da edificação deve respeitar a orientação solar mais favorável ao local. Antes de projetar os espaços do empreendimento, deve-se analisar as condições da orientação solar do terreno, conforme análises qualitativas e quantitativas dos lotes. Dessa forma, deve ser observado qual é a orientação solar de cada face limite do terreno.

Ao distribuir os ambientes no terreno, deve ser analisada a orientação solar mais favorável a cada ambiente. As condições de habitabilidade da edificação dependem da iluminação e ventilação naturais disponíveis em cada ambiente. A adequada orientação solar segue princípios do movimento do sol, observando que o nascer do sol ocorre no leste e o pôr-do-sol acontece na orientação oeste. O horário mais quente do dia é logo após o meio-dia, por isso as fachadas orientadas para o oeste tendem a ser mais quentes do que as fachadas orientadas para o leste, por exemplo.
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Vídeo bastante interessante, mostra o primeiro fórum com conforto ambiental, o Fórum Desembargador Oscar Faria Santos, em Ibiraçu, no Espírito Santo.


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