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domingo, 26 de fevereiro de 2012

ERGONOMIA



A ergonomia aplica teoria, princípios, dados e métodos para projetar a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho geral de um sistema. 



“Bom tarde, leitores. Está é a última postagem do módulo intermediário, sábado irei propor uma série de exercícios a serem feitos até 31/03", Alex Silva.


Cenas da vida diária

Suponha um trabalhador diante de um microcomputador: monitor, teclado, mouse, mesa, assento formam um conjunto nem sempre harmônico. Mas a pessoa se queixa de dores lombares, nas mãos, no pescoço. Alguém sabe explicar o porquê?

Vejamos uma grande confecção onde a produção acontece num galpão de grande porte.
Impera o ruído das máquinas de corte, pesponto, costura, acrescidos do calor resultante da própria edificação e das prensas de acabamento. Os resíduos têxteis formam uma poeira que reduz a iluminação geral obrigando a que cada posto tenha uma iluminação local que aumenta ainda mais a contrante térmica e compromete a qualidade do ar. O ambiente se caracteriza ainda pelo odor de tecidos novos, alguns com muito pouco tempo de saída da tinturaria.

A vida diária pode vir a ser muito injusta com um motorista de caminhão de entregas, muitas vezes ofendido por pessoas que certamente ignoram que para além do acelerar e trocar marchas, frear e estacionar, esta atividade possui dimensões físicas como carga e descarga – dimensões mentais complexas e urgentes como o estabelecimento de itinerários sob pressão do horário de entrega e em face de contingências como engarrafamentos, outros caminhões de entrega e tendo instâncias afetivas importantes, já tudo isso se dá entre “barbeiros, navalhas e mauricinhos”, tendo ao fundo o delicioso concerto urbano de buzinas, comentários sobre a sua masculinidade em tenor, contralto e sopranos, tudo isso traspassado pela “suavidade diáfana” de motores desregulados em funcionamento.

Estes relatos acerca de situações do cotidiano pessoal ou profissional de milhares de pessoas pelo mundo afora, revela que a atividade produtiva de homens e mulheres, jovens e idosos, sãos ou adoentados não é tão simples como possa parecer e que deve ser objeto de algum entendimento, de um estudo mais elaborado. E é isso a que se propõe a Ergonomia: produzir esse entendimento para que as mudanças possam ser feitas, os projetos mais bem elaborados e as decisões tecnológicas melhor assentadas. A saúde das pessoas, a eficiência dos serviços e a segurança das instalações estarão, a partir daí, sendo efetivamente incorporadas à vida das organizações.

Definição

Ergonomia, antes de qualquer coisa, é uma atitude profissional que se agrega à prática de uma profissão definida. Neste sentido é possível falar de um médico ergonomista, de um psicólogo ergonomista, de um designer ergonomista e assim por diante. Esta atitude profissional advém da própria definição estabelecida pela Associação Brasileira de Ergonomia, com base num debate mundial:

“A Ergonomia objetiva modificar os sistemas de trabalho para adequar a atividade nele existentes às características, habilidades e limitações das pessoas com vistas ao seu desempenho eficiente, confortável e seguro”.

Esta definição que coloca finalidades (modificar os sistemas de trabalho), propósitos (adequar a atividade às características, habilidades e limitações das pessoas) e critérios (eficiência, conforto e segurança) necessita ser complementada por uma outra, que estabeleça qual a tecnologia a que a Ergonomia está referida ou que possua um referente de suas finalidades, propósitos e critérios. Esta tecnologia é a tecnologia de realização de interfaces entre as pessoas e os sistemas, melhor dizendo, estabelecendo uma relação de adequação entre os aspectos humanos presentes na atividade de trabalho e os demais componentes dos sistemas de produção: tecnologia física, meio-ambiente, softwares, conteúdo do trabalho e organização. Qualquer forma de interação entre o componente humano e os demais componentes do sistema de trabalho constituir-se-á em uma interface, sem que tenhamos necessariamente uma boa interface. As boas interfaces (adequadas) atenderão de forma conjunta, integrada e coerente os critérios de conforto, eficiência e segurança.

Em sua atividade de trabalho o ser humano interage com os diversos componentes do sistema de trabalho: com os equipamentos, instrumentos e mobiliários, formando interfaces sensoriais, energéticas e posturais, com a organização e o ambiente formando interfaces ambientais, cognitivas e organizacionais. O ser humano, com seu organismo, sua mente e sua psique realiza essas interações de forma sistêmica, cabendo à Ergonomia modelar essas interações e buscar formas de adequação para o desempenho confortável, eficiente e seguro face às capacidades, limitações e demais características da pessoa em atividade.

Uma disciplina útil, prática e aplicada

A atitude profissional que caracteriza o ergonomista tem ao mesmo tempo uma dimensão científica que traz fundamento às aplicações de uma dimensão prática que torna essa aplicação viável no mundo da produção. A combinação das dimensões científicas e práticas da Ergonomia revela sua utilidade como uma disciplina que nasceu e se estabelece voltada para resolver problemas, essencialmente. A ergonomia está, pois, exposta a dois tipos não coerentes de avaliação: avaliação sob critérios científicos acerca de suas modelagens e formulações de problemas do trabalho e avaliação sob critérios econômico-sociais do valor de suas propostas de soluções.

A superação desse duplo registro, deste paradoxo aparente está numa compreensão da Ergonomia como disciplina útil, prática e aplicada:

·      Como disciplina útil, através de seus procedimentos de modelagem da realidade do
uso e a incorporação de conhecimentos para a melhoria das interfaces entre os componentes humanos e os demais constituintes do sistema de produção, a Ergonomia tem tido bastante sucesso em tratar de problemas onde outras abordagens têm deixado a desejar;

·      Como disciplina científica a Ergonomia através do estudo das capacidades e
limitações e demais características humanas necessárias para o projeto de boas interfaces, assim como busca modelar a atividade de trabalho para garantir a qualidade operacional deste projeto.  Para tanto ela situa num cruzamento interdisciplinar entre várias disciplinas como Fisiologia, a Psicologia, a Sociologia, a Linguística e práticas profissionais como a Medicina do Trabalho, o Design, a Sociotécnica e as Tecnologias de Estratégia e Organização. Toda esta interdisciplinaridade se centra no conceito de atividade de trabalho, o verdadeiro objeto da Ergonomia;

·      Como disciplina prática a ergonomia busca encaminhar soluções adequadas aos
usuários, operadores e à realidade das empresas e organizações onde as intervenções ergonômicas têm lugar;

·      Como disciplina aplicada ela traz os resultados dos tratamentos científicos de
modelagem da realidade e de levantamento do estado da arte de problema ao desenvolvimento de tecnologia de interfaces para a concepção, análise, testagem, normatização e controle dos sistemas de trabalho. São assuntos aplicados de Ergonomia, portanto a concepção de sistemas de trabalho sob o ponto de vista da atividade das pessoas que nele se integram, de produtos sob o ponto de vista de uso e manuseio pelos adquirentes, de sistemas informatizados sob a ótica da usabilidade (interatividade facilitada, amigabilidade, customização etc.) de estruturas organizacionais do ponto de vista dos que nela trabalham e assim por diante.

A ergonomia como interdisciplinaridade interage com várias disciplinas no campo das ciências da vida, técnicas, humanas e sociais. Seus conteúdos se orientam para o design, arquitetura e engenharia, cuja inserção nesses quadrantes é basicamente a mesma.

Problemas retrospectivos, prospectivos e emergentes

Como uma disciplina concomitantemente útil, prática e aplicada, a ergonomia é indicada para tratar de problemas nos sistemas de produção. Empresas e organismos diversos têm podido empregar, com muitas vantagens, os serviços dos ergonomistas para intervir sobre estes diversos tipos de problemas com que a produção se defronta.

Esses problemas podem ser referentes ao histórico da empresa (retrospectivos), à disposição para mudanças (prospectivos) ou mesmo urgentes e/ou desconhecidos ate então (caso das emergências).

A compreensão do que está acontecendo e que requer uma intervenção ergonômica – ou seja, a construção de um diagnóstico ergonômico de um sistema de trabalho – vai requerer o levantamento de problemas retrospectivos como:

·      custo de doenças ligadas ao trabalho;
·      inadequação dos postos de trabalho ou dos ambientes;
·      qualidade insatisfatória dos produtos  e dos processos de produção;
·      ineficiências dos métodos de produção, de formação, de inspeção;
·      defeitos dos produtos, com consequente perdas de mercado e aumento do nível de
reclamações dos clientes;
·      funcionamento inadequado de equipamentos e softwares.

De posse de um diagnóstico ergonômico é preciso agir para adequar as diferentes interfaces. A ação ergonômica, a partir dos elementos que o diagnóstico ergonômico lhe fornece, lida com problemas prospectivos como:

·      a concepção de novos produtos, de sistemas de produção, de novas instalações;
·      as inovações nos equipamentos: mobiliário, maquinário, instrumentos e acessórios;
·      a construção da formação de novos empregados na implantação de novas tecnologias
e/ou novos sistemas organizacionais.

Porém em certas passagens é necessário que o sistema de trabalho responda a situações inusitadas e tenha a capacidade de absorver fatos novos. Assim sendo a ação ergonômica é indicada para tratar de alguns problemas emergentes, sobretudo para gerar cenários de simulação de situações novas e estruturar o treinamento necessário e dali advindo.

A explosão da demanda de ergonomia

Constatamos que, em todo o mundo, a ergonomia tem sido objeto de uma explosão de demanda, com um número crescente de empresas solicitando consultorias e criando cargos para ergonomistas em seus organogramas. Se nos limitarmos ao Brasil, a demanda já ultrapassa bastante a capacidade de formação e treinamento hoje disponível no mercado.

Cada um de nós “opera” diariamente alguns tipos de sistema tais como: automóveis, computadores, televisão aberta ou a cabo, telefones convencionais ou celulares. Neste sentido, é extremamente delicado considerar os aspectos humanos destas interfaces como solucionáveis pelo emprego de constatações de senso comum.

Muitos responsáveis de empresas têm demandado a Ergonomia simplesmente por se tratar da coisa certa a se fazer, até porque essas pessoas devem pensar naquilo que seja o mais adequado para realizar os objetivos estratégicos de suas organizações.

Finalmente, embora haja muito pouca documentação a esse respeito, até por uma falha de formação e de sistemática de trabalho dos ergonomistas, em alguns casos tem sido possível realizar uma avaliação do resultado das ações ergonômicas em termos de custo-benefício. E essas avaliações têm sido muito positivas.
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Assista a esse vídeo bastante interessante feito pela Catho Online sobre a ergonomia e seus benefícios, melhorando a eficiência, segurança e saúde do colaborador.


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

FRACIONAMENTO DAS TERRAS AGRÍCOLAS



O fracionamento de terras é o processo de divisão dessas terras em lotes

Introdução

Este artigo faz uma abordagem dos efeitos do excessivo fracionamento das terras que conformam as unidades de produção agrícolas sobre a sustentabilidade dos sistemas de produção praticados pelos agricultores. O parcelismo é um fenômeno que se origina principalmente da constituição de unidades de produção com formatos territoriais inadequados, ou seja, com um formato muito estreito e demasiadamente longo, e da fragmentação de seu território, ou seja, a conformação de unidades de produção com parcelas isoladas. Trata-se de um processo típico de regiões de agricultura familiar e seus efeitos podem ser de ordem econômica, social e ambiental.

Apresentação do problema

No contexto atual, a sociedade requer cada vez mais que o processo produtivo agrícola seja sustentável, garanta a oferta alimentar no presente e preserve os recursos naturais para as gerações futuras. A noção de sustentabilidade postula que a construção do conhecimento tecnológico se dê através de situações específicas da realidade, como forma de produzir “respostas” adequadas às condições singulares.

Assim, em nível dos sistemas de produção, torna-se fundamental que as propostas de desenvolvimento considerem as reais condições das unidades de produção, isto é: os meios de produção disponíveis, como terra, mão de obra, máquinas e equipamentos; as condições agroecológicas do meio; e a racionalidade econômica da unidade de produção (os objetivos do agricultor e sua família).

Em relação ao fator terra (meio de produção) as discussões em âmbito nacional têm enfatizado a quantidade e a qualidade das terras que as unidades de produção dispõem para o processo produtivo. A influência do formato dessas terras (a forma geométrica das terras) sobre os resultados dos sistemas de produção tem sido praticamente negligenciada nas discussões e propostas que visam promover o desenvolvimento sustentável.

Uma unidade de produção agrícola é geralmente pluri-parcelária, agrupa parcelas (glebas) de tamanhos e formatos diferentes e, por vezes, isoladas uma das outras. O excesso do fracionamento do espaço agrícola em parcelas (o parcelismo) é um processo característico de regiões com larga tradição em agricultura familiar e com unidades de produção relativamente pequenas. É um fenômeno que se origina principalmente de duas situações: da constituição de unidades de produção com formatos territoriais inadequados, ou seja, com um formato muito estreito e demasiadamente longo e da fragmentação do território, ou seja, a conformação de parcelas isoladas.

As unidades de produção com a forma das terras demasiadamente longas e estreitas ocorrem com frequência em regiões onde o processo de ocupação do solo ocorreu mediante a divisão dos lotes de forma retangular. No caso brasileiro este processo se verifica nas regiões de colonização europeia, conformadas por pequenas unidades familiares. O fracionamento desses lotes é decorrente, na maioria dos casos, do processo de sucessão ou de venda de parte das terras, que acaba resultando em uma divisão das terras em lotes estreitos e demasiadamente longos. A opção por este formato de lote está associada à localização dos rios e riachos e das estradas que permitem o acesso aos lotes (a "testada"). O fracionamento em lotes menores que o módulo rural é legalmente contornado mediante o artifício do condomínio rural.

Já a fragmentação das parcelas, definida pelo Banco Mundial como sendo o processo de dispersão geográfica das terras das propriedades, é resultado da pressão demográfica que força os agricultores a buscarem terras adicionais mais longe de suas instalações, através de compra ou arrendamento.

Embora sejam dois fenômenos distintos, pois o desenho de um formato inadequado da unidade de produção não a torna necessariamente mais fragmentada, são originários do mesmo fenômeno que torna as unidades menores: a pressão demográfica.

A definição da unidade econômica básica na agricultura

·      A confusão entre os termos e conceitos existentes

A confusão existente entre sociólogos e economistas em torno dos conceitos que definem a célula econômica básica na agricultura, resulta em mal-entendidos sobre a situação da agricultura. Confusão, que para os autores, não é só acadêmica, pois estes conceitos são objetos de inúmeras medidas de políticas agrícolas. A escolha de um conjunto de conceitos e dos dados que descrevem uma população jamais é neutra; ela coloca em evidência relações entre a importância numérica de diversos grupos sociais e sua importância política. Assim, por exemplo, é frequente, nos discursos e argumentos de certos segmentos sociais, o apoio em dados estatísticos na defesa das políticas para o meio rural perante o conjunto da sociedade.

Neste sentido, discutir o conceito de célula básica na agricultura é colocar em questionamento a maneira pela qual são selecionados os beneficiários de certas medidas.

·      A construção do conceito de unidade de produção agrícola (UPA)

A nota explicativa aos recenseadores indicava que a UPA é um fato econômico e técnico, entendida pelas terras e instalações que uma pessoa ou um grupo de pessoas dispõem para produzir, seja como proprietário ou não. Em outros termos, seria uma produção animal e/ou vegetal submetida a uma gestão única do produtor.

O espaço agrícola é composto por parcelas, que aparecem como unidades técnicas (o inventário de cada parcela constitui o Cadastro). A reunião de várias parcelas em uma mesma unidade conforma uma unidade de produção. Assim, a unidade de produção agrícola é a submissão das parcelas a um mesmo poder de decisão exercido por uma ou várias pessoas. Representa, então, uma unidade econômica geralmente composta de várias parcelas.

Embora existam variações de um país para outro, principalmente no que se refere a dimensão mínima da unidade de produção agrícola, em geral os países europeus compartilham da mesma concepção em relação à  unidade de produção. Como expressa a definição utilizada pelo aparelho estatístico da CEE qual seja, uma unidade técnico-econômica, caracterizada pela utilização em comum da mão-de-obra e dos meios de produção, submetida a uma gestão única e produzindo produtos agrícolas.

Assim, a separação entre a propriedade da UPA é claramente estabelecida: a UPA é definida em função de se colocar em prática os meios de produção e não em razão da propriedade dos meios de produção. Este movimento de separação entre a unidade de produção e a propriedade não constitui um abordagem isolada da estatística agrícola europeia, mas se inscreve numa evolução conjunta com os aspectos legais.

A partir da metade dos anos 90 constata-se de maneira geral a amplitude das transformações que se efetuam na agricultura e no mundo rural. É inegável que uma fração importante do orçamento familiar de muitas das tradicionais unidades de produção se vinculam a formas novas, como é caso da agricultura em tempo parcial, do turismo, etc. Paralelamente, as políticas agrícolas também se transformaram, a atividade agrícola não parece mais como a política exclusiva para o meio rural.

Atualmente, na Europa, as políticas conferem a atividade agrícola um conjunto de objetivos para além de sua tradicional função produtiva, como a função ambiental e social, ou seja, na gestão dos recursos naturais e na contribuição positiva da coesão intra e inter-regional.

Os determinantes dos rendimentos da unidade de produção agrícola

Tradicionalmente, tem se associado o porte da unidade de produção com a sua superfície territorial. Poderiam ser utilizados outros critérios para avaliar a dimensão de uma unidade de produção, como o volume de produção, o volume de trabalho que ela absorve ou ainda a quantidade de capital utilizado. Habitualmente, o tamanho da UPA é identificado pela superfície utilizada, o que se explica pelo fato da superfície ser um elemento relativamente estável, diferentemente do volume de produção, que pode variar de ano a ano.

Entretanto, em determinadas atividades, como no caso dos hortifrutigranjeiros, fica difícil a comparação com outras unidades se a referência for a superfície de área. Não se pode também confundir a superfície que a unidade dispõe com a sua Superfície de Área Útil (SAU). Esta distinção pode ser fundamental quando se trata do porte da
UPA.

Dois conceitos são fundamentais nas discussões sobre o porte da unidade de produção: o conceito do tamanho ótimo da unidade e do tamanho viável. Esta discussão nos remete à crença segundo a qual a agricultura familiar, por ser em geral de pequenas dimensões, não permitiria, em consequência, obter rendimentos comparáveis a outros setores da atividade econômica.

O tamanho ótimo da unidade de produção pode ser interpretado por um viés técnico ou por um viés econômico. Do ponto de vista técnico, a unidade ótima será aquela que obtiver os maiores rendimentos físicos por unidade de área. Do ponto de vista econômico, o ótimo será o maior rendimento líquido por unidade de superfície. Os dois ótimos necessariamente não coincidem, pois os elementos dos custos de produção podem ser negligenciados pelo viés técnico.

Quais são os fatores que poderiam nos levar a pensar, sob a perspectiva do tamanho ótimo, que as unidades maiores teriam vantagens se comparadas às menores? Tem se evocado três argumentos na defesa de unidades maiores.

O primeiro se apoia nas vantagens daquilo que se chama de economia de escala. Considera que o volume e os fatores de produção utilizados não são independentes da escala na qual se efetua a produção. Na economia como um todo, tem se considerado, a partir dos resultados técnicos, que a produção em grande escala tem sido mais eficaz. Entretanto, não se tem nenhuma comprovação científica de que na agricultura isso também seja verdadeiro, ao contrário, os estudos realizados são céticos em relação a essa questão.

O segundo argumento utilizado para defender a superioridade de unidades maiores está relacionado à indivisibilidade de certos fatores de produção. A história da agricultura revela que o tamanho da unidade de produção é revestido de uma dimensão histórica, corresponde a um determinado estado de evolução da técnica. Nesta perspectiva, o tamanho ideal da unidade de produção com tração animal seria um, e ao evoluir para a motorização poderia ocorrer uma decalagem entre o tamanho da unidade em relação a certos recursos produtivos. O exemplo citado são as máquinas agrícolas. Por ser considerado um fator indivisível, não se poderia utilizar, por exemplo, 1/3 do trator. Ocorreria, para a plena utilização, uma disparidade entre os recursos produtivos em um grande número de UPAs. Entretanto, a experiência tem demonstrado que em várias regiões agrícolas é possível que certos recursos se adaptem ao tamanho da unidade. No caso do trator, além da possibilidade de sua miniaturização, é também possível utilizar uma fração do maquinário através da associação entre agricultores ou mesmo através do aluguel de vizinhos. Assim, o argumento da indivisibilidade dos fatores de produção tem certamente uma aporte muito reduzido na agricultura se comparado com outros setores da economia.

O terceiro argumento é de ordem econômica, as unidades pequenas não permitiriam a seus titulares a obtenção de rendimentos compatíveis aos rendimentos de outros setores. Assim, o aumento do tamanho médio da superfície de área das unidades tem atenuado a disparidade em relação a outros setores. Mas neste aspecto, surge a ideia do tamanho de área viável, a superfície que permite a seus titulares obter o rendimento mínimo necessário à reprodução do agricultor e de sua família ao longo do tempo, comparável aos rendimentos pagos por outros setores. Se o ponto de partida é simples (um rendimento mínimo), o ponto de chegada, isto é, a definição do tamanho viável, é extremamente complexa, porque o caráter de viabilidade, segundo o tamanho da superfície de uma unidade, depende de inúmeros fatores. Dependerá por exemplo, das características dos fatores de produção (como a qualidade da terra), da natureza e do grau de intensificação da produção, do nível de eficácia técnica e gerencial da produção, da importância das despesas com a obtenção dos meios de produção, etc.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

ANÁLISE ESTRUTURAL



Para a análise estrutural, considera-se cargas constantes no tempo, ou dinâmica, levando em conta as variações das cargas e os modos de vibração da estrutura.

Parâmetros que influenciam a concepção de sistemas estruturais

A estrutura é conjunto formado pelas partes resistentes que garantem a estabilidade de um objeto de projeto, por exemplo, uma edificação. Quando se projeta uma estrutura, a análise do comportamento estrutural exige que sejam feitas algumas simplificações que conduzem a modelos estruturais. Para que se defina o sistema estrutural mais adequado, para uma determinada situação de projeto, devem ser considerados vários fatores. Os principais são:

·      Projeto arquitetônico

®  Aspectos funcionais (dimensão do espaço interno, iluminação, limitações do espaço
exterior, etc.);

®  Aspectos estéticos (sistemas diferentes geram formas diferentes).

·      Carregamento atuante

®  Permanente;

®  Variável acidental ou efeito do vento.

·      Condições de fabricação, transporte e montagem da estrutura (vias de acesso,
içamento);

·      Material estrutural a ser utilizado (cada material possui características mecânicas
peculiares): o material deve estar adequado aos tipos de esforços solicitantes pelas estruturas. 

Para identificação do sistema estrutural mais adequado deve-se:

1.    Identificar as possíveis opções;
2.    Analisar e comparar as vantagens e inconvenientes de cada um.

Classificação das peças estruturais quanto à geometria

Os sistemas estruturais são modelos de comportamento idealizados para representação e análise de uma estrutura tridimensional. Estes modelos obedecem a uma convenção. Esta convenção pode ser feita em função da geometria das peças estruturais que compõem o conjunto denominado sistema estrutural.

Quanto à geometria, um corpo pode ser identificado por três dimensões principais que definem seu volume. Conforme as relações entre estas dimensões, surgem quatro tipos de peças estruturais:

·      Barra – duas dimensões da mesma ordem de grandeza e uma terceira maior que as
outras duas;

·      Barra de elementos delgados – as três dimensões principais são de diferentes ordens
de grandeza. É o caso dos perfis metálicos, onde a espessura é muito menor que as dimensões da seção transversal, que é menor que o comprimento da peça. As barras de elementos delgados são tratadas, sob o ponto de vista estrutural, da mesma forma que as barras, exceção feita à solicitação por torção;

·      Folhas ou lâminas – duas dimensões de mesma ordem de grandeza, maiores que a
terceira dimensão. Subdividem-se em:

®  Placas – carregamento perpendicular ao plano médio;
®  Chapas – carregamento contido no plano médio;
®  Cascas – superfície média curva;
®  Bloco – as três dimensões são da mesma ordem de grandeza.

Vínculos

Vínculos são elementos que impedem o deslocamento de pontos das peças, introduzindo esforços nesses pontos correspondentes aos deslocamentos impedidos. Os deslocamentos podem ser de translação ou de rotação.

Vínculos no plano

No plano, um corpo rígido qualquer tem três graus de liberdade de movimento: deslocamento em duas direções e rotação.

·      Apoio simples ou de primeiro gênero – reação na direção do movimento impedido.  
Exemplo de movimento: rolete do skate;

·      Articulação, rótula ou apoio do segundo gênero – exemplo de movimento: dobradiça;

·      Engaste ou apoio de terceiro gênero – exemplo de movimento: poste enterrado no
solo.

Exemplos de vínculos

®  Apoio rotulado em viga de ponte;

®  Apoio com material de baixo coeficiente de atrito, funcionando como roletes;

®  Rolete nos apoios de vigas de concreto protendido de uma ponte rodoviária;

®  Ligação de canto rígida de um pórtico de aço. Observam-se as chapas formando uma
ligação rígida com os pilares;

®  A inclinação da rótula de apoio entre as duas vigas indica a expansão térmica do
tabuleiro da ponte. Os enrijecedores verticais na região de apoio previnem a flambagem local causadas pelas altas reações de apoio.

Estaticidade e Estabilidade

Isostática é quando a estrutura é restringida e o número de incógnitas é igual ao número de equações de equilíbrio. Hiperestática é quando a estrutura é restringida e o número de incógnitas é maior que o número de equações de equilíbrio. Hipostática é quando a estrutura não é restringida ou o número de incógnitas é menor que o número de equações de equilíbrio.

Uma estrutura está restringida quando possui vínculos para restringir todos os movimentos possíveis da estrutura (translação e rotação) como um corpo rígido.

·      Número de incógnitas

®  Externas – reações de apoio ou vinculares;

®  Internas – esforços internos necessários ao traçado dos diagramas (conhecidas as
reações de apoio) – estruturas fechadas.

·      Número de equações de equilíbrio

®  Externo – equações de equilíbrio estático para a estrutura como um todo (seis no
espaço e três no plano);

®  Interno – equações de equilíbrio estático para parte da estrutura conhecido um ou
mais esforços internos (ex.: rótula).Para a análise estrutural, considera-se cargas constantes no tempo, ou dinâmica, levando em conta as variações das cargas e os modos de vibração da estrutura.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

EQUIPAMENTOS HIDROSSANITÁRIOS



Nós, como bons profissionais, devemos ter conhecimento dos equipamentos e do sistema hidrossanitário fazendo bom uso dos mesmos e contribuindo para a qualidade do ambiente.

Tubos hidráulicos

Graças à tecnologia, existe no mercado uma vasta opção de tubos para o transporte de água fria, de água quente e de esgoto. Para a escolha, deve-se optar pelo material que alie características como longa vida útil (durabilidade), redução de procedimentos de manutenção e resistência à pressão de serviço. Para água quente, deve ser escolhido um material que suporte temperaturas elevadas.

Existem vários tipos de tubos no mercado. Os tubos de PVC (policloreto de vinila) são encontrados em duas linhas distintas: linha hidráulica – para conduzir água fria; e a linha sanitária – para sistemas de esgoto, ventilação e captação de água pluvial. São os mais empregados nos sistemas hidrossanitários devido à facilidade de instalação, leveza, boa resistência à pressão, durabilidade quase ilimitada, menor perda de carga (bom desempenho) e baixo custo.

Os tubos de PVC da linha hidráulica podem ser do tipo junta roscada, que permite a montagem e a desmontagem das ligações sem danificar os tubos ou conexões; ou do tipo junta soldada, que não permite o reaproveitamento das conexões já utilizadas, porém apresenta maior facilidade de execução, proporcionando maior rapidez nos serviços de instalação; além disso, dispensa qualquer ferramenta especial, como tarraxa e transforma a junta em ponto de maior resistência. Os tubos de PVC da linha sanitária permitem outras alternativas no sistema de acoplamento (encaixe), como: junta elástica com anel de borracha ou junta soldada.

Os tubos de CPVC (policloreto de vinila clorado) possuem as mesmas propriedades dos tubos de PVC, mas são próprios para condução de água quente. O CPVC é um plástico que permite a passagem de água quente a uma temperatura máxima de 80º C. A instalação da tubulação dispensa isolamento térmico na maioria dos casos, mas se for deixada aparente é recomendável a proteção. A junção dos tubos é feita com soldagem química a frio, e as conexões de transição possuem roscas macho-e-fêmea com vedação da passagem de água.

Os tubos de cobre são utilizados para a condução de água fria ou quente e de gás. Uma importante característica do cobre é sua resistência a elevadas temperaturas, sem sofrer rompimento ou deformações. Existem também os tubos de cobre flexíveis que agilizam a montagem e dispensam as conexões para execução das instalações hidráulicas. Para evitar perdas excessivas de calor, no caso do uso para água quente, as tubulações podem ser revestidas com polietileno expandido. O cobre é bactericida, fungicida e algicida, ou seja, inibe o crescimento de bactérias, fungos e algas no interior das tubulações.

Os tubos de ferro fundido são indicados para instalações prediais de esgoto sanitário e águas pluviais. Apresentam alta resistência mecânica e segurança contra incêndio. Os tubos podem ser revestidos internamente com epóxi bi-componente que permite a resistência à corrosão e a temperaturas elevadas, e externamente são revestidos de pintura anticorrosiva. A montagem é mecânica e dispensa a utilização de cola e lubrificante.

As tubulações em aço galvanizado geralmente são utilizadas para condução de gás e água de combate a incêndio, no abastecimento de hidrantes e sprinklers (sistema de “chuveiros” automáticos de combate a incêndio). O material possui boa resistência mecânica e à pressão, mas não deve ser utilizado embutido (interno) em alvenarias.
Existem ainda os tubos hidráulicos flexíveis, em polietileno reticulado, conhecido como PEX. Os tubos PEX são utilizados para condução de água fria e quente, são mais práticos e utilizam menor número de conexões e emendas, entretanto, são mais caros do que os tubos de PVC.

Louças e metais

A linha hidrossanitária é muito ampla, engloba desde as louças e metais para banheiro até os registros e válvulas de descarga. Temos no mercado uma linha completa de produtos hidrossanitários, com diferentes cores e design. Os fabricantes estão sempre investindo em tecnologia e desenvolvendo produtos e dispositivos que atendam às necessidades do mercado. Atualmente, uma grande parte dos lançamentos é de produtos economizadores de água, todos voltados especificamente para o uso racional. Nos prédios escolares, a questão da economia e desperdício passa também pela qualidade do material, mas deve ser objeto de uma educação sistemática e constante.

·      Vaso sanitário

O sistema de descarga é composto pela bacia sanitária (vaso sanitário) e pelo aparelho hidráulico de descarga, que é utilizado para liberação da água para a limpeza dos dejetos na bacia. Pode ser uma válvula de descarga, caixa acoplada ou caixa suspensa.

A bacia com válvula de descarga apresenta como principal característica a obtenção da vazão instantânea necessária para a limpeza da bacia sanitária, sendo que o tempo de uso é determinado pelo período que o usuário aciona a válvula. Além de sua  instalação ocupar menos espaço interno, uma vez que a bacia chega a ser de 10 a 15 cm menor do que uma bacia com caixa acoplada, ela é mais indicada para uso público devido a sua inviolabilidade e maior vida útil dos seus componentes.

A bacia com caixa acoplada ou com caixa suspensa apresenta como principal característica a simplicidade de instalação e a utilização de tubos de diâmetros menores, sendo que o tempo de uso é dado pelo preenchimento da caixa acoplada, dependendo diretamente da pressão de instalação, pois quanto menor a pressão, maior será o tempo de enchimento da caixa. Pode ser encontrada também a caixa acoplada com dois tipos de acionamento: um para líquidos e outro, com maior volume de água, para sólidos.

A escolha entre os três sistemas depende da preferência do usuário, uma vez que os sistemas se equivalem no que se refere a custo, conforto, qualidade e consumo de água.
As bacias sanitárias e as válvulas de descarga são por excelência os focos de projetos de racionalização de consumo. O dispositivo de descarga deve liberar a quantidade de água necessária para que a bacia sanitária faça o arraste dos dejetos pela tubulação.

As bacias convencionais faziam o arraste com, no mínimo, 9 litros de água, podendo chegar a mais de 12 litros por descarga.

Desde janeiro de 2003, um convênio firmado entre as empresas fabricantes do setor e o  Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP) determinou que as bacias sanitárias nacionais devem ser projetadas para consumir no máximo 6 litros, independente do sistema de descarga adotado e que devem manter uma eficiente capacidade de sifonagem da peça.

O segmento hidráulico tem apresentado maior diversificação em termos de materiais e componentes para suprir a sofisticação dos sistemas. Muita novidade já esta disponível no mercado. O setor que mais tem simbolizado esse processo é o de automação, praticamente inexistente até os anos 80.

Temos no mercado nacional torneiras de fechamento automático (com funcionamento similar ao de uma válvula de descarga) que permitem uma redução de até 55% no consumo de água em relação às convencionais; torneiras eletrônicas de abertura e fechamento automático por sensor (que libera a água ao detectar a aproximação das mãos), que permitem uma redução no consumo de água de até 70% em relação à torneira convencional; termostatos (permite manter a temperatura da água constante, independentemente de alterações na vazão); e dispositivos arejadores (limita a vazão de água) para torneiras.

Há também as torneiras antivandalismo, que interrompem o jato de água em até 60 segundos após o acionamento, modelos com acionamento por pedal e mictórios com sensores. O principal meio de atuação desses produtos economizadores de água presentes no mercado é contornar os hábitos antigos e errados do consumidor. Em geral, esses produtos obrigam o usuário a usar apenas a quantidade mínima de água. Assim, torneiras e descargas só despejam água enquanto precisar para exercer sua função.

Em outros componentes, como chuveiros e ralos, a saída é controlar a vazão. Os chuveiros dos banheiros também podem ter a vazão controlada. Existem restritores de vazão específicos para duchas que reduzem o consumo de 20 a 25 litros por minuto para 14 litros por minuto e espalham mais o jato.

Geralmente o retorno financeiro com a substituição de componentes das instalações hidráulicas prediais é rápido, e a tendência é que esses dispositivos se tornem cada vez mais acessíveis.

Aquecedor de água (chuveiro)

Podemos encontrar no mercado diversos tipos de aquecedores: os elétricos, a gás e os de energia solar. A opção pelo modelo mais apropriado depende de diversos fatores, a começar pela localização e o clima onde está inserida a edificação. Em geral, em regiões onde a temperatura é mais alta o uso de aquecedores é um pouco menor.

Os modelos elétricos são os mais populares e atingem grande parte das edificações no país. O chuveiro elétrico é eficiente e prático, sendo um dos eletrodomésticos com maior presença na sociedade brasileira.

Os aquecedores a gás podem ser de dois tipos: de passagem, onde a água é aquecida gradualmente à medida que passa por uma serpentina ao redor de uma câmara de combustão; ou de acumulação. O sistema de passagem não possui reservatório para a água quente, ela vai direto para o ponto de consumo, enquanto o de acumulação armazena a água aquecida em boilers (reservatórios) instalados no forro da edificação.

O aquecedor solar capta a radiação do sol durante o dia por meio de placas, aquece a água e a deixa retida em um reservatório (com isolação térmica) para o uso posterior. Para garantir o fornecimento de água quente quando se tem esse sistema é indicado o uso de algum outro método auxiliar como o aquecimento elétrico ou a gás, cuja função é complementar a temperatura necessária nos dias em que a radiação solar seja insuficiente para um aquecimento pleno – o que ocorre, por exemplo, em dias muito chuvosos ou intensamente frios.

Bebedouro (água gelada)

O emprego das instalações de água gelada, usada nos bebedouros, é recomendável em escolas em função da facilidade e do conforto, dispensando o uso da geladeira pelos alunos. Para uso humano, a temperatura ideal da água para se beber é de aproximadamente 9º C, havendo, entretanto, necessidade de resfriamento dependendo da temperatura ambiente local.

Normalmente a água é refrigerada no próprio ponto de consumo, como nos tradicionais bebedouros elétricos. Estes são colocados em pontos convenientes de circulação pessoal, de fácil manutenção e, sobretudo, em pontos que permitam o abastecimento de água potável e a retirada de águas servidas (esgoto). A filtragem da água é feita no próprio bebedouro e a vela deverá ser limpa periodicamente, segundo as especificações dos fabricantes.

Reservatório de água

A água da qual você se serve geralmente é acumulada em um reservatório, também denominado de caixa d’água. O reservatório é o recipiente utilizado para o armazenamento de água, que desce, por gravidade, até os pontos de consumo (torneira, vaso sanitário, bebedouro, chuveiro, etc.). O reservatório pode ser construído em torre elevada, apoiado na laje de cobertura da edificação ou ser enterrado. Ele é composto por boia com registro (torneira que controla a entrada de água), uma saída para limpeza e um ladrão ou extravasor (cano para saída de água em caso de não funcionamento da boia).

Em algumas edificações pode existir apenas um reservatório, e nos edifícios altos geralmente existem dois reservatórios, um superior e outro inferior.

O volume de água a ser armazenado requer um estudo da demanda (necessidade de consumo). O dimensionamento de uma caixa d’água deve garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade suficiente, com pressões e velocidades adequadas ao perfeito funcionamento das peças de utilização e do sistema de tubulações. Deve-se, também, preservar o conforto dos usuários.

Os reservatórios são encontrados em diversas formas e podem ser: de polietileno - um dos materiais mais empregados, com capacidade de armazenar de 310 a 6 mil litros de água; de fibra de vidro – que permite grandes reservatórios, de 100 a 25 mil litros; de fibrocimento – tradicional nas caixas d’água brasileiras, fabricado com ou sem amianto (substituído pelo cimento reforçado com fio sintético, o CRFS), têm capacidade de 250 a 1 mil litros; de aço inox – com espessuras reduzidas das paredes, conseguem manter a água fria mesmo quando expostos diretamente ao calor, com capacidade de 300 a 2 mil litros; ou ainda, pré-fabricados ou moldados in loco (feitos no local), em alvenaria ou concreto, que devem ser impermeabilizados.

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