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domingo, 23 de dezembro de 2012

Madeira na Construção Civil


"O uso da madeira como constituinte principal da estrutura de edificações tem se mostrado vantajosa principalmente devido à durabilidade, à segurança, à manutenção e à economia de energia."


INTRODUÇÃO

A madeira possui diversas propriedades que a tornam muito atraente frente a outros materiais. Dentre essas, são comumente citados o baixo consumo de energia para seu processamento, a alta resistência específica, as boas características de isolamento térmico e elétrico, além de ser um material muito fácil de ser trabalhado manualmente ou por máquinas.

O aspecto, no entanto, que distingue a madeira dos demais materiais é a possibilidade de produção sustentada nas florestas nativas e plantadas e nas modernas técnicas silviculturais empregadas nos reflorestamentos, que permitem alterar a qualidade da matéria-prima de acordo com o uso final desejado.

O fato de a madeira ser o resultado do crescimento de um ser vivo, implica em variações das suas características em função do meio ambiente em que a árvore se desenvolve. A esta variabilidade acrescenta-se que a madeira é produzida por diferentes espécies de árvores, cada qual com características anatômicas, físicas e mecânicas próprias.

A madeira é um material higroscópico, sendo que várias de suas propriedades são afetadas pelo teor de umidade presente. Sua natureza biológica submete-a aos diversos mecanismos de deterioração existentes na natureza. A essas características negativas acrescenta-se sua susceptibilidade ao fogo. Essas desvantagens da madeira podem ser eliminadas ou, ao menos, minimizadas, bastando para tal o emprego de tecnologias já disponíveis e de uso consagrado nos países desenvolvidos.

No entanto, o desconhecimento das propriedades da madeira por muitos de seus usuários e a insistência em métodos de construção antiquados são as maiores causas de desempenho insatisfatório da madeira frente a outros materiais.

Essa situação, aliada à tradição herdada dos colonizadores espanhóis e portugueses geraram na América Latina, um preconceito generalizado em relação ao uso mais intensivo da madeira na construção civil de edificações.

A madeira é empregada na construção civil, de forma temporária, na instalação do canteiro de obras, nos andaimes, nos escoramentos e nas formas. De forma definitiva, é utilizada nas esquadrias, nas estruturas de cobertura, nos forros e nos pisos.

PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA

  • Umidade

É dada pela quantidade de água infiltrada na madeira, e é medida através da porcentagem de água infiltrada, em relação a sua massa quando seca.

  • Massa específica

De um modo geral, a madeira apresenta uma massa específica bastante reduzida, se comparada com outros tipos de materiais estruturais. Tal característica é bastante relevante na etapa de especificação dos materiais que constituirão a estrutura. A massa específica pode ser básica ou aparente: a básica é calculada através do quociente entre a massa seca e o volume saturado da peça. Por outro lado, a massa específica aparente é calculada considerando-se o volume de uma peça de madeira com umidade de 12%.

  • Retratibilidade

É a característica relativa à diminuição (retração) das dimensões da madeira devido à perda de água impregnada. A madeira possui maior retratibilidade na direção tangencial seguida pelas direções radial e axial.

  • Módulo de elasticidade

Para a madeira há diversos tipos de módulo de elasticidade, que dependem do tipo de esforço e da direção do mesmo em relação às fibras. O módulo de elasticidade básico é na direção longitudinal, na compressão ou tração, paralela às fibras. Os módulos de elasticidade são definidos em função do tipo de esforço: paralelo ou normal às fibras, flexão e torção. O módulo de elasticidade é uma característica relativa a cada material. É a constante utilizada para determinar o estado das tensões, no regime elástico do material.

VANTAGENS DA MADEIRA

  • É renovável, abundante e altamente sustentável na natureza;
  • Possui elevada resistência em relação a sua baixa massa específica;
  • Excelente isolante térmico e acústico;
  • Facilidade de trabalho e união das peças;
  • Inerte, mesmo quando está exposta a ambientes químicos;
  • Baixa demanda de energia para produção;
  • Pode ser reutilizada, por várias vezes;
  • Tem custo relativamente baixo.


DESVANTAGENS DA MADEIRA

  • Possui variações transversais e longitudinais devido à variação da umidade;
  • É combustível, particularmente na forma fragmentada, como gravetos e lascas. Obs.: As estruturas de madeira resistem longo tempo às altas temperaturas, sem perderas características mecânicas. Sob as mesmas condições, já ocorre o colapso do concreto, do aço e do alumínio;
  • É relativamente vulnerável ao ataque de insetos e fungos, se não for tratada adequadamente;
  • Possui composição heterogênea e anisotrópica;


APLICAÇÃO DA MADEIRA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A madeira na construção civil é aplicada de três maneiras: através de acabamentos, formas de concreto e estruturalmente. Considerando-se ainda, de forma mais detalhada, a aplicação da madeira na construção civil, ela pode ser:

  • Pesada interna – são utilizados peças de madeira serrada ou o painel laminado colado na forma de vigas, caibros, pranchas e tábuas utilizadas em estruturas de telhado;
  • Leve externa e interna estrutural – consideram-se as tábuas e pontaletes empregados temporariamente na construção como andaimes, escoramento e formas para concreto;
  • Interna decorativa – exige que a madeira apresente cor e desenhos decorativos, são empregadas como forros, painéis, lambris e guarnições;
  • Leve interna, de utilidade geral – também aplicada como forros, painéis, lambris e guarnições, porém o aspecto decorativo da madeira não é fator limitante;
  • Leve em esquadrias – engloba as portas, venezianas, caixilhos, molduras;
  • Assoalhos domésticos – compreendem produtos de madeira sólida, como também os produtos engenheirados que são utilizados em pisos (assoalhos, tacos, tacões e parquetes).


PRODUTOS DE MADEIRA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A madeira serrada e o compensado sempre se destacaram na construção civil, no entanto com o desenvolvimento de novos produtos, como o OSB, a madeira laminada colada e painéis de cimento-madeira, a madeira serrada e o compensado não participam mais isoladamente neste setor.

As principais características e aplicações desses produtos são descritas abaixo:

  • OSB – caracteriza-se por apresentar resistência, estabilidade e durabilidade. Empregado significativamente no setor de construção civil como tapumes, andaimes, formas de concreto e instalações provisórias em geral. Tem sido empregado também como decoração em geral.
  • Painéis de cimento-madeira – apresenta bons resultados em testes de resistência à compressão, flexão, abrasão, estabilidade dimensional e trabalhabilidade, além disso, é resistente ao ataque de fungos e cupins, bom isolante térmico/acústico. Seu uso é destacado não somente em aplicações internas e externas como pisos, paredes de casas pré-fabricadas, bancadas (parapeito), revestimento de túneis, paredes divisórias, forros de casas etc., mas também em pavilhões, estádios e edifícios públicos.
  • Madeira laminada colada – é um produto de alta resistência e leve, formado por tábuas de madeira unidas longitudinalmente e depois coladas umas sobre as outras. É empregada desde como elemento estrutural em vigas e pilares em obras de pequeno porte até cobertura de grandes vãos. Sua principal vantagem é a versatilidade de formatos, além do mais é resistente à incêndios, não apresenta problemas de deterioração quando aplicada ao meio corrosivo e responde melhor a impactos por ser um material mais flexível.

As chapas de fibras (aplicadas como painéis divisórios), o LVL (utilizados na forma de vigas) e o PSL não são muito aplicados no Brasil.

CONSOLIDAÇÃO DA MADEIRA PARA CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL

Primeiramente, a madeira somente será reconhecida como potencial material de construção civil mediante sua correta utilização. Frente esta situação é necessário o perfeito conhecimento de suas diferentes propriedades físicas, mecânicas e anatômicas e a consciência por parte de engenheiros, arquitetos e construtores de que a tecnologia aplicada para aço e concreto não pode ser transferida para a madeira.

As dúvidas mais frequentes quanto às técnicas de proteção, durabilidade, custos, resistência ao fogo e sistemas construtivos devem ser melhores difundidas. Não se pode deixar que este conhecimento permaneça nas universidades e centros de pesquisa.

No caso de madeiras de reflorestamento exige-se um redirecionamento dos plantios, enfocando manejos e ciclos de corte que permitam produção de madeira com melhores propriedades físicas e mecânicas. Assim, é possível permitir melhor desempenho da madeira como material de construção civil, não somente como acabamento.

É imprescindível que normas de classificação, padronização das dimensões (bitolas e comprimentos) e cuidados técnicos necessários para utilização sejam divulgados e revisados periodicamente, ou até mesmo o estímulo ao desenvolvimento de novas normas e especificações que adequem melhor a madeira na construção civil.

A construção civil e o segmento de habitação devem investir em inovações tecnológicas e design, agregando valor aos produtos. As estratégias de marketing devem enfatizar os usos de madeiras ecologicamente corretos (certificação) e construções com segurança e qualidade.

Através do entendimento correto e efetivo estímulo ao desenvolvimento de novos produtos e processos, é possível vislumbrar novos mercados e expandir a demanda atual de madeira para construção civil. 

sábado, 15 de dezembro de 2012

Cerâmica na Construção Civil


"A telha cerâmica do tipo plan se caracteriza pelos poucos detalhes e pelas pequenas dimensões."

INTRODUÇÃO

Dá-se o nome de cerâmica à pedra artificial obtida por meio da moldagem, secagem e cozedura de argila ou mistura contendo argila.

O emprego de produtos cerâmicos obtidos por processos artificiais é anterior à era cristã. Os povos antigos produziam artefatos domésticos por processos de cozimento da argila. A necessidade de construir usando pedras artificiais surgiu em lugares onde escasseava a pedra e eram abundantes os materiais argilosos.

A grande diversidade de argilas encontradas na superfície da Terra permite que se obtenham produtos cerâmicos com as mais diversas características tecnológicas, compreendendo o seguinte:
  • Desde produtos rústicos, como tijolos e telhas, até produtos de fino acabamento, como os de porcelana;
  • Desde produtos permeáveis, como velas de filtros, até produtos impermeáveis, como as louças sanitárias e de grés cerâmico;
  • Desde produtos frágeis ao fogo até elementos refratários e resistentes a altas temperaturas;
  • Desde produtos usados como isoladores elétricos até os supercondutores, uma das maiores inovações tecnológicas deste final de século.

Assim, o material utilizado por nossos ancestrais, nos primórdios da civilização, encontra ainda hoje aplicações, que vão além da construção civil, nas indústrias automobilística, eletroeletrônica, espacial e biomédica.

COMPOSIÇÃO DA ARGILA

A indústria cerâmica requer, para o seu funcionamento, quantidades suficientes de solo apropriado, água e combustível. O solo de natureza argilosa apresenta características de plasticidade, isto é, ao ser misturado à água adquire a forma desejada, a qual se mantém após secagem e cozimento. Os constituintes do solo podem ser classificados de acordo com o tamanho de suas partículas.

Na prática, o solo para fabricação da cerâmica deve conter uma fração de argila, juntamente com silte e areia, de modo a conformar as desejáveis características de plasticidade, bem como de não trincamento e retração, de vitrificação, etc.

Geologicamente, as argilas são solos residuais ou sedimentares que se formam em consequência da ação do intemperismo físico e/ou químico sobre rochas cristalinas e sedimentares. Dada a grande quantidade de rochas que podem originar as argilas, assim como os processos de sua formação e seu grau de pureza, dispõe-se de materiais argilosos dotados de diferentes características, tais como:
  • cerâmica branca (caulim residual e sedimentar);
  • cerâmica refratária (caulim sedimentar e argila refratária);
  • cerâmica vermelha (argila de baixa plasticidade, contendo fundentes);
  • cerâmica de louça (argila plástica, com fundentes e vitrificantes).

 COZIMENTO DA ARGILA

As argilas possuem água de absorção ou de plasticidade, aderente à superfície das partículas, e água de constituição, que compõem a rede cristalina do mineral. Algumas argilas possuem água zeolítica, com suas moléculas intercaladas nos vazios da rede cristalina.

O calor fornecido pelo forno durante o processo de cozimento elimina todo tipo de água presente nas argilas. A água de absorção é eliminada a temperaturas entre 100 e 110°C; a zeolítica, entre 300 e 400°C. Esse fenômeno é reversível, já que a estrutura cristalina ainda não foi quebrada e o material pode novamente hidratar-se. A água de constituição é eliminada a temperaturas entre 400 e 700°C, dependendo do tipo de argila (caulinítica, montmorilonítica ou micácea), destruindo a estrutura cristalina do material.

Entre 900 e 1000°C, a estrutura cristalina transforma-se em massa amorfa, quando então a sílica e a alumina se recombinam e cristalizam, formando novos minerais.  A formação de vidro no interior da cerâmica, pela fusão da sílica livre (1200°C) com posterior solidificação, também contribui para a estabilidade estrutural das cerâmicas, principalmente as de alta vitrificação.

PRODUTOS CERÂMICOS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL

A indústria fabrica e coloca no mercado da construção uma gama enorme de produtos cerâmicos, os quais podem ser classificados como:
  • Materiais Cerâmicos Comuns

São os materiais de argila propriamente ditos ou cerâmica vermelha. São assim denominados porque seu principal componente é a argila, a qual geralmente contém óxido de ferro, elemento responsável pela coloração avermelhada que é a característica principal desse tipo de cerâmica. Dentre os materiais de argila destacam-se os porosos (tijolos, telhas, tijoleiras, etc.) e os vidrados ou gresificados (tijolos e telhas especiais, ladrilhos, etc.). O vidrado refere-se ao corpo do material e não apenas à sua superfície.
Os materiais de argila mais comuns são:

- Tijolos e Blocos

São materiais que servem para dividir compartimentos ou vedá-los. Quando sobrepostos e rejuntados formam o que se chama de alvenaria ou, vulgarmente, paredes. Os blocos também podem desempenhar função estrutural, formando alvenarias portantes. Assim, existem no mercado blocos para uso de vedação e para uso portante.

No recebimento dos tijolos na obra é preciso atentar para as seguintes particularidades:
  • as partidas com grande quantidade de quebra indicam material fraco, não devendo ser aceitas;
  • as cores desmaiadas ou os miolos escuros indicam material cru;
  • as cores muito carregadas indicam excesso de vitrificação.
Os tijolos e blocos variam conforme a forma e a dimensão. Podem ser classificados em:
  • Tijolo maciço – tem a forma de paralelepípedo. Seu principal emprego é feito em alvenaria externa e fundação. Um tijolo maciço deve apresentar como principais características de qualidade:

- regularidade de forma e dimensão;
- arestas vivas e cantos resistentes;
- cozimento uniforme (produz som metálico quando percutido com martelo);
- resistência à compressão;
- massa específica aparente de 1,80 kg/dm³;
- absorção de água em torno de 15%.
  • Bloco furado – tem a forma prismática. Tanto suas medidas como o número e a forma dos furos variam. Os furos podem ser prismáticos, com base quadrada, ou cilíndricos. A resistência à compressão é determinada por ensaios, conforme os blocos sejam de vedação ou portantes. As principais vantagens dos tijolos furados sobre os tijolos maciços são estas:

- menor peso por unidade de volume;
- aspecto mais uniforme, arestas e cantos mais fortes;
- menor propagação da umidade;
- melhor isolante térmico e acústico.
  • Bloco especial furado – possui diferentes dimensões e formas. É utilizado na confecção de lajes mistas (pré-moldadas).

- Telhas

São os materiais cerâmicos usados na confecção de coberturas. Na fabricação das telhas são usados o mesmo processo e a mesma matéria-prima dos tijolos comuns. A diferença está na argila, que deve ser fina e homogênea, não só por ser a telha um material mais impermeável, dada a sua condição de uso, mas também para não provocar grandes deformações na peça durante o cozimento.

As telhas devem apresentar bom acabamento, com superfície pouco rugosa, sem deformações e defeitos (fissuras, esfoliações, quebras e rebarbas) que dificultem o acoplamento entre elas e prejudiquem a estanqueidade do telhado. Tampouco devem possuir manchas (por exemplo, de bolor), eflorescência (superfície esbranquiçada com sais) ou nódulos de cal. Na avaliação da efetividade da queima e da eventual presença de fissuras, as telhas devem emitir som metálico, semelhante ao de um sino, quando suspensas por uma extremidade e devidamente percutidas. 

Além das características mencionadas, o conjunto de normas técnicas brasileiras estabelece para as telhas cerâmicas as seguintes condições específicas:
  • impermeabilidade – as telhas cerâmicas submetidas a uma coluna de água com 25 cm de altura, durante 24 horas consecutivas, não devem apresentar vazamentos ou formação de gotas na face oposta à da ação da água;
  • absorção de água – o nível deve ser inferior a 20%;
  • resistência à flexão – a carga de ruptura à flexão das telhas cerâmicas de encaixe deve ser igual ou superior a 70 kgf, elevando-se para 100 kgf nas telhas de capa e canal;
  • tolerâncias dimensionais – dimensões ≥ 50 m tolerância ± 2%, dimensões < 50 m tolerância ± 1 m e espessura tolerância ± 2 m.
  • empenamento – em relação ao plano de apoio, as telhas não devem apresentar empenamento superior a 5 m.

São dois basicamente, os tipos de telhas existentes, com uma variedade bastante grande de formas. Das telhas de encaixe encontradas no comércio, as mais comuns são a telha francesa, a romana e a termoplan. Das telhas de capa e canal, as mais comuns são a telha colonial, a paulista e a plan.

As telhas cerâmicas de encaixe apresentam em suas bordas saliências e reentrâncias que permitem o encaixe (acoplamento) entre as mesmas, quando da execução do telhado.

A telha tipo francesa, fabricada por prensagem, é uma telha de encaixe; além dos encaixes laterais, possui um ressalto na face inferior, para apoio na ripa, e outro, denominado orelha de aramar, que serve para sua eventual fixação na ripa. A telha romana também é uma telha de encaixe, fabricada por prensagem, possui uma capa e um canal interligados. A telha termoplan é o tipo de telha de encaixe mais recentemente lançado no mercado; é fabricada por processo de extrusão, que permite uma camada interna de ar, e projetada com o intuito de aperfeiçoar o desempenho térmico da telha.

As telhas cerâmicas de capa e canal são telhas com formato de meia-cana fabricadas pelo processo de prensagem e caracterizadas por peças côncavas (canais), que se apoiam sobre as ripas, e por peças convexas (capas), que apoiam sobre os canais. Os canais apresentam um ressalto na face inferior, para apoio nas ripas, e as capas geralmente possuem reentrâncias a fim de permitir o perfeito acoplamento com os canais. Tanto as capas como os canais apresentam detalhes que visam a impedir o deslizamento das capas em relação aos canais.

A telha tipo colonial é a primeira versão da telha tipo capa e canal fabricada no país e oriunda das telhas cerâmicas que os portugueses trouxeram para o Brasil-Colônia. Esta telha caracteriza-se por possuir um único tipo de peça, destinada tanto para os canais como para as capas. A partir do desenho da telha colonial, diversas outras formas surgiram. Firmaram-se no mercado as telhas paulista e a plan. A telha paulista apresenta a capa com largura ligeiramente inferior à largura do canal, o que confere ao telhado um movimento plástico bastante diferente do que se tem no telhado construído com telhas coloniais. A telha plan apresenta formas acentuadamente retas, o que confere ao telhado uma aparência totalmente distinta da que é dada pelas telhas curvas.

- Tijoleiras

São tijolos de pequena espessura, em torno de 2 cm, empregados em pavimentação, revestimento de pisos e crista de muros. As tijoleiras são fabricadas em diversos tamanhos e formas. As mais comuns no mercado são retangulares. Existem ainda as que se destinam a arremates, tais como degrau, peitoril e pingadeira.

- Tijolos e Telhas Especiais

São materiais de melhor qualidade usados quando se tem em vista a boa aparência, sobretudo nos casos em que não se pretende fazer revestimento posterior. Apresentam uniformidade de tamanho e cor e maior resistência à abrasão. São materiais moldados por meio de prensagem e dotados de certo grau de vitrificação.

- Ladrilhos

São materiais cerâmicos prensados a seco e cozidos a 1300°C, com certo grau de vitrificação e espessura em torno de 5 a 7 m. São empregados no revestimento de pisos e paredes, sendo encontrados no mercado nos mais variados formatos, destacando-se o quadrado, o retangular e o sextavado.
  • Materiais Cerâmicos de Alta Vitrificação

Os materiais cerâmicos de alta vitrificação podem ser divididos em materiais de louça e materiais de grés cerâmico.

- Materiais de Louça

Os materiais de louça caracterizam-se por sua matéria-prima quase isenta de óxido de ferro, ou seja, as “argilas brancas” (caulim quase puro), com granulometria fina e uniforme e com alto grau de compacidade e vitrificação da superfície, cujo resultado é um material que tem como característica principal a impermeabilização (absorção de água em torno de 2%).

Os principais materiais de louça são os azulejos, os aparelhos sanitários e as pastilhas.

  • Azulejos – São placas de louça de pouca espessura, vidradas numa das faces. Podem levar corantes e possuir padrão liso ou decorado. A face posterior e as arestas são porosas, a fim de garantir melhor aderência das placas ao paramento. O azulejo comum mede, em geral, 15 cm x 15 cm. São usados para revestimento e requerem, neste caso, 45 unidades para cobrir 1 m² de parede;
  • Louça sanitária  – Os aparelhos sanitários (lavatórios, vasos, bidês) são feitos por moldagem. Seu vidrado é obtido pela pintura da peça com esmalte de bórax com feldspato. Existe louça branca e colorida (a cor é obtida pelo uso de pigmentos), bem como vários elementos decorativos, tais como saboneteiras, papeleiras, etc.
  • Pastilhas – As pastilhas são fabricadas pelo mesmo processo dos azulejos e têm, normalmente, forma quadrada ou sextavada. Quando quadradas, as pastilhas medem 2,5 cm x 2,5 cm. São usadas para fins de revestimento; para facilitar sua colocação, vêm coladas em folha de papel, que depois é retirada por lavagem.

- Material de Grés Cerâmico

Os materiais de grés cerâmico são fabricados com argila bastante fusível, ou seja, com muita mica ou com 15% de óxido de ferro, e passam por um processo de alta vitrificação. A vitrificação dos materiais de argila é feita por dois processos: o primeiro consiste na sua imersão, após a primeira cozedura, em um banho de água com areia silicosa fina e zarcão. No recozimento essa mistura vitrifica-se. O segundo processo, mais comum, consiste em lançar ao forno, a grande temperatura, cloreto de sódio. Este se volatiliza, formando uma película vidrada de silicato de sódio.

Dentre os materiais de grés cerâmico destacam-se as manilhas. As manilhas são tubos cerâmicos de seção circular destinados à condução de águas residuais (esgotos sanitários, despejos industriais e canalizações de águas pluviais). São produtos vidrados interna e externamente, ou apenas internamente, na superfície que está em contato com o líquido. As manilhas devem apresentar uma resistência mínima à compressão diametral, que varia em função do diâmetro, entre 1400 e 3500 kgf/m. Devem, ainda, suportar uma pressão instantânea de 2 kgf/cm2. O limite de absorção deve ficar em torno de 10%.  
  • Materiais de Cerâmica Refratários

São materiais que possuem ponto de fusão elevado e, consequentemente, não se deformam quando expostos a altas temperaturas. São feitos com argila refratária, que é uma argila mais pura, rica em silicatos de alumínio e pobre em óxido de cálcio (material expansivo) e óxido de ferro (fundente).

Os materiais refratários mais comuns são os tijolos maciços de 50 m x 100 m x 200 m, próprios para a execução de fornos, lareiras, chaminés, etc. É importante ressaltar que o assentamento dos tijolos deve ser feito com argamassa também refratária, obtida com a mesma argila do tijolo.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Alvenaria de Vidro


 "O tijolo de vidro, chamado bloco de vidro, é um item versátil da construção, já que tem acesso livre para praticamente todos os ambientes da casa e no trabalho."

INTRODUÇÃO

O tijolo de vidro é uma peça formada por parede dupla de vidro, com uma camada de ar rarefeito entre as mesmas. Conforme a textura das faces, pode-se obter efeitos visuais diversos entre dois ambientes, desde a transparência até a translucidez. Por ser translúcido, permite a passagem de luz tornando o ambiente mais aconchegante e saudável.

Quanto ao emprego do tijolo de vidro em projetos, ele é indicado como elemento de vedação fixo, para residências, construções comerciais, industriais, hospitalares ou outras finalidades diversas.

QUALIDADES 
  • ser um material de fácil manutenção e nunca exige pintura;
  • ter elevada resistência mecânica;
  • garantir um visual moderno e está disponível em grande variedade de cores;
  • ser um produto ecológico;
  • elevada resistência a ambientes agressivos;
  • resistir a alterações térmicas;
  • nenhum problema de condensação na parte interior do bloco;
  • leveza dos blocos;
  • isolamento térmico e acústico;
  • resistir ao fogo, ao choque e à compressão;


SISTEMA BINÁRIO

Consiste num elemento modelar que ensamblado aleatoriamente permite a construção de amplas superfícies em tijolos de vidro, permitindo também manter a mesma de untas tanto externas como internas nas paredes curvas. É um prático sistema modelar em PVC para construção de paredes, com tijolos de vidro, tanto para o exterior como para o interior, patenteado em PVC branco, preto e cinza;

SISTEMA DE CONSTRUÇÃO DE PAREDES COM TIJOLOS DE VIDRO E MADEIRA

Consiste em tijolos de vidro com perfis em madeira maciça e envernizada, para montar quando esta estiver seca, só com parafusos no interior da estrutura, de modo a não sujar ou danificar as peças existentes. A transparência do vidro, o calor da madeira, juntamente com os efeitos da luz e o calor revalorizam as habitações que resultam mais luminosidade, elegância e agradabilidade.

OBSERVAÇÕES
  • propiciar maior luminosidade ao ambiente interno economizando energia;
  • manter a privacidade e a segurança da edificação;
  • nunca instalar os blocos de vidro quando a temperatura ambiente for inferior a 4º C;
  • utilizar sempre espaçadores entre os blocos de vidro;
  • é importante observar se as peças iguais possuem a mesma tonalidade, bem como, ausência de rachaduras, fraturas ou outros defeitos que possam prejudicar seu assentamento, resistência, durabilidade e aspecto visual;
  • as paredes feitas com tijolos de vidro não são estruturais, portanto não podem suportar cargas;
  • é interessante também que se aproveite este material com suas características econômicas para a obra, pois assim ele ajuda a suprir seu alto custo no mercado.


DESIGN E DECORAÇÃO

Uma construção  deve ser algo bem planejado e com muito tempo de antecedência para que a obra fique perfeita. Obviamente é preciso contar com o auxílio e serviço de profissionais bem qualificados que ofereçam uma boa construção, são eles o arquiteto, engenheiro e trabalhadores que irão levantar a construção da sua casa ou outros estabelecimentos. Com isso, também é necessário escolher os materiais de construção de qualidade e que irão deixar a sua casa perfeita.

O bloco de vidro é bastante utilizado na decoração para não perder a luminosidade natural de ambientes e dar a sensação de amplitude. Separam ambientes de forma clean, discreta e charmosa, sem fechar o local. Com a variedade de marcas o valor ficou bem competitivo e a beleza somada ao ganho extra de luminosidade faz valer o investimento, além de proporcionar economia de luz.

Os blocos de vidro  são ótimas opções para quem deseja ter uma casa mais moderna e com iluminação. Estes materiais podem ser colocados principalmente em banheiros, cozinhas e outros locais dependendo da forma em que eles serão combinados com o cômodo. Muitos profissionais gostam de dividir a sala de jantar da cozinha com uma parede feita de tijolos de vidro, assim ficando ambientes relacionados, mas ao mesmo tempo separados, oferecendo mais conforto e sofisticação para os moradores.

Em banheiros também é comum colocar esses modelos de tijolos para separa o local da ducha que seria onde as pessoas geralmente colocam o box de vidro. O tijolo de vidro deixa o banheiro mais moderno e elegante, assim se tornando a preferência de muitas pessoas. Há também quem os coloque em corredores com decorações em um canto para iluminar mais o ambiente, enfim, há diversas maneiras de utilizar esse material de construção, basta consultar um profissional da área e esclarecer as suas dúvidas.  Outros locais onde também são ideais para a utilização do tijolo de vidro são muros, lajes, fachada do prédio, balcão de atendimento, escadaria, divisória no escritório, etc.
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Confira passo a passo como assentar e rejuntar blocos de vidro utilizando a argamassa para blocos de vidro quartzolit, um produto Weber Saint-Gobain.
  



domingo, 2 de dezembro de 2012

Borrachas na Construção Civil

"Aplicação de manta asfáltica a partir de borracha de pneu." 

DEFINIÇÃO DE ELASTÔMERO

Um elastômero é um polímero que tem a característica de ter propriedades muito elásticas e podendo até recuperar sua forma após ter sido deformado. Mais especificamente, um elastômero é um conjunto químico constituído de milhares de moléculas chamadas monômeros que se unem para formar grandes cadeias, denominada polímeros. Estas grandes cadeias é que conferem aos polímeros flexibilidade e resistência.

Quando um elastômero é esticado, as moléculas entram em alinhamento, permitindo que se tenha uma aparência cristalina. Porém, ao cessar esta força, ele rapidamente retorna ao seu estado original de desordem elástica. Esta característica é muito importante na distinção dos polímeros plásticos dos elásticos.

A maioria dos elastômeros é formada por hidrocarbonetos, ou seja, são compostos basicamente por hidrogênio e carbono. Sua obtenção pode ser tanto naturalmente, a partir da extração do látex polisopreno oriundo da seringueira, quanto de forma “industrializada”, através da síntese do petróleo e do gás natural.

Para dar maior uso prático aos elastômeros, estas passam por um processo chamado de vulcanização – consiste na aplicação de calor e pressão a uma composição de borracha, a fim de alterar e atribuir propriedades para determinadas necessidades.  Através da aplicação de átomos de enxofre e de solventes orgânicos, o elastômero se torna mais resistente, aumenta sua capacidade de aderência, sua durabilidade e resistência à corrosão.

PROPRIEDADES DOS ELASTÔMEROS

  • Propriedades mecânicas

As propriedades mecânicas dos elastômeros, ao se comparar com outros materiais metálicos, são muito mais sensíveis a alterações na temperatura.

  • Propriedades térmicas

Uma vez que as propriedades mecânicas de polímeros sejam sensíveis às mudanças de temperatura, as várias seções seguintes são devotadas a discussões de características térmicas e termomecânicas destes materiais. Pontos importantes na escolha de determinados polímeros incluem a condutividade térmica e coeficientes de dilatação térmica linear.

  • Resistência a intempéries e ações químicas

As características mecânicas dos elastômeros são muitos sensíveis à natureza química do ambiente, através da presença de água, oxigênio, solventes orgânicos, etc. Dentre as propriedades químicas mais importantes, estão a resistência a oxidação, ao calor, às radiações ultravioleta, a água, a ácidos e bases, a solventes e reagentes.

  • Adesão e coesão

A adesão é uma propriedade da matéria pela qual se unem duas superfícies de substâncias iguais ou diferentes quando entram em contato, e se mantêm juntas por forças intermoleculares. No caso de um elastômero em relação a um substrato, relaciona-se diretamente com sua elasticidade. Se um material não adere no substrato, significa que nunca terá chance de esticar e provar que tem esta característica. Logo, conclui-se que sua elasticidade é irrelevante.

A coesão é a força molecular entre as partículas dentro de um corpo ou substância que age para uni-las. Especificamente, é a propriedade do elastômero de suportar tensões internas e deformações sem sofrer ruptura em seu corpo. A ruína por coesão pode ser causada por movimentos excessivos no corpo do elastômero.

APLICAÇÕES NA CONSTRUÇÃO CIVIL
  • Impermeabilização

Impermeabilização na construção civil tem como objetivo impedir a passagem indesejável de águas, fluidos e vapores, podendo contê-los ou escoá-los para fora do local que necessitamos proteger. A importância da impermeabilização é relevada no objetivo de proteger a edificação de inúmeros problemas patológicos que poderão surgir com infiltração de água, integrada ao oxigênio e outros componentes agressivos da atmosfera (gases poluentes, chuva ácida, ozônio).

Os materiais podem ser pré-fabricados ou moldados no local ou então a utilização de materiais auxiliares, sob forma de telas, tecidos, filmes ou feltros, que são utilizados em alguns sistemas de impermeabilização, tanto pré-fabricados como moldados no local. São inseridos dentro dos materiais impermeáveis e têm função de resistir aos esforços de tração que venham a solicitar a manta ou a membrana impermeável, além de evitar o escorrimento do material e garantir a homogeneidade da espessura. Esses materiais são conhecidos como armaduras, reforços, estruturações ou armações.

Mantas sintéticas

Podem ser de dois tipos, de butil (isobutileno-isopropeno) e EPDM (etilenopropileno-dieno). Trata-se de um sistema não armado, onde a manta é aplicada sobre um berço de amortecimento, possuindo espessura variando de 0,8 a 1,0 m. A manta sintética butílica exige proteção mecânica, sendo fundamental que exista uma camada de amortecimento entre a manta e a proteção mecânica. Isto se faz necessário por que os elastômeros apresentam um comportamento inferior do que outros tipos de mantas. As mantas de butil são geralmente utilizadas com espessura muito fina, de modo que se tornam facilmente perfuradas, sendo utilizada mais restritamente. Sua aplicação se dá como impermeabilizantes de modo geral, especialmente em coberturas pré-moldadas, lajes mistas, estruturas fissuráveis, calhas, baldrames, etc.

Em geral as mantas de borracha EPDM têm boa resistência ao calor e ao envelhecimento, boa resistência à baixa temperatura e à luz solar, boa elasticidade, bom poder isolante e excelente resistência a intempéries. No que diz respeito à resistência química, destacaram a resistência à água quente e ao vapor, a muitos ácidos orgânicos e inorgânicos diluídos, a soluções salinas. As mantas de EPDM têm baixa absorção de água e é indicada para impermeabilização.

Membranas sintéticas

A membrana é o conjunto impermeabilizante, moldado no local, com ou sem armadura, podendo ser aplicada nas membranas a frio. Nas membranas sintéticas, estão as soluções elastoméricas, como a utilização de materiais mais comumentes chamados de neoprene – o neoprene é resultado de um composto de borracha sintética que possui como características principais a flexibilidade, elasticidade, resistência, proteção térmica e acústica.

A borracha líquida impermeabilizante é um impermeabilizante formulado com emulsão de elastômeros orgânicos com alto teor de sólidos. Após sua cura, forma uma membrana ou uma manta monolítica de adequada impermeabilidade, elasticidade, resistência e estabilidade físico-química.

É indicada para impermeabilização de baldrames, muros de arrimo, lajes de concreto, jardineiras, piscinas, reservatórios, áreas frias, calhas metálicas ou de concreto, paredes externas pré-moldadas de concreto, telhas metálicas, além de recuperar impermeabilização já existente, proteção de poliuretano expandido e outros.

Oferece alto poder de recobrimento, devido à elevada quantidade de sódios (65% a 70%), adequada aderência sobre diversos materiais e boa resistência a ácidos e álcalis. Atóxico e não inflamável, não agride o meio ambiente.

Manta asfáltica com polímeros

A modificação da manta asfáltica com os polímeros tem como objetivo incorporar melhores características físico-químicas ao asfalto. As principais características do asfalto polimérico são:

  • maior coesão entre as partículas;
  • excelente elasticidade;
  • melhora a resistência a fadiga;
  • melhora da resistência aos raios ultravioletas solares.

O asfalto modificado pode ser aplicado a quente ou a frio (em emulsão ou solução), mas sua maior aplicação é feita na industrialização de mantas com armaduras.

  • Rejuntes

As juntas de assentamento (ou rejuntes) atuam no sentido de aliviar as tensões decorrentes não só das movimentações da cerâmica como também de todas as camadas que envolvem o revestimento. Deve oferecer relativo poder de acomodação às movimentações da base e das peças cerâmicas.

Por este motivo são utilizados alguns rejuntes flexíveis à base de cimento e elastômero. Desses, os que vêm com aditivos colantes são indicados para rejuntar porcelanatos.
Ao contrário das argamassas à base de cimento, os selantes são materiais ditos impermeáveis e flexíveis, sendo normalmente empregados produtos à base de silicones e poliuretanos (ou adiprene).

Outra propriedade dos selantes é a durabilidade, pois ela estabelece as previsões para as atividades de manutenção da fachada, uma vez que a sua vida útil é bastante inferior a dos revestimentos cerâmicos.

Para o emprego em revestimentos porosos (placas de rocha e cerâmica), recomendam-se os silicones de base neutra que, ao contrário das de base acética, não apresentam manchas provenientes de reações com os materiais porosos. O selante de silicone é utilizado em vedações de caixilhos, de peças sanitárias, rejunte de pias, de box, de banheiras, de azulejo, de piso, de pias de cozinha. Os selantes de silicone são oferecidos em várias cores, contudo não podem ser pintados com tintas acrílicas ou PVA. Já os poliuretanos apresentam uma menor disponibilidade de cores, porém podem receber pintura e não apresentam manchas.

As juntas de movimentação têm por função limitar as dimensões do painel de alvenaria a fim de que não ocorram elevadas concentrações de tensões em função das deformações intrínsecas do mesmo. Estas deformações podem ter sua origem em movimentações higroscópicas (capacidade dos materiais de absorver e liberar água), modificando o volume quando varia o conteúdo de umidade; em variações de temperatura; ou em processos químicos, como reações de expansão de materiais presentes nas juntas e ou blocos.

As juntas de movimentação apresentam dois componentes distintos: o material de enchimento e o selante, aplicado no interior e na superfície, respectivamente. Ambos devem possuir uma grande flexibilidade, a fim de não se oporem às solicitações a que estarão sujeitos, podendo ser executados com vários tipos de materiais diferentes.

O enchimento pode ser preenchido com materiais deformáveis, como espumas de polietileno expandido, cortiça, aglomerado de madeira, borracha alveolar, entre outros. Um fato importante é que esse material não se oponha a movimentação do selante superficial.

Para que a junta vedada funcione adequadamente, o elastômero deverá deformar em resposta aos movimentos de abertura e fechamento da junta, comportando-se de maneira tanto elástica quanto plástica. Os elastômeros para juntas de movimentação entre panos do revestimento nas fachadas são do tipo moldado no local e aplicados na forma líquida ou semilíquida.

Existe uma enorme variedade de revestimento que apresentam, cada um deles, propriedades únicas como porosidade, coeficiente de dilatação térmica e características de colagem ou adesão. A junta deverá ser estanque de modo a não permitir a penetração da chuva, vento, fuligem e toda sorte intempéries. Esta propriedade do elastômero, de dilatar e contrair, é função de sua elasticidade, que nada mais é do que seu poder de ser esticado e por um fator essencial que é a quantidade de polímero, além de outros fatores, como:
  • baixa dureza;
  • alongamento;
  • capacidade de adesão;
  • coesão.   
 
  • Adições no concreto

O cimento Portland é um excelente material de construção devido ao seu fácil manuseio, produzindo uma massa plástica que pode ser moldada de forma e tamanho pré-determinados quando endurecido.

Entretanto, sua utilização tem demonstrado certas limitações com relação à resistência à tração na flexão, ataques de agentes agressivos, abrasão, absorção de água, entre outros. Para minimizar estes problemas, novos materiais de construção estão sendo desenvolvidos, entre eles o concreto polimérico, onde a tecnologia do concreto é combinada com polímeros. As aplicações de elastômeros para a impermeabilização do concreto são:
  • impermeabilidade e resistência ao ataque de substâncias contaminantes presentes na água;
  • resistência a determinados produtos químicos;
  • durabilidade;
  • custo acessível;
  • resistência ao calor, em determinados casos.

A implementação de polímeros nos concretos pode ser feito das seguintes formas:
  • Impregnação de um concreto normal de cimento Portland endurecido por monômero, seguido de polimerização, obtendo-se concreto de resina;
  • Introdução direta do polímero no concreto fresco durante a mistura seguida de cura e polimerização após moldagem e adensamento;
  • Mistura de monômeros com agregados, seguido de polimerização após moldagem e adensamento.

O concreto de cimento polimérico se vê mais promissor na aplicação de pisos industriais e pavimentos. Testes mostraram que um concreto com adição de estireno-butadieno, comparando-se com outro concreto de mesma trabalhabilidade, obtiveram uma relação menor de água/cimento, um concreto coeso e sua retração diminui. O que aumenta a probabilidade de um concreto com esta adição ser mais durável.

Em todos os concretos modificados com a adição, a resistência a flexão aumenta com o aumento da adição do estireno-butadieno em cerca de 35%, quando se comparadas aos concretos produzidos sem esta adição.

A absorção de água na imersão reduz-se drasticamente. A sua resistência a ácidos saiu-se muito bem, como também em hidróxido de sódio e a solventes orgânicos. Em vista destes resultados, o concreto com adição de estireno-butadieno é adequado para pisos industriais, sujeito a ação de agentes agressivos, bem como a recuperação de partes danificadas.

  • Concreto DI (deformável e isolante)

O concreto DI, é um tipo especial de concreto utilizado para a construção de barreiras rodoviárias do tipo “New Jersey”, aumentando sua capacidade elástica e, com isso, absorvem mais o impacto em casos de acidentes.

O diferencial do concreto DI está em sua composição. A reutilização de pneus já sem utilidade em substituição à brita é misturada ao concreto, o que lhe confere mais resistência à compressão. Possuem característica de semirrigidez, com maior capacidade de absorver a energia do impacto das colisões de veículos, diminuindo danos físicos e materiais nos acidentes de trânsito.

  • Incorporação de borracha de pneu em asfaltos

Existem dois métodos de incorporação dos pneus nas misturas asfálticas. No processo úmido são adicionadas partículas finas de borracha ao cimento asfáltico, produzindo um novo tipo de ligante denominado asfalto-borracha. No processo seco, objeto desse estudo, partículas de borracha substituem parte dos agregados pétreos na mistura. Após a adição do ligante, formam um produto denominado concreto asfáltico modificado com adição de borracha.

Muitas são as vantagens previstas em função da incorporação de borracha de pneus usados a um cimento asfáltico, dentre elas podemos citar:
  • mistura final altamente resistente ao envelhecimento devido à incorporação de antioxidantes e inibidores de raios ultravioletas existentes na borracha de pneu;
  • maior elasticidade da mistura, maior coesão e menor sensibilidade a temperaturas extremas;
  • maior resistência ao trincamento (ruptura, fissuras, etc.);
  • menor aparecimento de trilhas de roda;
  • diminuição dos custos pelo aumento da vida útil do pavimento;
  • possibilidade de utilizar camadas mais finas;
  • redução do nível de ruído do tráfego em até 10 decibéis;
  • maior resistência ao fraturamento por congelamento (climas frios);
  • maior resistência à deformação permanente em altas temperaturas;
  • diminuição da poluição e melhoria da qualidade ambiental;
  • melhor conservação dos agregados e do cimento asfáltico.
   
  • Silicones

No segmento da construção civil, o silicone pode ser aplicado em três linhas básicas: selantes, hidrofugantes e aditivos. O selante de silicone é utilizado em vedações de caixilhos, de peças sanitárias, rejunte de pias, de box, de banheiras, de azulejo, de piso, de pias de cozinha e de juntas de dilatação.

Quanto à função hidrofugante, o silicone é usado na proteção de tijolos, concreto, telhas, rejuntes e pedras naturais, impedindo a absorção de água e permitindo a saída de vapores. A novidade é um hidrofugante para ser usado em impermeabilizações externas da construção civil. Ele serve para proteção de paredes e revestimentos contra umidade, prolongando a vida útil dos materiais expostos a intempéries.

Como aditivo de tintas, o silicone funciona como ligante, reforçando a estrutura molecular, aumentando a aderência da tinta e agindo como antiespumante, evitando a formação de "bolhas" durante a aplicação.

  • Muro solo-pneu

Há muitos anos que pneus inteiros ou processados são utilizados na construção civil nos EUA. Os pneus inteiros podem ser ligados por uma malha geotêxtil para contenção de encostas e áreas exposta nas margens de rodovias.

As técnicas de proteção de taludes têm evoluído significativamente nas últimas décadas, dando margem a uma série de soluções alternativas, por meio das quais os engenheiros procuraram tirar partido dos mais diversos materiais. Dessa forma, o muro de solo-pneu se enquadra como uma solução para a proteção de encostas que alia simplicidade, eficiência e custos reduzidos.

A construção desse muro é realizada em camadas. A cada camada, os pneus são cheios de material retirado no processo de definição do talude, na própria encosta. De cada pneu é retirada a aba superior, para facilitar o completo enchimento do seu corpo.

A utilização de pneu-resíduos para a construção de muros de contenção é altamente favorável do ponto de vista do comportamento mecânico da contenção e as deformações são mantidas em um nível compatível com as obras civis.

O pneu é um material que pode ser utilizado para esse tipo de obra, pois, são constituídos de borracha e são fortemente reforçados com fibras e metais, resultando em um material com elevada resistência a tensões radiais, além disso, as propriedades mecânicas dos pneus permanecem disponíveis mesmo depois de encerada a vida útil do pneu. É recomendável que os pneus a serem utilizados tenham aproximadamente o mesmo diâmetro.

Porém, dois aspectos devem ser ressaltados com relação ao material de amarração do muro: o arame confere um pequeno aumento de rigidez ao muro, porém, o custo da corda é aproximadamente cinco vezes inferior que do arame, sendo assim, a corda toma-se mais vantajosa economicamente.

Outro aspecto a ser ressaltado na construção do muro solo-pneu é a utilização dos pneus com uma das bandas laterais cortadas ou pneus inteiros. A remoção da banda lateral facilita a compactação do solo no interior dos pneus gerando um conjunto solo-pneu mais rígido. Porém o uso de pneus cortados determina a necessidade de um equipamento especifico para a retirada da banda lateral, principalmente no caso de pneus radiais (reforçados com aço). Entretanto, mesmo com esse custo adicional do equipamento a remoção da banda acelera o processo construtivo, devido a uma maior facilidade de amarração. 
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Assista a esse vídeo bastante interessante sobre a construção de edifícios através de pneus, feitas pelo empresário e borracheiro José Neto, em Goiatuba, no interior de Goiás, que há 15 anos ele usa a borracha e o aço para substituir tijolos e ferragem na construção civil. O próximo desafio é terminar a construção de um hotel, todo feito de pneus.