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quarta-feira, 22 de junho de 2011

CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS

Projeto simultâneo


"Existem no setor de construção de edifícios diferentes maneiras e práticas de organizar, gerenciar e integrar o processo de projeto."


“Bom dia, leitores. Está é a última postagem do módulo final, encerra-se aqui toda a minha proposta sobre Edificações. Estou sem tempo para elaborar os exercícios sobre este módulo, portanto desativarei o blog até dia 09/07 (sábado), neste dia irei propor uma série de exercícios a serem feitos até 06/08 e vou recapitular tudo o que vimos até então no blog.
Logo depois, 12/07, iniciarei com o módulo introdutório da Engenharia Civil, pois, de acordo com a enquete, 77% dos blogueiros preferem Engenharia Civil a Arquitetura”, Alex Silva.


Introdução

Na construção, os ciclos de vida dos empreendimentos são bastante longos (da ordem de décadas) e compreendem diversas fases, que vão da montagem das operações
(concepção e promoção do empreendimento) ao descarte (demolição) ou reabilitação
(recuperação das condições de uso) das edificações, passando pelas fases de projeto, construção, uso e manutenção. Durante essas diversas fases, atuam ou estão envolvidos no empreendimento, diversos agentes independentes, com diferentes papéis e objetivos junto ao empreendimento.

Essa complexidade temporal e de intervenientes envolvidos no empreendimento traz dificuldades e limitações características para o preceito básico de integrar na concepção do produto todos os agentes envolvidos ao longo do ciclo de vida. 

Apesar disso, na construção as etapas iniciais do empreendimento (programa e projeto) são também as que apresentam as maiores oportunidades de intervenção e agregação de valor ao empreendimento.

Dessa forma, os processos de concepção e projeto são estratégicos para a qualidade do edifício ao longo do seu ciclo de vida. E a busca de novos métodos e processos que possam considerar precocemente a totalidade das questões envolvidas no projeto é de extrema relevância para o sucesso dos empreendimentos e para o progresso do setor de construção.

Objetivo

O presente trabalho tem como objetivo principal identificar a possibilidade e propor diretrizes para o estabelecimento de práticas de ‘projeto simultâneo’, no desenvolvimento de novos empreendimentos de construção de edifícios.

A hipótese central que norteia o desenvolvimento da pesquisa é que: As premissas da Engenharia Simultânea para o desenvolvimento de novos produtos e serviços são válidas para modernizar as práticas de gestão de projetos no setor de construção de edifícios; com base nestas premissas e na análise das características do processo de produção e do processo de projeto próprios da construção de edifícios pode-se postular um novo paradigma de “projeto simultâneo” para gestão do processo de projeto de empreendimentos de edifícios.

Partindo dessa formulação inicial, pode-se identificar uma série de etapas parciais de desenvolvimento do trabalho a serem cumpridas a fim de demonstrar e refinar a hipótese lançada:

• A premissa de colaboração intensa e precoce entre os agentes do projeto, implícita na Engenharia Simultânea, pode ser buscada no setor por meio do estabelecimento de parcerias entre os agentes do empreendimento; 
• A implantação do projeto simultâneo no setor passa por alterações na estrutura organizacional dos empreendimentos, na cultura das empresas e profissionais envolvidos e pela intensificação da utilização das novas tecnologias da informática e telecomunicações;
• Diferentes tipos de empreendimentos de edifícios (empreendimentos de construção-incorporação, sob encomenda e obras públicas) têm potencialidades e dificuldades próprias para estabelecimento do desenvolvimento simultâneo de projetos. 

Metodologia

Considerações metodológicas

O objeto da pesquisa é a gestão do processo de projeto de novos empreendimentos e as relações entre promotores, projetistas e construtores. Trata-se de uma pesquisa que demanda uma abordagem sócio-técnica da concepção do empreendimento e da realização dos projetos, envolvendo não só os conhecimentos técnicos de cada agente, mas, principalmente, as relações organizacionais e as tecnologias que incidem sobre o processo de produção do projeto e do empreendimento de edifícios. 

A abordagem sócio-técnica que norteia a pesquisa implicou o tratamento de dois conjuntos de temas, relativos:

• aos conhecimentos técnicos e tecnológicos, incluindo a base científica e sistematização do saber empírico, envolvidos nos projetos e nos processos produtivos;
• aos critérios de natureza social, econômica, jurídica e cultural que pautam as inter-relações entre os diversos agentes envolvidos no processo de produção de edifícios.

A complexidade do tratamento das relações organizacionais obrigou, ainda, uma abordagem multidisciplinar do tema, envolvendo, além dos conhecimentos provenientes da engenharia, a busca de conceitos e interpretações complementares de outras áreas, como arquitetura, administração, psicologia, etc.

Montagem e instrumentação da pesquisa

A outra dificuldade metodológica diz respeito à heterogeneidade de cada empreendimento de construção. Cada obra apresenta características singulares. Além disso, as hipóteses e objetivos da pesquisa apresentam um viés por demais explorativo, para serem tratados com métodos quantitativos e estatísticos. Dessa forma, descartou-se a pretensão de qualquer tipo de generalização dos dados e resultados do estudo de campo e optou-se pela realização de pesquisas de caráter qualitativo, junto a um número  reduzido de casos que se mostrassem interessantes. 

Assim, apesar da impossibilidade da generalização dos resultados, para cobrir diferentes realidades e situações de empreendimento e buscando obter uma perspectiva comparada, consideraram-se, na pesquisa, três “tipos” diferentes de empreendimentos que contemplam as principais intervenções que ocorrem no mercado de construção formal de edifícios. 

A tipificação de empreendimentos se pautou pelas características e abrangência da atuação do empreendedor na montagem e desenvolvimento do empreendimento.
Assim, foram elencados inicialmente os seguintes tipos de empreendimentos: promoção independente, incorporação-construção, obras sob encomenda.  Dessa forma os dados empíricos foram colhidos fundamentalmente por meio de estudos de caso junto a coordenadores de projeto de diferentes tipos de empreendimentos. 

É importante salientar que na formatação da investigação de campo foi descartada qualquer ambição de realização de pesquisa-ação, com intervenção do pesquisador nas práticas das empresas estudadas, por considerar que, diante da complexidade e ineditismo da problemática tratada, seria mais seguro e correto a realização de uma primeira investigação baseada em levantamentos e na caracterização fenomenológica das práticas de gestão de projetos e inovações em curso neste campo, deixando para futuros trabalhos a missão de desenvolver pesquisas que proponham e avaliem mudanças dirigidas no processo de projeto de empresas.

Constatações

A principal lição tirada das análises de campo é a demonstração de que é possível introduzir novas formas de gestão e que o processo de projeto e o processo de produção no setor não estão fadados à reprodução de modelos clássicos.

A adoção do conceito de projeto simultâneo representa um significativo avanço na forma de enfocar o desenvolvimento de produto na construção de edifícios, englobando no processo de projeto todas as facetas do ciclo de vida de um empreendimento imobiliário. As diretrizes para implementação do projeto simultâneo compõem um conjunto articulado de ações que, se aplicadas, possibilitam aprimorar o desempenho do processo de projeto e, consequentemente, a qualidade dos edifícios.

domingo, 19 de junho de 2011

GERENCIAMENTO E CONTROLE DE OBRAS



"Gerenciar é realizar os objetivos e as metas, alcançando o sucesso planejado, ou seja, é o presente gerenciado a cada dia. "  

No contexto da construção civil, a execução de qualquer empreendimento exige uma combinação de recursos. A mão-de-obra, os materiais e equipamentos aplicados diretamente ao projeto são recursos importantes e seu gerenciamento ao longo do tempo de execução, garante um produto final que se enquadra dentro do plano de condições de planejamento, estando sujeitos a limites e restrições. A alocação de recursos no devido tempo e o fornecimento de dados e fatos para o controle somente são possíveis através de um eficiente sistema de planejamento e programação.

O gerenciamento de um projeto em toda a sua plenitude garante ao longo do tempo de concepção, planejamento, execução e finalização a garantir que todas as atividades que compõe o projeto, estejam sendo executadas dentro das diretrizes e metas já estabelecidas.

O projeto para atingir todos os seus objetivos, deve ser controlado e gerenciado, durante todo o tempo de execução até a sua conclusão, portanto o gerenciamento e o controle são as principais ferramentas de sucesso de projeto.

Para se alcançar os objetivos pretendidos é preciso desenvolver mecanismos no sentido de:

·  treinar uma equipe para gerenciar as atividades;
·  delegar responsabilidades;
·  estabelecer um canal aberto de informações;
·  criar um plano de implementação do projeto;
·  controla e avaliar o andamento do projeto;
·  criar frentes para as tomadas de decisões;
·  criar banco de dados de tudo que foi executado;
·  garantir a manutenção de equipes motivadoras e focadas com os objetivos do projeto.

O gerenciamento é um processo contínuo e dinâmico ao longo de todo o tempo de execução e  se desenvolve e se organiza de acordo, com um trabalho em equipe, onde o fator humano e técnico é fundamental, e o foco será sempre o objetivo planejado.

A equipe de gerenciamento é o fator principal para que se tenha um bom desenvolvimento e controle da produtividade da mão-de-obra, da qualidade final dos serviços e na criação de indicadores e índices de composição, criando assim um banco de dados para a empresa, essa equipe também tem um papel importante nas tomadas de decisões e na implementação do projeto.

O gerenciamento de um projeto ocorre dentro e fora dele, a empresa gerenciadora do empreendimento, internamente se compõe de um setor administrativo, financeiro, comercial e de produção. O sistema da empresa e constituído de:

·  ambiente geral, composto por fatores sociais, políticos e tecnológicos;
·  ambiente operacional, que fica em função do mercado, da concorrência, de financiamentos e fornecedores;
·  ambiente interno, onde o produto final é produzido e contabilizado e comercializado.

O controle, através do acompanhamento e da avaliação, é a função que vai balizar a ação gerencial. Controlar é identificar e quantificar os desvios relativos às previsões originais e adotar ações corretivas para se obter os resultados desejados. O controle gerencial nada mais é que a comparação sistemática entre o previsto e o realizado, tendo como objetivo fornecer subsídios para as análises físicas, econômicas e financeiras e estabelecer os critérios lógicos para a tomada de decisões.

Existem várias técnicas que ajudam o gerenciamento e controle de obras, como diagrama de barras, cronograma de Gantt, redes PERT/CPM, etc., os quais possibilitam melhorias substanciais em termos de desempenho global. Sua utilização é necessária para evitar o inconveniente da tomada de decisão ao acaso. A escolha de ações emergenciais é motivada por circunstâncias próprias dos trabalhos e surgimento de problemas no dia-a-dia da obra, que poderiam ser previstos e assim, eliminados.

O processo de gerenciamento e controle não deve ser confundido com a aplicação de técnicas de planejamento, pois tem um âmbito muito mais amplo, muito mais organizacional do que técnico, envolvendo diversas etapas: coleta de dados, geração de plano (no qual são aplicadas as técnicas), controle, avaliação e replanejamento.

Dentre as várias inovações que vêm sendo adotadas pelas empresas de construção na área de gerenciamento e controle, destacam-se:

• informatização do planejamento;
• exposição de planos de obras simplificados no próprio canteiro, de forma a engajar a mão-de-obra mais intensamente no alcance das metas;
• coleta sistemática de dados para o controle.

Dentre os possíveis impactos resultantes de um planejamento, interligado a um controle gerencial, nas pequenas empresas de construção civil, destacam-se:

• maior previsibilidade da obra ou do empreendimento;
• emissão de relatórios evidenciando a posição da obra ou do empreendimento;
• possibilidade de cumprimento de prazos;
• controle mais eficaz sobre mão-de-obra, materiais e atividades;
• geração de dados para a administração da compra de materiais e contratação de
mão-de-obra;
• maior possibilidade de avaliar os métodos construtivos utilizados;
• suporte para a tomada de decisões financeiras;
• maior competitividade.
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Vídeo feito por diretores que utilizam o sistema SIECON SP7. Um sistema que te ajuda a descentralizar e a controlar a obra, lhe dando uma liberdade de evoluir em termos de obras...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO VI

Produtos cerâmicos











As figuras mostram os três tipos de tijolos: furado e maciço (superior) e perfurado (centralizado).

Matéria-prima

A matéria-prima base de todos os produtos cerâmicos é a argila (silicato de alumínio hidratado – SiO2.Al2O.2H2O), que é usada, preferencialmente, na sua forma mais pura. Existem argilas gordas (ricas em alumina) e magras (ricas em sílica) quanto ao teor de impurezas, as argilas dividem-se em puras: caulinite, caulino > 80% e impuras.

Propriedades

Fluidez e plasticidade – absorvem cerca de 50 a 70% do seu peso em água, tornando-se plásticas. Podemos então dar-lhes as formas desejadas sem que ocorra fissuração e contração – retração de 5 a 20% do seu volume durante a secagem;

Quanto à plasticidade dividem-se em:

muito plásticas (adiciona-se quartzo ou material cerâmico em pó (sílica));
pouco plásticas (adiciona-se caulino);
normais.

Impurezas

Dividem-se em:

Vitrificáveis (maior teor de sílica) – formam uma camada vítrea quando aquecidos;

Fusíveis (com óxido de ferro e sílica) – adquirem uma cor alaranjada devido ao óxido de ferro;

Calcários (1 a 5%) – funcionam como fundentes e solidificantes;

Óxido de ferro – a água dissolve-os e transporta-os para onde possa evaporar, provocando eflorescência e criptoflorescência;

Matéria orgânica – a qual se degrada provocando a perda de compacidade;

Pedras grossas – a ida ao forno provoca dilatações na matéria cerâmica, a qual é menor nas pedras, ficando estas soltas lá dentro.

Preparação das pastas

Extração a céu aberto;

Mistura e homogeneização – adiciona-se água mais corretivos (fundentes, por
exemplo);

Moldagem nas prensas e fieiras – mesmo que a homogeneização tenha sido por via úmida há que juntar água;

Secagem – a perda de água deve ser lenta, para que não aconteça uma retração brusca e consequente fissuração;

Cozedura – para aumentar a resistência;

Arrefecimento – lento para não estalar o material;

Apodrecimento – a fim de se retirar a matéria orgânica, pode ser:

      natural – espalha-se as pastas e depois molha-mo-las (aceleramos assim o
apodrecimento saindo a matéria orgânica livremente);
      artificial – junta-se aditivos que aceleram a degradação da matéria orgânica.

Fases da cozedura

100 a 120ºC – evaporação da água e aparecimento de porosidade;
250 a 600ºC – dissociação das moléculas de SiO2 e Al2O3;
600 a 1200ºC – combinação da SiO2 e da Al2O3 com o CaO, ocorrendo grande retração (são as reações mais importantes, pois conferem resistência mecânica ao composto);
1200 a 166ºC – fusão das argilas calcárias.

Tipos de fornos

Fornos tradicionais – lenha, temperatura não muito alta;

Fornos tipo Hoffman: 12 a 14 dias de cozedura. Estes fornos são umas casas ovais ou elípticas, com tantos compartimentos quantos  dias de cozedura. Cada compartimento tem uma porta para o exterior e poderá ter comunicação com os compartimentos do lado. Num dia qualquer há apenas 2 portas abertas: uma em que há entrada de material e outra em que há saída. Dá-se entrada de ar do compartimento de descarga para o de carga através de um sistema de abertura de portas (abertura em cima ou em baixo). Os queimadores cozem circular ao longo da sala, sendo colocados na sala. O ar que entra circula livremente por todos os outros compartimentos;

Fornos contínuos – 80 a 100 m de comprimento. A zona de maior calor é a zona central. Nestes fornos ocorre:

Fase de secagem – ocorre na parte inicial, zona ainda não muito quente em que a temperatura aumenta;
Fase de cozedura – é a cozedura propriamente dita, ocorrendo na zona central, a qual é a mais quente;
Fase de arrefecimento – ocorre na zona final, a qual já não está tão quente, estando a temperatura a diminuir.

Tipos de produtos cerâmicos

Produtos porosos – tijolos, telhas, refratários e azulejos;

Produtos não porosos – tubos de grês cerâmico, ladrilhos de grês cerâmico.


O grês absorve menos água que o tijolo, usa-se para fazer canalizações (levam a argila vitrificada, pelo que depois de cozido tem aspecto vítreo).

Tijolos

Matéria prima – argilas fusíveis com óxido de ferro;

Moldagem – por fieira ou prensagem

fieira – molde, no qual se obriga o material a passar, saindo depois com a configuração desejada (usada para fazer tijolos);

prensagem – consiste num sistema de molde e contra molde que vai à prensa. Este sistema é usado preferencialmente para as telhas.

Tipos de tijolos

tijolos maciços – furação < 15% – usam-se essencialmente com funções resistentes;

tijolos perfurados – furação de 15 a 50% (furos perpendiculares ao leito) – a sua função é ainda resistente, já que embora os vazios diminuam a sua área resistente, facilitam a cozedura e portanto a resistência unitária;

tijolos furados – furação de 30 a 75% (furos paralelos ao leito) – as suas funções são essencialmente de preenchimento.

A diferença principal entre os tijolos perfurados e os furados é a direção da furação.

Formatos base – independentemente de serem maciços, furados ou perfurados, os tipos base são (as características de forma – tipo de furação, perfuração, existência de saliências ou rebaixos para facilitar a utilização – variam com o fabricante).

Aplicações

Paredes simples – designações que indicam a espessura da parede. Se usarmos tijolos furados estas designações não estão relacionadas com a posição, mas sim com a dimensão.

¼ de vez (tijolos são colocados ao alto ou ao cutelo);
½ vez;
1 vez.

Paredes duplas – são formadas por dois panos de alvenaria sem contato físico. Na base tem uma caldeira que drena a água para o exterior e permite a entrada de ar.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

INSTALAÇÕES III

SANITÁRIAS

Sistema de saneamento com instalações sanitárias, coleta, tratamento e disposição final adequada do esgoto, onde não se registra a presença de micro-organismos patogênicos na água do córrego que serve como fonte de abastecimento humano.

Introdução

Entende-se como instalação sanitária o local destinado ao asseio corporal e/ou ao atendimento das necessidades fisiológicas de excreção. É proibida a utilização das instalações sanitárias para outros fins que não aqueles previstos.

As instalações sanitárias devem:

a) ser mantidas em perfeito estado de conservação e higiene;
b) ter portas de acesso que impeçam o devassamento e ser construídas de modo a manter o resguardo conveniente;
c) ter paredes de material resistente e lavável, podendo ser de madeira;
d) ter pisos impermeáveis, laváveis e de acabamento antiderrapante;
e) não se ligar diretamente com os locais destinados às refeições;
f) ser independente para homens e mulheres, quando necessário;
g) ter ventilação e iluminação adequadas;
h) ter instalações elétricas adequadamente protegidas;
i) ter pé direito mínimo de 2,5 m, ou respeitando-se o que determina o Código de Obras do Município da obra;
j) estar situadas em locais de fácil e seguro acesso, não sendo permitido um deslocamento superior a 150 metros do posto de trabalho aos gabinetes sanitários, mictórios e lavatórios.

A instalação sanitária deve ser constituída de lavatório, vaso sanitário e mictório, na proporção de 1 conjunto para cada grupo de 20 trabalhadores ou fração, bem como de chuveiro, na proporção de 1 unidade para cada grupo de 10 trabalhadores ou fração.


Lavatórios

Os lavatórios devem:

a) ser individual ou coletivo, tipo calha;
b) possuir torneira de metal ou de plástico;
c) ficar a uma altura de 90 cm;
d) ser ligados diretamente à rede de esgoto, quando houver;
e) ter revestimento interno de material liso, impermeável e lavável;
f) ter espaçamento mínimo entre as torneiras de 60 cm, quando coletivos;
g) dispor de recipiente para coleta de papéis usados.


Vasos sanitários

O local destinado ao vaso sanitário (gabinete sanitário) deve:

a) ter área mínima de 1 m²;
b) ser provido de porta com trinco interno e borda inferior de, no máximo, 15 cm de altura;
c) ter divisórias com altura mínima de 1,8 m;
d) ter recipiente com tampa, para depósito de papéis usados, sendo obrigatório o fornecimento de papel higiênico.

Os vasos sanitários devem:

a) ser do tipo bacia turca ou sifonado;
b) ter caixa de descarga ou válvula automática;
c) ser ligado à rede geral de esgotos ou à fossa séptica, com interposição de sifões hidráulicos.


Mictórios

Os mictórios devem:

a) ser individual ou coletivo, tipo calha;
b) ter revestimento interno de material liso, impermeável e lavável;
c) ser providos de descarga provocada ou automática;
d) ficar a uma altura máxima de 50 cm do piso;
e) ser ligado diretamente à rede de esgoto ou à fossa séptica, com interposição de sifões hidráulicos.

No mictório tipo calha, cada segmento de 60 cm deve corresponder a um mictório
tipo cuba.


Chuveiros

a) a área mínima necessária para utilização de cada chuveiro é de  80 cm², com altura de 2,1 m do piso;
b) os pisos dos locais onde forem instalados os chuveiros devem ter caimento que assegure o escoamento da água para a rede de esgoto, quando houver, e ser de material antiderrapante ou provido de estrados de madeira;
c) os chuveiros devem ser de metal ou plástico, individuais ou coletivos, dispondo de água quente;
d) deve haver um suporte para sabonete e cabide para toalha, correspondente a cada chuveiro;
e)
os chuveiros elétricos devem ser aterrados adequadamente.
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Entrevista feita pela Rede Globo, no programa "Bom Dia, Brasil". Entenda um pouco melhor sobre a questão do saneamento básico.

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Não há saúde sem saneamento

Essa situação do setor de saneamento no Brasil tem consequências muito graves para a qualidade de vida da população, principalmente aquela mais pobre, residente na periferia das grandes cidades ou nas pequenas e médias cidades do interior.

Da população diretamente afetada, as crianças são as que mais sofrem.

Veja os números:

·       65% das internações hospitalares de crianças menores de 10 anos estão associadas à falta de saneamento básico;
·       a falta de saneamento básico é a principal responsável pela morte por diarreia de menores de 5 anos no Brasil;
·       a eficácia dos programas federais de combate à mortalidade infantil esbarra na falta de saneamento básico;
·       os índices de mortalidade infantil em geral caem 21%  quando são feitos investimentos em saneamento básico;
·       as doenças decorrentes da falta de saneamento básico mataram, em 1998, mais gente do que a AIDS;
·       a utilização do soro caseiro, uma das principais armas para evitar a diarreia, só faz o efeito desejado se a água utilizada no preparo for limpa;
·       15 crianças de 0 a 4 anos de idade morrem por dia no Brasil em decorrência da falta de saneamento básico, principalmente de esgoto sanitário.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

INSTALAÇÕES II


HIDRÁULICAS


Sistema de aquecimento solar proposto pela Light (distribuidora de energia do RJ).

Instalações hidráulicas dizem respeito às instalações de dutos condutores de fluídos. O tipo de instalação varia dependendo do fluído e de sua finalidade. Os casos mais comuns e erroneamente considerados como sendo os únicos tipos de instalações hidráulicas são: o abastecimento de água e o sistema de esgoto, mas a variedade é muito maior, existem ainda o sistema de prevenção de incêndio, o recolhimento de águas pluviais e a distribuição de gás. Contudo nem sempre foi tão fácil contar com o tipo de estrutura que conhecemos hoje, e o sistema hidráulico possuía em muitos lugares um sentido diferente do que nos é comum.

Instalações de água fria

As instalações prediais de água fria, para uso e consumo humano, regem-se pela NBR 5626/92, que: "fixa as condições exigíveis, a maneira e os critérios pelos quais devem ser projetadas as instalações prediais de água fria, para atender às exigências técnicas mínimas de higiene, segurança, economia e conforto dos usuários." 

O abastecimento de uma instalação predial de água fria pode ser feito pela rede pública ou por fonte particular. Quando não há condições de atendimento pela rede pública ou a edificação situa-se em área não urbanizada, é preciso recorrer à captação em nascentes ou no lençol subterrâneo, havendo necessidade de periódica verificação da potabilidade, em ambas as circunstâncias. 

No caso das nascentes, a água é captada, armazenada em reservatórios e, em alguns casos, sofre um tratamento com cloração. No caso do lençol subterrâneo, utilizam-se poços, dos quais a água é bombeada para a superfície. 

Componentes do sistema predial de água fria: 

Ramal predial: liga a rede pública à instalação do prédio;
Ramal interno (ou de alimentação): conduz a água do recalque para o reservatório superior;
Reservatório inferior: uma das fontes de alimentação do prédio;
Instalação de recalque: bombeia a água para cima em direção às saídas d'água;
Válvula de retenção: impede o refluxo da água para a bomba;
Reservatório superior: caixa d'água;
Barrilete: estabelece conexão entre o reservatório superior e a coluna;
Coluna de distribuição: alimenta as saídas d'água ao longo dos pavimentos;
Ramal e sub-ramais de distribuição: liga a coluna às saídas d'água, ou seja, torneiras, válvulas etc.;
Peças de utilização e aparelhos sanitários.

Considerações gerais

As instalações devem ser projetadas de modo a: 

Garantir a potabilidade da água do sistema de abastecimento e do sistema de distribuição; 
Garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade suficiente, com pressões e velocidades adequadas e compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos, das peças de utilização, etc.; 
Promover conforto aos usuários (níveis de ruído aceitáveis e peças convenientemente adotadas); 
Proporcionar facilidade de manutenção, operação e futuros acréscimos; 
Possibilitar economia de água, energia e manutenção. 

Consumo e dimensionamento do sistema 

A capacidade total de reserva não pode ser inferior ao consumo diário, de acordo com a NBR 5626/82; além disso, uma prática usual é adotar uma reserva para um período de 24 horas. Portanto, a reserva mínima é de 500 litros, considerando uma residência mínima (um quarto ou duas pessoas). 

A capacidade total de reserva deve ser inferior a três vezes o consumo diário, observando-se que, para volumes de grande monta, há necessidade da garantia da potabilidade em razão do período de armazenamento médio da água no reservatório, bem como verificar disposições legais quanto ao volume máximo a armazenar.
 

Instalações de água quente

O fornecimento de água quente representa uma necessidade nas instalações de determinados aparelhos e equipamentos ou uma conveniência para melhorar as condições de conforto e higiene em aparelhos sanitários de uso comum. Assim, não se pode prescindir de água quente em instalações hospitalares e em hotéis com restaurantes e lavanderias, e seria inaceitável um prédio residencial que não fosse dotado de instalações para produção de água quente. Também se recorre à água quente em instalações industriais, em laboratórios ou onde se realizam processamentos de produtos químicos e industriais de imensa variedade.

Misturador para chuveiro e ducha são conjuntos de misturadores pré-montados formados por registros de pressão e as respectivas conexões para utilização em chuveiros, duchas higiênicas e banheiras. Este sistema facilita a instalação, evitando falhas na montagem além de proporcionar economia na mão-de-obra. Os registros dos misturadores têm um dispositivo de retenção que não permite o retorno da água quente para as canalizações de água fria evitando possíveis danos às instalações.

Podemos dividir as instalações de água quente em: 

Instalações industriais: a água quente atende a exigências das operações inerentes aos processos empregados na indústria. Os dados referentes ao consumo de água quente, pressão e temperatura são estabelecidos em função da natureza, finalidade e produção dos equipamentos que dela irão necessitar. 

Instalações prediais: Sob essa designação acham-se compreendidas as instalações que servem a peças de utilização, aparelhos sanitários ou equipamentos, visando a higiene e o conforto dos usuários. As exigências técnicas mínimas a serem atendidas nessas instalações acham-se estabelecidas na NBR 7198/82 - "Instalações Prediais de Água Quente." Deve-se ter alguns cuidados na instalação: o correto dimensionamento, a possível dilatação, o isolamento, a prumada (coluna de água fria - exclusiva aos aquecedores) e a pressão (limite = 40mca - o mesmo da água fria). 

Aquecedores com energia solar 

Um sistema básico de aquecimento de água por energia solar é composto de placas coletoras solares e reservatório térmico. As placas coletoras são responsáveis pela absorção da radiação solar. O calor das placas é transmitido para a água que circula no interior de suas tubulações de cobre.

O reservatório térmico é um recipiente para armazenamento da água aquecida. São cilindros de cobre ou inox, isolados termicamente com poliuretano expandido sem CFC. Desta forma, a água permanece aquecida e pronta para o uso a qualquer hora do dia. A caixa de água fria alimenta o reservatório, mantendo-o sempre cheio.

Em sistemas mais simples, a água circula entre os coletores e o reservatório através de um mecanismo natural chamado termosifão. Nesse sistema, a água dos coletores fica mais quente e, portanto, menos densa que a água no reservatório. Assim a água fria "empurra" a água quente gerando a circulação. Esses sistemas são chamados da circulação natural ou termosifão. A circulação da água também pode ser feita através de moto bombas, sendo então chamado de circulação forçada ou bombeado, que são normalmente mais utilizados em piscinas e sistemas de grandes volumes.

Águas pluviais 

Tais instalações são compostas por calhas e tubos que escoam água através do chamado “escoamento por gravidade”.  As instalações pluviais têm como principal função recolher e conduzir para um local determinado as águas provenientes da chuva que atingem a edificação, garantindo, desta forma, que não haja excessiva umidade no edifício.
O destino das águas pluviais pode ser:

Disposição no terreno, com o cuidado para não haver erosão, usando para isso leito de pedras no local de impacto;
Disposição na sarjeta da rua ou por tubulação enterrada sob o passeio, pelo sistema público, as águas pluviais chegam até um córrego ou rio;
Cisterna (reservatório inferior) de acumulação de água, para uso posterior.

Materiais utilizados

Numa instalação hidráulica utiliza-se uma enorme variedade de materiais. Aqui trataremos somente de alguns deles. É sempre conveniente conhecer bem o material que deverá empregar.    

Plásticos

PVC

Nas últimas décadas, o policloreto de vinila, mais conhecido como PVC, tornou-se parte do vocabulário de consumidores e encanadores, substituindo, a partir dos anos 60, os velhos tubos de ferro fundido. E não foi por acaso. A mais comum das famílias de tubos e conexões, o PVC, compões a maioria das instalações de água fria no Brasil.

Eles são largamente utilizados, muito conhecidos, têm preço relativamente baixo e fácil manuseio. Apesar de tudo isso, uma estranha contradição envolve os tubos de PVC: todos pensam saber manuseá-los, mas poucos encanadores dominam, de fato, os procedimentos adequados para sua instalação. O resultado, quase sempre, aparece na forma de vazamentos.

CPVC

A sigla corresponde ao policloreto de vinila clorado, um derivado do PVC que suporta temperaturas de até 80°C. Mas seu uso ainda é tema polêmico. Enquanto alguns técnicos garantem que ele não é tão bom quanto o cobre, outros acreditam que o CPVC cumpre sua função e representa economia na instalação de sistemas de água quente.

Como o material é relativamente novo, não se tem informações exatas sobre seu comportamento em instalações à longo prazo.

Polietileno reticulado

O nome pode ser complicado, mas a aparência é bastante comum: lembra uma mangueira de jardim. Adequado para o transporte de água quente ou fria, o polietileno reticulado, bastante difundido em países da Ásia, é considerado por vários projetistas o material do futuro. Sua flexibilidade facilita a instalação, mas seu custo ainda é elevado para pequenas obras. De qualquer forma, o consumidor brasileiro pode esperar mudanças, especialmente a partir de 1999: algumas empresas têm planos de produzir o polietileno reticulado no país. Enquanto isso, projetos de novos edifícios prevêem o uso do produto, conjugado com as paredes de gesso acartonado.

Vantagens:

baixo peso;
baixo custo relativo;
boa resistência química;
baixo coeficiente de atrito;
baixa tendência ao entupimento;
baixa condutividade elétrica;
baixa condutividade térmica;
facilidade para instalação, manutenção e segurança, quando protegido externamente.

Desvantagens:

baixa resistência à temperatura;
baixa resistência à pressão;
baixa resistência mecânica;
baixa estabilidade dimensional;
alto coeficiente de dilatação;
baixa resistência física aos choques e ao fogo;

Metais 

Cobre

Como os outros materiais, o cobre também tem seus atributos e desvantagens. Em se tratando de qualidade e vida útil, certamente não há material que o iguale. Por outro lado, o custo é o mais alto que o dos outros materiais e requer alguns cuidados particulares. São eles: 

requer mão-de-obra especializada para a instalação;
tem alto coeficiente de dilatação, por isso não se deve aderi-lo à estrutura do prédio;
tem alta condução térmica, necessitando isolamento. 

Ferro

Sua vida útil é baixa, tem as desvantagens de enferrujar, conduzir calor, além do fenômeno da encrustação: em 10 anos de uso, devido ao material acumulado nas paredes internas da tubulação, sua seção transversal já terá sido reduzida pela metade. 
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O vídeo explica o sistema de aquecimento solar proposto pelo QiSat, uma vez que o mesmo oferece consumo de energia elétrica.