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sábado, 4 de junho de 2011

TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES V (PARTE 2)


VEDAÇÕES


Ligação com pilares.

Técnicas de execução de alvenarias

Documentos de referência:

– Projeto arquitetônico;
– Projeto estrutural;
– Projeto hidráulico;
– Projeto elétrico;
– Projeto de esquadrias.

Ferramentas necessárias

·      carrinho para blocos;

·      colher de pedreiro – é utilizada no espalhamento da argamassa para o assentamento
da primeira fiada, na aplicação da argamassa de assentamento nas paredes transversais
e septos dos blocos e para a retirada do excesso de argamassa da parede após o assentamento dos blocos;

·      palheta – usada para a aplicação do cordão da argamassa de assentamento nas
paredes longitudinais dos blocos por meio do movimento vertical e horizontal ao mesmo tempo;

·      bisnaga – sugere-se que sua utilização na aplicação da argamassa nas juntas verticais
dos blocos. Tarefa essa que pode ser executada pelo ajudante, proporcionando ao pedreiro, maior produção na elevação da alvenaria;

·      fio traçador de linhas – quando assentamos um bloco estratégico as seguintes  
operações são realizadas: locamos o bloco na posição segundo o projeto, devemos nivelá-lo em relação a referência de nível, aprumá-lo e mantê-lo no alinhamento da futura parede. O bloco estará locado quando essas condições forem conseguidas. O emprego do fio traçador de linhas elimina dois procedimentos no assentamento desses
blocos: a locação e o alinhamento. O fio traçador compõe-se de um recipiente onde colocamos pó colorido, que tinge o fio ao ser desenrolado;

·      brocha – utilizada para molhar a laje para aplicação da argamassa de assentamento
dos blocos da primeira fiada;

·      caixote para argamassa e suporte – o caixote para argamassa de assentamento deve
possuir paredes perpendiculares para possibilitar o emprego da régua (40 cm). O suporte com rodas permite que o pedreiro desloque o caixote com menos esforço e sem necessidade da ajuda do servente;

·      trena de 30m – utilizada na fase de conferência das medidas e esquadro do
pavimento, antes de iniciar o assentamento dos blocos da primeira fiada

·      nível – sugere-se o nível alemão por ser um equipamento simples, eficiente e barato
se comparado com o nível laser, podendo ser fabricado com facilidade. Compõe-se de uma mangueira de nível com 16 m comprimento, acoplada em uma extremidade a um
recipiente de água de aproximadamente 5 litros e, na outra extremidade, a uma haste de alumínio com 1,7 m de altura. O recipiente se apoia a um tripé metálico com 1 m de altura. A haste de alumínio possui um cursor graduado em escala métrica de 25
a +25 cm;

·      régua prumo-nível – usada para verificar o prumo e nível da alvenaria durante o
assentamento dos blocos. É também utilizada na verificação da planicidade da
parede. Esta régua substitui o prumo de face;

·      esquadro (60x80x100 cm) – usado na verificação e na determinação da
perpendicularidade entre paredes na etapa de marcação e durante a execução da primeira fiada;

·   escantilhão – assentado após a marcação das linhas que definem as direções das
paredes em pontos definidos pelo encontro das paredes, com a primeira marca
nivelada em relação à referência definida pelo ponto mais alto da laje,
garante o nivelamento perfeito das demais fiadas. Equipamento constituído de uma haste vertical metálica com cursor graduado de 20 em 20 cm e duas hastes
telescópicas articuladas a 1,20 m de altura. É fixado sobre a laje com auxílio de parafusos e buchas.

Passos para se executar a alvenaria

1º passo – Marcação

·      Depois de ter estudado os projetos e providenciado os componentes, materiais e
equipamentos necessários, iniciamos a marcação da alvenaria locando e marcando no
pavimento a origem das medidas;
·      Verifica-se o esquadro da obra através da diferença entre as diagonais de um
retângulo. Se para cada 10 metros você encontrar uma diferença menor ou igual a 5 mm entre as diagonais, isso significa que o pavimento se encontra no esquadro;
·      Locar e marcar a direção das paredes, vãos de portas e shafts utilizando a linha
traçante (também chamado de “cordex”).

Observações:

·      Conferir referências com o gabarito de marcação ou locação da obra;
·      A marcação das paredes perpendiculares pode ser feita usando as medidas: 3, 4 e 5.

2º passo – Instalação dos escantilhões

· Os escantilhões podem ser fixados com pregos de aço ou bucha e parafuso.

3º passo – Colocação dos escantilhões no prumo

·      Para essa operação, utilizamos preferencialmente a régua prumo-nível.

4º passo – Nivelamento da 1ª fiada

·      Na direção das paredes, com um nível, percorremos o pavimento e determinamos o
ponto mais alto;
·      Em cada escantilhão, transferimos esse nível e ajustamos a marca da 1ª fiada;
·      Posicionamos as linhas, para garantir o alinhamento e nivelamento das fiadas;

5º passo – Assentamento da 1ª fiada

·      Molhar a superfície do pavimento com o uso de uma brocha na direção da parede
antes da aplicação da argamassa;
·      Aplicar a argamassa de assentamento com uma colher de pedreiro na largura
aproximada do bloco;
·      Assentamento de blocos de extremidade;
·      Assentamento dos demais blocos;
·  Verificações importantes na execução da primeira fiada.

Na primeira fiada deve-se checar os seguintes itens:

·      Locação e tolerâncias dimensionais dos vãos de portas (quando não for utilizado gabarito) e vãos destinados aos “shafts”;
·      Posição das instalações elétricas e hidrossanitárias.

6º passo – Assentamento das demais fiadas

·      A execução da alvenaria a partir da segunda fiada torna-se intuitiva, quase
“automática”.
·      Contudo, deve-se atentar para o correto posicionamento dos blocos na
parede onde serão aplicados elementos como:

      Tomadas e interruptores elétricos;
      Componentes pré-fabricados de concreto ou argamassa armada, tais como quadros
elétricos, visitas hidrossanitárias, molduras para ar condicionado, contramarcos de janelas e contra-vergas de portas;

Uso da bisnaga:

·      Compatibilidade com as características dos blocos;
·      Dificuldade inicial de implantação;
·      Necessidade de argamassa adequada;
·      Maior regularidade na definição da espessura;
·      Maior produtividade potencial.

Uso da desempenadeira:

·      Mais facilmente adaptável à mão-de-obra;
·      Formação de dois cordões de forma não contínua;
·      Espessura menos regular que com a bisnaga.

Aplicação da argamassa de assentamento

·      A argamassa de assentamento tem sido aplicada de duas formas: nas paredes
longitudinais, transversais e septos dos blocos ou apenas nas paredes longitudinais;
·      Trabalhos técnicos têm mostrado que existe uma queda de 20% na resistência à
compressão das paredes quando executadas com argamassa apenas nas juntas longitudinais, em relação às paredes com argamassa também nas juntas transversais;
·      Recomenda-se levantar os cantos primeiro porque, desta forma, o restante da parede
será erguida sem preocupações de prumo e horizontalidade, pois estica-se uma linha entre os dois cantos já levantados, fiada por fiada.
·      Durante toda a etapa de elevação, o prumo, o nível e o alinhamento devem ser
verificados de maneira constante. A régua prumo-nível agiliza e confere precisão a este procedimento;
·      Para se obter melhor produtividade na execução de alvenaria, as juntas verticais
podem ser preenchidas após o assentamento dos blocos com a utilização de bisnaga;
·      Em função da distribuição das equipes, essa tarefa pode ser passada ao ajudante,
possibilitando que ele comece a se capacitar e assumir outras atividades posteriormente.

União entre paredes

·      São sempre desejáveis juntas de amarração;
·      Pode-se utilizar blocos especiais;
·      Pode-se utilizar reforços metálicos;
·      Tela de malha quadrada eletro soldada;
·      Tela de malha losangular (estuque);
·      Barras ou fios de Ф 5 mm ou 6,3 mm.

Ligações com pilares

·      Chapisca-se as faces dos pilares em contato futuro com a alvenaria

      tradicional (aplicação “na colher”);
      argamassa industrializada para chapisco (aplicação com desempenadeira dentada);
      chapisco rolado (aplicação com rolo de espuma).

·      Dispositivos de reforço

      “Ferros de espera” chumbados durante a própria concretagem do pilar (dobrados,
faceando a forma internamente – ferro cabelo);
      Ferros posteriormente embutidos com brocas de vídea e colagem epóxi (espaçamento
a cada 40 cm e transpasse de 50 cm)
      Telas eletro soldadas fixadas com pistolas “finca-pinos”:

Ø Função de evitar destacamentos das paredes (fissuras, trincas ou rachaduras) devido
às movimentações causadas por:

1.    dilatações e retações térmicas;
2.    deformação da estrutura;
3.    acomodações do solo (recalques);
4.    acomodação da própria alvenaria.

Ligações com vigas ou lajes

Fixação rígida (com pré-tensionamento)

As paredes são fixadas sob tensão, transmite os esforços e deformações da estrutura para a alvenaria. Se a estrutura for muito deformável é necessário o dimensionamento da alvenaria, pois a parede irá contraventar a estrutura. Em caso contrário a parede é somente vedação e a pré- tensão é feita para garantir a ligação estrutura-alvenaria.

·      Métodos

      encunhamento com tijolos inclinados;
      encunhamento com cunhas de concreto;
      fixação com argamassa expansiva;
      encunhamento com tijolos inclinados;
      encunhamento com cunhas de concreto;
      fixação com argamassa expansiva.

Fixação “resiliente” (sem pré-tensionamento)

Técnica recomendada para estruturas mais deformáveis – menor nível de tensão nas paredes do que na ligação rígida e, portanto, diminuição da probabilidade de surgimento de fissuras pelas deformações impostas pela estrutura. A deformação lenta e aderência inicial garantem uma boa fixação. Há a necessidade de argamassa com características especiais (baixo módulo, alta aderência inicial e alta plasticidade).

Fixação plástica (por colagem com espuma)

Técnica recomendada para estruturas muito deformáveis – menor nível de tensão nas
paredes de todas as técnicas e, por consequência:

      menor risco de surgimento de fissuras pelas deformações impostas pela estrutura;
      fixação garantida pela colagem;
      necessidade de forro falso em todos os cômodos ou o uso de mata juntas (ex. sancas
de poliestireno).

Preparação dos vãos das esquadrias

Sobre o vão das portas e sob os vãos das janelas devem ser construídas vergas:

·      Quando trabalha sobre o vão, a sua função é evitar as cargas nas esquadrias;
·      Quando trabalha sob o vão, têm a finalidade de distribuir as cargas concentradas
uniformemente pela alvenaria inferior. Caso contrário, a alvenaria ficara sujeita à carga
concentrada nas laterais do vão e sem carga no centro. Essa diferença fará com que surjam trincas na alvenaria.

As vergas podem ser pré-moldadas ou moldadas no local, e devem exceder ao vão no
mínimo 30 cm ou 1/5 do vão. No caso de janelas sucessivas, executa-se uma só verga.

Planejamento da execução

·      Sequência ideal

      Elevação de cima para baixo com toda a estrutura executada e fixação de cima
para baixo com toda alvenaria executada;
      Diretrizes para a execução:

Ø Prazos de carência mínimos:

      Marcação – 30 dias da concretagem da laje;
      Elevação – defasagem de 1 semana da marcação ( e sem escoramento na laje
superior);
      Fixação – 70 dias da concretagem da laje.

·      Diretrizes para a fixação

      Retardar ao máximo a fixação;
      Colocar antes toda a carga permanente possível (ex. contrapiso);
      No mínimo três ou quatro pavimentos de alvenaria já executados acima do que
será fixado;
      Fixar a alvenaria dos pavimentos superiores para os inferiores (alternativa – em
conjunto de três ou quatro pavimentos de cima para baixo);
      Fixação da alvenaria do último pavimento.

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