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sábado, 7 de maio de 2011

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO III


INERTES OU AGREGADOS


Inertes utilizados na construção civil.

Introdução

Usados para fazer betões e argamassas, dado serem mais baratos do que os cimentos, diminuindo o custo da obra. Diminuem as retrações, dado que os inertes não diminuem de volume. Não se usam basaltos, pois têm textura vítrea o que provoca problemas na aderência.

Classificação

Quanto à origem petrográfica – calcária (sul) e granítica (norte);

Quanto à dimensão (granulometria) – finos (areias britadas) e grossos;

Quanto à densidade

. leves – densidade menor que 2 t/m³, usados em estruturas com baixo peso próprio ou bom isolamento térmico. Exs.: leca (argila expandida), cortiça, poliestireno expandido;
. normais – densidade entre 2 e 3 t/m³, usados em betões. Exs.: areias, britas;
. pesados – densidade maior que 3 t/m³, isolam radiações, usados em muros de suporte. Exs.: barita, desperdícios metálicos.

Quanto ao modo de obtenção – os inertes surgem na natureza em grandes blocos, as britadeiras diminuem as suas dimensões, surgindo desperdícios que podem ser usados como areias britadas. Podendo ser:

. naturais (areias) – são usados tal como ocorrem na natureza;
. britados

Características impostas pela norma em vigor

Resistência mecânica à compressão – só pode fazer quando se conhece a rocha-mãe e se tem acesso a ela. Quando não é possível estudar a rocha-mãe, recorre-se a ensaios sobre amostras do inerte. Usa-se, por exemplo, o ensaio de esmagamento ou o ensaio de desgaste. Quando não é possível realizar qualquer um dos ensaio, uma maneira objetiva e segura de avaliar a qualidade de um inerte, consiste em determinar a tensão de rotura de um betão com ele fabricado e a tensão de rotura de um betão padrão amassado nas mesmas condições, constituído por um bom inerte de propriedades bem conhecidas.

Módulo de elasticidade – também só pode ser determinado se conhecer a rocha-mãe. O ensaio é feito da forma usual, isto é, durante o ensaio de compressão ou de tração medem-se instantaneamente as tensões e as extensões. Quanto mais esférica for a partícula, melhor ela se autoarruma (mais compacidade e mais resistência mecânica).

Trabalhabilidade – facilidade com que o material é trabalhado. Quanto mais esféricas são as partículas, melhor a trabalhabilidade.

Análise granulométrica – consiste em avaliar as dimensões das partículas. O resultado deste ensaio depende da forma dos inertes.

Coeficiente volumétrico – serve para avaliar a forma do inerte. Quando o coeficiente volumétrico for igual a 1, a partícula é esférica. Quanto maior o coeficiente, melhor a forma.

Amostragem – usam-se separadores ou o método do esquartelamento.

. esquartelamento – retira-se uma quantidade significativa de material, depois espalha-se sobre uma superfície lisa. Divide-se em 4 partes mais ou menos iguais e retiram-se 2 das partes opostas. Mistura-se o material restante e repete-se o processo até obter uma quantidade representativa da amostra e susceptível de avaliar;
. separadores – caixa contendo um número par de baias separadoras, as quais estão ligadas ao exterior, indo metade do material para cada lado.

Ligação inerte (ligante) – uma má ligação inerte-cimento diminui a resistência mecânica do betão. Quanto menor irregularidade das partículas, menor aderência ligante, pois haverá menor atrito entre eles, o inerte britado tem melhor aderência do que o inerte rolado.

. características que influenciam a ligação inerte – irregularidade e porosidade (quanto maior a porosidade, maior a tendência para puxar a água para o seu interior e com ela vem também o cimento);
. tipos de ligações inertes:

- ligação epitáxica: os cristais dos componentes do cimento hidratado prolongam os do inerte, os quais têm em comum as suas redes cristalinas. O ligante como que imita a textura do inerte, trazendo-a para a superfície, o que melhora a ligação;
- ligações químicas: os inertes não são completamente inertes quimicamente, gerando-se ligações químicas entre o ligante e o inerte;
- ligação mecânica: deve-se à rugosidade do inerte.

Resistência ao congelamento – é determinada através da determinação do coeficiente de embebição.

Resistência aos sulfatos – avalia-se a perda de massa sofrida após 5 ciclos, nos quais o inerte é colocado numa solução de sulfatos e em seguida numa estufa, sofrendo evaporação.

Coeficiente de dilatação térmica – só se faz se tivermos acesso à rocha-mãe. Para o cálculo da composição do betão, há que conhecer determinadas propriedades do inerte:

. massa volúmica;
. absorção;
. humidade;
. granulometria.

Impurezas – podem interferir química ou fisicamente com o ligante. As que interferem quimicamente são:

. partículas que dão origem a reacções expansivas com o cimento;
. impurezas de origem orgânica;
. impurezas de origem mineral (sais).

As que interferem fisicamente são:

. partículas de dimensões iguais ou inferiores às das partículas de cimento que interferem na estrutura do mineral hidratado, enfraquecendo-a;
. partículas com resistência baixa;
. partículas com contrações e expansões excessivas devidas  às alternativas de embebição e secagem;

As impurezas provenientes de partículas finas diminuem a resistência mecânica e aumentam a quantidade de água necessária para fabricar o betão, pois essas partículas requerem muita água para serem hidratadas. Este aumento da quantidade de água usada, por si só, diminui a resistência mecânica e aumenta a retração do betão.

Análise granulométrica – processo através do qual se distribui as percentagens das partículas de determinadas dimensões que constituem o inerte.

. série principal – esta série é caracterizada pela dimensão da malha, para as britas, ou pelo número de aberturas por polegada linear, para as areias;
. série secundária – tem por objetivo completar a curva granulométrica com a adição de mais pontos.

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