INTRODUÇÃO
Os
Sistemas de Informação Geográfica (SIG) são conjuntos de funções automatizadas,
que fornecem aos profissionais, capacidades avançadas de armazenamento, acesso,
manipulação e visualização de informação georreferenciada.
“Boa tarde, leitores. Estamos chegando
ao fim do módulo final da Arquitetura, só restarão três temas para o término do
módulo. E para encerrarmos bem, pretendo dividir Sistemas de Informação
Geométrica em duas unidades. Está será a primeira unidade: Introdução. No
domingo (08/07) postarei a segunda unidade: Dados Geográficos e Funções do SIG;
e na próxima semana postarei mais dois temas, finalizando nosso módulo”, Alex
Silva.
O que é SIG?
Para
se saber o que é SIG, é necessário definir o que é IG (Informação Geográfica). Neste
sentido, se pode pensar que informação geográfica é:
¾ informação sobre
locais na superfície da Terra;
¾ conhecimento
sobre onde alguma coisa está;
¾ conhecimento
sobre o que está em uma dada localização.
A
informação geográfica pode ser muito detalhada, por exemplo:
¾ informação sobre
as localizações de todas as edificações em uma cidade;
¾ informação sobre
cada árvore em uma floresta.
Da
mesma forma, o detalhamento da informação geográfica pode ser muito
superficial.
Por
exemplo:
¾ o clima de uma
grande região;
¾ a densidade
populacional de um país;
Como
é possível observar, nos exemplos acima, conforme os objetivos a serem alcançados,
a resolução geográfica pode variar. Outras características da informação
geográfica são:
¾ sempre
relativamente estática:
Ø As feições
naturais e muitas feições culturais (de origem humana) não são alteradas
rapidamente;
Ø Ao imprimir a
informação geográfica em papel, a mesma se torna estática.
¾ pode ser muito
volumosa:
Ø Alguns terabytes
de dados podem se produzido por um único satélite em um dia;
Ø Alguns gigabytes
de dados são necessários para descrever a rede viária do Brasil.
A
informação geográfica pode ser expressa na forma digital, codificada em um
alfabeto que utiliza somente dois caracteres (0 ou 1), denominado bits.
Qualquer informação digital é uma sequencia de bits.
Para
realizar coletas e manipulações de informações geográficas na forma digital, se
fez necessário, o desenvolvimento de várias tecnologias, sendo que as de
importantes destaques são:
¾ Sistema de
Satélite de Navegação Global (GNSS):
Ø Um sistema de
satélites orbitando a Terra e transmitindo sinais precisos para o
posicionamento
geográfico. Este sistema de satélites é composto por um conjunto de satélites
Norte-Americanos (GPS), Russos (GLONASS) e da Comunidade Europeia (Galileo);
Ø Os sinais
transmitidos pelos satélites são recebidos, na superfície terrestre, por
dispositivos
eletrônicos especiais (receptores GNSS);
Ø Os receptores
oferecem a medida direta de posição na superfície da Terra;
Ø A localização é
expressa em latitude/longitude ou ainda outro em outro sistema
de coordenadas.
¾ Sensoriamento
Remoto
Ø Utiliza sensores
a bordo de satélites e aeronaves para capturar informações sobre a
superfície
e atmosfera terrestre;
Ø Os sensores
variam de acordo com a capacidade de detalhamento da observação
espacial,
espectral, temporal e radiométrica;
Ø Os sinais
capturados pelos sensores são transmitidos para a Terra, recebidos em
estações
onde eles são transformados em imagens digitais.
Muitas
outras tecnologias, ciências e técnicas são utilizadas na aquisição e
manipulação de informações geográficas, entre elas, estão a cartografia, a
geodésia, a topografia, a fotogrametria e os sistemas de informações
geográficas (SIG), que são:
¾ Um sistema para
entrada, manipulação e exibição de informações geográficas;
¾ Uma categoria de
programa computacional;
¾ Uma instância
prática de um SIG combina programa computacional com
equipamentos,
dados, usuários e procedimentos, para resolver um problema, auxiliar decisões e
planejamentos.
O
SIG é um tipo especial de sistema de informações. Os sistemas de informações
são utilizados para manipular, sintetizar, pesquisar, editar e visualizar
informações, geralmente armazenadas em bases de dados computacionais.
Uma
aplicação comum dos sistemas de informações está relacionada com o
gerenciamento de passageiros por empresas aéreas, para realizar reservas, venda
de passagens e check-in de passageiros.
O
SIG utiliza informações especiais sobre o que está ou ocorre na superfície da
Terra.
Existem
muitos tipos de informações utilizadas em computadores:
¾ Números – os
computadores são utilizados para realizar operações com números tais
como
adição, multiplicação, divisão, etc.;
¾ Textos – os
computadores são utilizados para processar palavras. É possível criar,
editar,
enviar e receber textos;
¾ Figuras – os
computadores poder ser utilizados para processar imagens;
¾ Listas, tabelas
– os computadores podem ser utilizados no processamento de
planilhas;
¾ Sons – os
computadores dispõem de dispositivos periféricos e processadores capazes
de
capturar, processar e emitir sons;
¾ Mapas e imagens
da superfície terrestre – em programas computacionais para SIG.
O
armazenamento, a recuperação, a pesquisa, a manipulação, o envio, a recepção, a
cópia e a exibição de informações podem ser realizados manualmente, porém desta
forma essas atividades podem ser muito lentas, tediosas, de difícil
padronização e com maior probabilidade de ocorrência de erros. Além disso, mapas em papel são
difíceis de manejar, armazenar, enviar, receber e copiar. Desta forma, a
utilização de computadores, dotados de programas computacionais de SIG, torna
essas operações mais fáceis e produtivas.
Atualmente,
todos os tipos de informações podem ser manipulados por computadores, dotados
de programas computacionais específicos.
Existem
dois significados distintos para SIG, um deles se refere a uma aplicação real
de SIG, incluindo equipamentos, dados, programas computacionais, recursos
humanos e métodos necessários para resolver um problema (uma aplicação de SIG).
Outro significado de SIG se refere a um tipo de programa computacional vendido
ou então disponibilizado por um desenvolvedor de programas computacionais.
Consideraremos
o primeiro significado de SIG, pois ele abrange também o segundo significado.
Quais as aplicações de um SIG?
Os
equipamentos para SIG são os mesmos utilizados em qualquer outra aplicação
(teclado, monitor, cabos, dispositivos para Internet, processadores CISC e/ou
RISC). No entanto a esses equipamentos comuns, podem ser adicionados
periféricos extras, tais como receptores de sinais GNSS, grandes impressoras/plotters,
restituidores fotogramétricos, digitais, scanners, etc. O conjunto de
equipamentos de um SIG depende da aplicação e do gerenciamento estratégico da
instituição onde o SIG está sendo implantado.
As
atividades humanas sempre são desenvolvidas em alguma localidade geográfica e,
portanto podem ser geograficamente referenciadas, desta forma, são praticamente
infindáveis as possibilidades de aplicações de Sistemas de Informações
Geográficas. No entanto, serão relacionadas às aplicações mais comuns e
consagradas mundialmente.
As
companhias de gestão de infraestruturas, tais como gás, telefone, eletricidade,
água, esgoto, TV a cabo, entre outras. Cada uma dessas companhias geralmente
possui milhares de consumidores, cada um deles com uma conexão com a rede de
infraestrutura, além disso, necessita gerenciar milhares de quilômetros de fios
e dutos (subterrâneos e aéreos), com transformadores, chaves, válvulas,
representando muitas vezes bilhões de dólares em infraestrutura instalada. Os
sistemas de informações Geográficas aplicados à gestão de infraestruturas
também recebem o nome de AM/FM (Automatic Mapping/ Facility Management).
As
grandes aplicações de Sistemas de Informações Geográficas requerem a montagem de
uma equipe multidisciplinar, envolvendo profissionais de informática, bancos de
dados, cartografia (cartografia, sensoriamento remoto, fotogrametria, geodésia,
etc.) e os outros profissionais das áreas de aplicações do SIG, ou seja, se o
SIG estiver sendo aplicado na gestão de distribuição elétrica, se fazem
necessários na equipe os profissionais diretamente relacionados com gestão de
eletricidade, o mesmo raciocínio pode ser feito com relação à agricultura, ao planejamento
urbano, etc. Além desses profissionais, se faz necessário contemplar também as
pessoas que utilizarão as informações geográficas produzidas pelo sistema,
pessoas essas, nem sempre relacionadas com a aplicação ou a instituição onde o
sistema está implantado. Desta forma, é possível categorizar os recursos
humanos em três grupos:
¾ O Núcleo de
Geomática – é um laboratório, porém com número reduzido de
profissionais
altamente capacitados, operando computadores e programas computacionais que
geram, tratam, manipulam e analisam grandes bases de dados geográficos, que
elaboram metodologias e realizam a construção de aplicativos;
¾ Os Analistas
Temáticos – têm o interesse principal na gestão de um determinado
tema.
Eles devem ter bons conhecimentos de SIG, receber suporte do Núcleo de
Geomática, utilizar base de dados de pequeno ou médio porte que acessam
diretamente no núcleo de geomática, utilizam computadores pessoais de médio
porte e também aplicativos fáceis de utilizar;
¾ Os Usuários
Gerais – são pessoas que necessitam utilizar informações espaciais, mas
tem
pouco ou nenhum conhecimento a respeito de SIG. Utilizam computadores simples,
e necessitam de aplicativos simples, de uso intuitivo, com capacidade de
multimídia ou que podem ser acessados via internet.
Outro
importante componente de um SIG é a base de dados geográficos, que é um tipo
especial de dado, pois agrega além dos dados espaciais (pontos, linhas,
polígonos e células (pixels)), os dados tabulares que tem como função descrever
cada uma das entidades espaciais.
Os
dados espaciais são utilizados para representar graficamente elementos
geográficos
(drenagem,
sistema viário, relevo, vegetação, limite político etc.), enquanto que os dados
tabulares são relacionados aos dados gráficos e tem como função descrever mais
detalhadamente os elementos geográficos.
Desta
forma, os dados geográficos são produzidos a partir da relação entre os dados
espaciais e os dados tabulares, a função destes dados é representar
graficamente, fisicamente, quantitativamente e qualitativamente os elementos
existentes na superfície terrestre.
As
funções básicas de um programa SIG são simples, mas podem se tornar
sofisticadas para atender a demandas específicas tais como:
Ø manutenção de
inventários;
Ø gerenciamento de
infraestruturas;
Ø julgamento de
susceptibilidade de áreas para diferentes propósitos;
Ø auxilio à
usuários na tomada de decisões em processos de planejamento;
Ø realizar
análises preditivas.
Essas
funções sofisticadas exigem especialização humana, bases de dados específicas e
muitas vezes a customização (adaptação) do programa computacional de SIG e
ainda a integração deste programa computacional com programas computacionais
específicos tais como programas computacionais para processamento de imagens
digitais, programas computacionais para desenhos e projetos, programas
computacionais para bancos de dados, etc.
O que significa fazer um SIG?
Pode
significar a utilização das ferramentas dos programas computacionais de
Sistemas de Informações Geográficas para resolver um problema, como os
anteriormente mencionados.
Um
projeto de SIG pode ter os seguintes estágios:
¾ Definição do
problema;
¾ Aquisição de
programas computacionais e equipamentos;
¾ Aquisição de
bases de dados;
¾ Montagem e
capacitação dos recursos humanos;
¾ Organização da
base de dados;
¾ Realização de
análises;
¾ Interpretação,
apresentação e distribuição dos resultados.
Muitas
vezes, se faz necessário a construção e/ou adaptação das ferramentas dos
programas computacionais de SIG.
· Essas novas
ferramentas são construídas para adaptar os programas computacionais
de
SIG às tarefas específicas da aplicação ou da instituição onde o mesmo está
implantado;
· Podem também ser
desenvolvidas para automatizar processos de entrada,
organização,
armazenamento, gerenciamento, análises, exibição e distribuição de dados e
informações geográficas;
· Podem ser
desenvolvidas ferramentas para realizar a integração dos programas
computacionais
de SIG a outros programas computacionais tais como processamento de imagens,
CAD, programas de processamento de dados GNSS, programas de estatísticas,
SCADA, modelagem tridimensional, Internet, etc.;
· Podem ser
incorporadas aos programas computacionais de SIG, outras funções de
análises
espaciais, por exemplo, funções aplicadas às ciências sociais e econômicas.
Fazer
um SIG pode significar também, o estudo das teorias e conceitos básicos de SIG
e outras tecnologias da informação geográfica. Neste caso, está se lidando com
a Ciência da Informação Geográfica.
Ciência da Informação Geográfica
A
ciência da informação geográfica é a base científica utilizada no
desenvolvimento e sustentabilidade das tecnologias dos Sistemas de Informações
Geográficas. Esta ciência considera as questões fundamentais suscitadas pelo
uso de sistemas e tecnologias. É a ciência necessária para manter a tecnologia
no limiar do conhecimento.
· As disciplinas
da Ciência da Informação Geográfica
Devido
a grande quantidade de aplicações dos Sistemas de Informações Geográficas,
existe uma grande quantidade de disciplinas relacionadas com a Ciência da
Informação Geográfica. Entre elas, destacam-se as disciplinas tradicionais,
relacionadas com a aquisição e tratamento dos dados espaciais, tais como
Cartografia, Sensoriamento Remoto, Geodésia, Topografia, Fotogrametria e
Processamento de Imagens Digitais.
Além
dessas disciplinas se faz importante considerar a Ciência da Computação,
particularmente as suas subáreas (banco de dados, geometria computacional,
processamento de sinais e reconhecimento de padrões). A Ciência da Informação,
especificamente as áreas que tratam da documentação de informações, qualidade
da informação, indexação de informações, distribuição de informações,
tratamento e conversão de informações, e distribuição de informação.
É
necessário também considerar as disciplinas que tem tradicionalmente estudado a
Terra,
particularmente sua superfície e as regiões próximas da superfície, em seus aspectos
físico-humanos. Dentre essas disciplinas se destacam a Geologia, Geofísica,
Oceanografia, Agricultura, Biologia (particularmente Ecologia e Biogeografia),
Ciências Ambientais, Geografia, Sociologia, Ciências Políticas, Antropologia,
Arqueologia, Economia, Ciências Sociais, entre outras. É necessário destacar
também as disciplinas que tem tradicionalmente estudado a natureza do
entendimento humano, e suas interações com as máquinas, tais como Psicologia
(particularmente a psicologia cognitiva, psicologia ambiental), Ciência
Cognitiva e Inteligência Artificial.
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