Primeiramente,
devem-se observar os padrões de comportamento do público-alvo para
depois entender, onde estão as oportunidades que receberão a maior atenção dos programas
de marketing e geração de demanda.
O que é um projeto?
Projeto,
literalmente, é colocar adiante.
A
elaboração de qualquer projeto depende de dois fatores fundamentais:
· A capacidade de
construir uma imagem mental de uma situação futura;
· A capacidade de
conceber um plano de ação a ser executado em um tempo
determinado
que vai permitir sua realização.
Projeto de pesquisa
O
projeto é uma das etapas componentes do processo de elaboração, execução e apresentação
da pesquisa. Esta necessita ser planejada com extremo rigor, caso contrário o investigador,
em determinada altura, encontrar-se-á perdido num embaraçado de dados colhidos,
sem saber como dispor dos mesmos ou até desconhecendo seu significado e importância.
Em
uma pesquisa, nada se faz ao acaso. Desde a escolha do tema, fixação dos
objetivos, determinação da metodologia, coleta dos dados, sua análise e
interpretação para a elaboração do relatório final (monografia, dissertação e
tese), tudo é previsto no projeto de pesquisa.
Um
projeto de pesquisa deve, portanto, responder às clássicas questões:
· O que fazer?
· Por que fazer?
· Para quem fazer?
· Onde fazer?
· Como, com que,
quanto e quando fazer?
· Com quanto fazer
e como pagar?
· Quem vai fazer?
O
preenchimento do diagrama exige também uma reflexão individual, faça as
seguintes perguntas:
· Tema de pesquisa
– Qual o tema da pesquisa? Em que área o tema se encontra? Sou
pesquisador
de que área? Como quero ser conhecido (pesquisador de que assunto)?
· Palavra-chave –
palavras que direcionam a pesquisa e que podem ser cruzadas no
âmbito
do trabalho.
· Proposta – O que
se propõe no trabalho? Qual o objetivo macro?
· Método para
validar – ferramentas ou técnicas a utilizar para atingir os objetivos
traçados
e validar cientificamente. Para este último observar tipo de pesquisa, método e
teoria em que se apoia.
Estruturação do projeto
· Definindo o tema
e título (o quê?)
O
tema é o assunto que se deseja provar ou desenvolver. Pode surgir de uma
dificuldade prática enfrentada pelo coordenador, da sua curiosidade científica,
de desafios encontrados na leitura de outros trabalhos ou da própria
teoria. Pode ter surgido pela entidade responsável,
portanto, “encomendado”, o que, no entanto não lhe tira o caráter científico.
Independente
de sua origem, o tema é, nessa fase, necessariamente ampla, precisando bem o
assunto geral sobre o qual se deseja realizar a pesquisa.
Do
tema é feita a delimitação que deve ser dotada de um sujeito e um objeto. Já o
título, acompanhado ou não por subtítulo, difere do tema. Enquanto este último
sofre um processo de delimitação e especificação, para torná-lo viável à
realização da pesquisa, o título sintetiza o conteúdo da mesma.
· Objetivos (para
quê?)
Atenção!
Os objetivos devem ser sempre expressos em verbos de ação
Ø Geral – está
ligado a uma visão global e abrangente do tema. Relaciona-se com o
conteúdo
intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer das idéias estudadas. Vincula-se
diretamente à própria significação da tese proposta pelo projeto.
Ø Específicos – apresentam
caráter mais concreto. Têm função intermediária e
instrumental,
permitindo de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicar este a
situações particulares.
· Justificativa (por
quê?)
É
o único item do projeto que apresenta respostas à questão por quê? De suma
importância, geralmente é o elemento que contribui mais diretamente na
aceitação da pesquisa pela(s) pessoa(s) ou entidades que vai financiá-la.
A
justificativa consiste em uma exposição sucinta, porém completa, das razões de
ordem teórica e dos motivos de ordem prática que tornam importante a realização
da pesquisa.
Deve
enfatizar:
Ø o estágio em
que se encontra a teoria respeitante ao
tema;
Ø as contribuições
teóricas que a pesquisa pode trazer: confirmação geral, confirmação
na
sociedade particular em que se insere a pesquisa, especificação para casos particulares,
clarificação da teoria, resolução de pontos obscuros;
Ø a importância do
tema do ponto de vista geral;
Ø a importância do
tema para casos particulares em questão;
Ø possibilidade de
sugerir modificações no âmbito da realidade abarcada pelo tema
proposto;
Ø descoberta de
soluções para casos gerais e/ou particulares.
A
justificativa difere da revisão da bibliografia e, por este motivo, não
apresenta citações de outros autores.
Ø Formulação do
problema
A
formulação do problema prende-se ao tema proposto: ela esclarece a dificuldade específica
com a qual se defronta e que se pretende resolver por intermédio da pesquisa.
O
problema, assim, consiste em um enunciado explicitado de forma clara, compreensível
e operacional, cujo melhor modo de solução ou é uma pesquisa ou pode ser
resolvido por meio de processos científicos. Concluem-se disso que perguntas
retóricas, especulativas e afirmativas (valorativas) não são perguntas
científicas.
Ø Hipóteses
v É uma suposição
que se faz na tentativa de explicar o problema;
v Como resposta e
explicação provisória, relacionam duas ou mais variáveis do
problema
levantado;
v Deve ser
testável e responder ao problema;
v Serve de guia na
pesquisa para verificar sua validade.
v Surgem de observação,
resultados de outras pesquisas, teorias e intuição.
As
hipóteses constituem “respostas” supostas e provisórias ao problema. A
principal resposta é denominada hipótese básica, podendo ser complementada por
outras, que recebem a denominação de secundárias.
· Método
científico (como?)
A
investigação científica depende de um “conjunto de procedimentos intelectuais e
técnicos” para que seus objetivos sejam atingidos: os métodos científicos.
Método
científico é o conjunto de processos ou operações mentais que se deve empregar
na investigação. É a linha de raciocínio adotada no processo de pesquisa.
Pesquisa
é o modo científico para obter conhecimento da realidade empírica (tudo que
existe e pode ser conhecido pela experiência); processo formal e sistemático de
desenvolvimento do método científico.
Método
é a forma de pensar para se chegar à natureza de um determinado problema, quer
seja para estudá-lo ou explicá-lo.
Ø Classificação
das pesquisas
Ø Quanto à
natureza:
v Pesquisa básica –
objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência
sem
aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais.
v Pesquisa aplicada
– objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à
solução
de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.
Ø Quanto à forma
de abordagem:
v Pesquisa
quantitativa – considera que tudo pode ser quantificável, o que significa
traduzir
em números opiniões e informações para classificá-los e analisá-los. Requer o
uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana,
desvio padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc...).
v Pesquisa
qualitativa – considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o
sujeito,
isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do
sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e
a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa.
Não requer os usos de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a
fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave. É
descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O
processo e seu significado são os focos principais de abordagem.
Ø Quanto aos objetivos:
v Pesquisa exploratória
– visa proporcionar maior familiaridade com o problema com
vistas
a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolvem levantamento
bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o
problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. Assume,
em geral, as formas de pesquisas bibliográficas e estudos de caso.
v Pesquisa
descritiva – visa descrever as características de determinada população ou
fenômeno
ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolvem o uso de técnicas padronizadas
de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a
forma de levantamento.
v Pesquisa
explicativa – visa identificar os fatores que determinam ou contribuem para
a ocorrência
dos fenômenos. Aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o
“por quê” das coisas. Quando realizada nas ciências naturais requer o uso do
método experimental e nas ciências sociais requer o uso do método
observacional. Assume, em geral, a formas de pesquisa experimental e pesquisa
ex-post-facto.
Ø Quanto aos
procedimentos técnicos:
v Pesquisa
bibliográfica – quando elaborada a partir de material já publicado,
constituído
principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material
disponibilizado na Internet.
v Pesquisa
documental – quando elaborada a partir de materiais que não receberam
tratamento
analítico.
v Pesquisa experimental
– quando se determina um objeto de estudo, seleciona-se as
variáveis
que seriam capazes de influenciá-lo, define-se as formas de controle e de observação
dos efeitos que a variável produz no objeto.
v Levantamento –
quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas cujo
comportamento
se deseja conhecer.
v Estudo de caso –
quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos
objetos
de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento.
v Pesquisa ex-post-facto
– quando o “experimento” se realiza depois dos fatos.
v Pesquisa-ação –
quando concebida e realizada em estreita associação com uma ação
ou
com a resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e participantes
representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo
ou participativo.
v Pesquisa-participante
– quando se desenvolve a partir da interação entre
pesquisadores
e membros das situações investigadas.
Toda pesquisa
requer um embasamento teórico. Nele é preciso observar a teoria de base que dará
sustentação ao trabalho, a revisão bibliográfica e a definição dos termos.
· Embasamento
Teórico (como?)
Respondendo
ainda à questão como? Aparecem aqui os elementos de fundamentação
teórica da pesquisa
e, também, a definição dos conceitos empregados.
Ø Teoria de base
A finalidade da
pesquisa científica não é apenas um relatório ou descrição de fatos
levantados
empiricamente, mas o desenvolvimento de um caráter interpretativo, no que
se refere aos
dados obtidos. Para tal, é imprescindível correlacionar a pesquisa com o
universo teórico,
optando-se por um modelo que serve de embasamento à interpretação
do significado
dos dados e fatos colhidos ou levantados.
Todo projeto de
pesquisa deve conter as premissas ou pressupostos teóricos sobre os
quais o
pesquisador (o coordenador e os principais elementos de sua equipe)
fundamentará sua
interpretação.
Ø Revisão bibliográfica
Pesquisa alguma
parte hoje da estaca zero. Mesmo que exploratória, isto é, de avaliação
de uma situação
concreta desconhecida, em um dado local, alguém ou um grupo, em
algum lugar, já
deve ter feito pesquisas iguais ou semelhantes ou mesmo
complementares
de certos aspectos da pesquisa pretendida. Uma procura de tais fontes,
documentais ou bibliográficas,
torna-se imprescindível para a não-duplicação de
esforços, a não“descoberta”
de idéias já expressas, a não-inclusão de “lugares-comuns”
no trabalho.
A citação das
principais conclusões a que outros autores chegaram permite salientar a
contribuição da
pesquisa realizada, demonstrar contradições ou reafirmar
comportamentos e
atitudes. Tanto a confirmação, em dada comunidade, de resultados
obtidos em outra
sociedade quanto a enumeração das discrepâncias são de grande
importância.
Ø Definição dos termos
A ciência lida
com conceitos, isto é, termos simbólicos que sintetizam as coisas e os
fenômenos
perceptíveis na natureza, no mundo psíquico do homem ou na sociedade, de
forma direta ou
indireta. Para que se possa esclarecer o fato ou fenômenos que se está
investigando a
ter possibilidade de comunicá-lo, de forma não ambígua, é necessário
defini-lo com
precisão. Os termos precisam ser especificados para a compreensão de
todos.
· Cronograma
(quando?)
A elaboração do
cronograma responde à pergunta quando? A pesquisa deve ser divida
em partes,
fazendo-se a previsão do tempo necessário para passar de uma fase a outra.
Não esquecer
que, se determinadas partes podem ser executadas simultaneamente, pelos
vários membros
da equipe, existem outras que dependem das anteriores, como é o caso
da análise e
interpretação, cuja realização depende da codificação e tabulação, só
possíveis depois
de colhidos os dados.
· Orçamento (com
quanto?)
Respondendo à
questão com quanto?, o orçamento distribui os gastos por vários itens,
que devem
necessariamente ser separados. Inclui:
Ø Pessoal – do
coordenador aos pesquisadores de campo, todos os elementos deve
ter computados os
seus ganhos, quer globais, mensais, semanais ou por hora/atividade,
incluindo os
programadores de computador;
Ø Material,
subdivididos em:
v elementos
consumidos no processo de realização da pesquisa, como papel, canetas,
lápis,
cartões ou plaquetas de identificação dos pesquisadores de campo, hora/computador,
datilografia, xerox, encadernação etc.;
v elementos
permanentes, cuja posse pode retornar à entidade financiadora, ou serem
alugados, computadores, calculadoras, etc..
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Vídeo
super interessante, onde o professor Fábio Maimone explica o que é metodologia
da pesquisa.
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