O conforto
ambiental tem como objetivo adequar os princípios físicos envolvidos e as
necessidades de caráter ambiental - higrotérmicas, visuais, acústicas e da
qualidade do ar interno e externo - aos
projetos construtivos.
"RECAPITULANDO... No
módulo introdutório, apresentei o mundo da Arquitetura de uma forma simples e
fundamental. Falei um pouco da Arquitetura como um todo, sua definição e a
função de quem trabalha nessa área, apresentei como ocorre a contratação de um
arquiteto e um vídeo bastante interessante e sugeri um exercício de modo
evolutivo.
Agora, vou enraizar mais
o tema de Arquitetura, no módulo intermediário. Bom, espero que sigam desde o
começo a minha proposta para Arquitetura”, Alex Silva.
Introdução
O
conforto ambiental nas edificações é matéria cada vez mais presente e discutida
nos congressos que estudam o ambiente construído e suas relações com o homem, procurando
aprimorar a qualidade de vida para as pessoas. O conforto ambiental das
edificações pode ser entendido como adequação ao uso do homem, respeitando
condições térmicas, de ventilação, de insolação, de acústica e visual, capazes
de alterar o desempenho da edificação e seu contexto urbano.
Conforto visual
Os
aspectos referentes ao conforto visual são subjetivos, no entanto, destaca-se as
paisagens preferidas das pessoas que, geralmente, são espaços que possibilitam
uma visão ampla do horizonte, que contempla visuais dinâmicos e naturais. Os
ambientes construídos com formas e elementos arquitetônicos diferenciados são
sempre bem-vindos e também agradam as pessoas. Por isso, é importante planejar
as cidades de forma a permitir mais integração entre os espaços artificiais,
construídos, e os ambientes naturais.
Conforto acústico
Observar
as condições locais de conforto acústico contribui para confrontar o tipo de
atividades potenciais ao empreendimento em relação às atividades permitidas
pelo plano diretor da cidade.
O
desempenho da edificação sob o aspecto de conforto acústico se faz necessário
para promover ao homem o adequado desenvolvimento das suas atividades diárias
(descanso, lazer ou trabalho). Além disso, o conforto acústico eficiente nos
ambientes pode minimizar a incidência de estresse no homem, pois ambientes mais
silenciosos facilitam a concentração.
Para
medir o desempenho acústico das edificações é necessário realizar medições em
condições complexas, pois tal medição envolve a escala urbana. A localização do
empreendimento é fator determinante para que a edificação apresente ou não
qualidades acústicas, devido principalmente à intensidade do fluxo de veículos.
A poluição sonora é usada como critério de planejamento de uso e ocupação do
solo das cidades, conforme o plano diretor urbano. Dessa forma, as atividades
propostas no plano diretor seguem critérios para o zoneamento, de acordo com a
compatibilidade entre as atividades e as áreas industriais. Excesso de ruído e
poluição não é adequado ao uso residencial, por exemplo.
Um
exemplo típico de área urbana que tem restrições de ocupação devido a problemas
acústicos é o entorno de aeroportos. Essa área é prejudicada pela poluição
sonora gerada pela decolagem e pouso de aeronaves, o que não é compatível com
atividades que exigem mais concentração como escolas, por exemplo.
Conforto térmico da edificação
Qualquer
atividade humana exige gasto de energia. A energia é inesgotável? Durante muito
tempo realizamos nossas atividades sem preocupação com os gastos energéticos,
entretanto, a partir da década de 1980, a população brasileira vivenciou a
experiência da crise energética. As questões relacionadas à escassez de energia
ocasionam diferentes problemas de cunho ambiental, social e econômico.
Esses
problemas afetam toda a sociedade prejudicando o fluxo de negócios em todas as
áreas. Os empreendimentos imobiliários dependem do fornecimento de energia para
seu funcionamento, além disso, gastam muita energia para sua produção. Para
minimizar os gastos energéticos excedentes em um imóvel é importante planejar
estratégias que possibilitem maior eficiência energética à edificação.
Para
um desempenho energético adequado, a arquitetura deve respeitar as condições
climáticas de cada local, além das demais necessidades dos seus usuários. A
forma e a função não são mais os únicos objetivos de uma edificação. Agora a
eficiência energética e os requisitos ambientais também devem ser considerados
nos empreendimentos que pretendem atingir elevados níveis de satisfação dos
seus clientes.
As
condições climáticas de cada região fornecem os subsídios para as decisões
sobre a forma arquitetônica a ser projetada, os materiais utilizados e a
distribuição funcional dos espaços em relação à orientação solar mais favorável
para cada ambiente. Quando estamos trabalhando com conceitos da eficiência
energética na arquitetura, não significa dizer que o edifício deve ser
desprovido de iluminação e condicionamento artificial. As estratégias são
utilizadas para minimizar o uso de recursos artificiais, diminuindo gastos com
a conta de energia elétrica, tanto nas edificações residenciais, como nas
comerciais e industriais.
Eficiência energética
Um
edifício é considerado mais eficiente do que outro se esta edificação oferece
as mesmas condições ambientais com menor consumo de energia.
Você
deve estar se questionando sobre como podemos medir o conforto térmico de uma edificação.
O conceito de conforto térmico é o reflexo de satisfação com o ambiente que
envolve a pessoa. A sensação de conforto varia conforme o estado das condições
climáticas locais, a quantidade de roupa que a pessoa está usando e a atividade
que ela está desempenhando.
Dessa
forma, desenvolver o produto imobiliário pensando em satisfazer as necessidades
de conforto térmico dos clientes da edificação, além de proporcionar sensação
de bem-estar entre os usuários do edifício, acaba minimizando os gastos energéticos
da edificação, gerando mais satisfação do produto.
Para
a edificação consumir menos energia é necessário promover um uso mais racional.
Sendo assim, é interessante especificar equipamentos que tenham mais eficiência
energética e incentivar o uso racional de energia, evitando desperdícios.
Entretanto, algumas das principais soluções para diminuir os gastos energéticos
das edificações podem ser empregadas ainda na fase de planejamento do
empreendimento imobiliário, por meio da adequação climática da forma, da função
e dos materiais utilizados.
Para
podermos projetar de forma eficiente é de suma importância conhecer os aspectos
relacionados ao clima local e o tipo de uso e ocupação do solo urbano. O clima
varia conforme a região em que a cidade se localiza.
Estratégias arquitetônicas para a
eficiência energética das edificações
Entender
os fatores climáticos locais (orientação solar, umidade do ar, ventos
predominantes de cada local) é importante para observar o custo versus os
benefícios proporcionados pela utilização de estratégias de projeto que
melhoram o conforto térmico do empreendimento. Vale ressaltar que o custo deve
ser analisado do ponto de vista do usuário final, pois os benefícios se
estendem por toda a vida útil da edificação.
Os
fatores dinâmicos do clima afetam o desempenho térmico do edifício. Os ganhos e
perdas de calor da edificação também dependem de algumas variáveis
arquitetônicas.
Alguns
exemplos de influência térmica dos elementos da arquitetura destacam os
seguintes fatores:
· As
características dos materiais das fachadas externas (expostas às condições
climáticas);
· A cor utilizada
nas fachadas externas;
· A orientação
solar;
· A forma e a
altura da edificação;
· A orientação e o
tamanho das vedações transparentes;
· As
características do entorno da edificação;
· A orientação em
relação a ventilação;
· O desempenho das
aberturas, quanto às possibilidades de iluminação natural, bem
como
suas devidas proteções à insolação inadequada;
· A localização
estratégica dos condicionadores de ar artificiais.
Cada
região tem estratégias específicas para as soluções arquitetônicas a serem
adotadas nas edificações.
Estratégias para a ventilação
Toda
edificação necessita de quantidades adequadas de ventilação. Existem dois tipos
de ventilação nas edificações: a higiênica e a térmica. A ventilação higiênica
tem caráter permanente, pois é necessária a qualquer hora e em todas as épocas
do ano. Já a ventilação térmica é necessária apenas quando o ar interior da
edificação está mais quente que o ar exterior. Algumas estratégias para a
ventilação:
· Promover a
ventilação cruzada – o ar que entra deve ter alguma saída oposta;
· As aberturas de
entrada de ar devem ser localizadas nas zonas dos ventos
predominantes
favoráveis;
· A ventilação
mais adequada é aquela em que o fluxo de ar entra pelos dormitórios e
sai
pela parte de serviço;
· O ar quente
tende a subir, por isso a abertura de entrada de ar deve estar situada mais
baixa
que a de saída;
· No inverno é
interessante manter uma ventilação higiênica, ou seja, acima do nível
da
cabeça do usuário, junto ao forro.
Orientação solar das edificações
A
forma da edificação deve respeitar a orientação solar mais favorável ao local.
Antes de projetar os espaços do empreendimento, deve-se analisar as condições
da orientação solar do terreno, conforme análises qualitativas e quantitativas
dos lotes. Dessa forma, deve ser observado qual é a orientação solar de cada
face limite do terreno.
Ao
distribuir os ambientes no terreno, deve ser analisada a orientação solar mais
favorável a cada ambiente. As condições de habitabilidade da edificação
dependem da iluminação e ventilação naturais disponíveis em cada ambiente. A
adequada orientação solar segue princípios do movimento do sol, observando que
o nascer do sol ocorre no leste e o pôr-do-sol acontece na orientação oeste. O
horário mais quente do dia é logo após o meio-dia, por isso as fachadas
orientadas para o oeste tendem a ser mais quentes do que as fachadas orientadas
para o leste, por exemplo.
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Vídeo
bastante interessante, mostra o primeiro fórum com conforto ambiental, o Fórum
Desembargador Oscar Faria Santos, em Ibiraçu, no Espírito Santo.
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