CORROSÃO DAS ARMADURAS
Generalidades
A corrosão das armaduras é uma das
principais manifestações patológicas, responsáveis por enormes prejuízos.
Como material de construção denso e
resistente, se pensa que o concreto armado tem uma duração ilimitada. No
entanto, atualmente se constata um número crescente de estruturas
prematuramente deterioradas por corrosão das armaduras de reforço.
A corrosão das armaduras é uma área
claramente interdiciplinária, onde a química, eletroquímica e cinética tem
papel fundamental.
A displicência na execução do concreto
armado tem se demonstrado na principal causa do início precoce da corrosão das
armaduras, principalmente pelos seguintes fatos:
· Recobrimento das
armaduras abaixo dos valores recomendados pelas normas da
ABNT;
· Concreto
executado com elevado fator água/cimento, acarretando elevada porosidade
do concreto e fissuras de retração;
· Ausência ou
deficiência de cura do concreto, propiciando a ocorrência de fissuras,
porosidade excessiva, diminuição da
resistência, etc.;
· Segregação do
concreto com formação de ninhos de concretagem, erros de traço,
lançamento e vibração incorretos, formas
inadequadas, etc.
O
concreto proporciona às armaduras uma dupla proteção:
· Uma barreira
física que separa o aço do contato direto com o meio ambiente que
contém elementos agressivos ao aço;
· Capa passivadora
formada meio alcalino do concreto.
A corrosão das armaduras do concreto
consiste na oxidação destrutiva do aço, pelo meio que o envolve.
Mecanismo da corrosão das armaduras
A corrosão das armaduras pode-se
originar por uma ação química ou eletroquímica, resultando numa modificação do
aço de forma contínua, até que todo o aço se transforme em ferrugem.
A corrosão eletroquímica do aço do
concreto resulta da falta de uniformidade do aço (diferentes tipos, soldas,
elementos ativos sobre a superfície do aço, assim como também a heterogeneidade
química e física do concreto que envolve a armadura).
Ainda que a potencialidade para a
corrosão do aço pode existir devido à falta de uniformidade do aço, a corrosão
normalmente é prevenida pela formação de uma película de óxidos de ferro passivadora.
No entanto, quando as condições de utilização e ataque do meio ambiente sobre o
concreto armado ocorrem, se produz a perda da capa passivadora, desencadeando
uma tríplice consequência:
· O aço diminui
sua seção, e se converte completamente em óxidos;
· O concreto pode
fissurar ou delaminar-se devido às pressões de expansão dos óxidos;
· A aderência da
armadura diminui ou desaparece.
O processo de corrosão pode ser
subdividido em:
Corrosão química
Também denominada oxidação, é provocada
por uma reação gás-metal, isto é, pelo ar atmosférico e o aço, formando compostos
de óxido de ferro. Este tipo de corrosão é muito lento e não provoca
deterioração substancial das armaduras. Como exemplo, o aço estocado no
canteiro de obra, aguardando sua utilização sofre este tipo de corrosão.
Corrosão eletroquímica ou eletrolítica
Também denominada corrosão catódica ou
simplesmente corrosão, ocorre em meio aquoso, é o principal e mais sério
processo de corrosão encontrado na construção civil. Neste processo de
corrosão, a armadura se transforma em óxidos e hidróxidos de ferro, de cor
avermelhada, pulverulenta e porosa, denominada ferrugem.
Para ocorrer a corrosão eletrolítica,
devem interagir as seguintes condições:
·
Presença
de um eletrólito;
·
Diferença
de potencial;
· Presença de
oxigênio.
Corrosão em espaços confinados
A corrosão em espaços confinados pode
ocorrer quando sobre a superfície do aço existe um espaço suficiente
resguardado que evita o acesso contínuo de oxigênio, podendo criar zonas
diferenciais de oxigênio que induzem à corrosão. Existem várias condições para
esta corrosão, como por exemplo, a injeção de fissuras com resina epóxi, quando
o meio agressivo já chegou à armadura, sendo esta região onde se acelera pela
falta de acesso do oxigênio. Outra forma de ocorrer esta corrosão é o da
execução de um revestimento do aço com epóxi, quando a sua adesão ao aço está
deteriorada.
Corrosão sob tensão
Este tipo de corrosão ocorre em presença
de duas circunstâncias conjuntas:
·
Esforços
de tração;
· Meio agressivo.
Este efeito ocorre preferencialmente em
concreto protendido, onde se utiliza aço de alta resistência, devido, em geral,
a presença de hidrogênio atômico difundido através do metal. Este hidrogênio
pode estar presente de diferentes fontes, como corrosão do aço, proteção
catódica, etc. A corrosão sob tensão é um fenômeno muito específico, geralmente
associado ao concreto de baixa qualidade. A única maneira de se confirmar a
fragilidade do hidrogênio ou a corrosão sob tensão é mediante a observação
microscópica da superfície fraturada do aço. Este dano é considerado
catastrófico, já que é associado a uma perda de ductibilidade e fratura do aço.
Corrosão por correntes de interferência
As correntes de interferência, chamadas
também como erráticas ou de fuga, pode ser definido como as correntes que fluem
em uma estrutura e que não formam parte do circuito elétrico ou célula eletrolítica.
Para que ocorra a corrosão por correntes de interferência deve existir um
intercâmbio de corrente entre o aço e um meio eletrolítico. A corrente contínua
é a que tem um efeito mais pronunciado, já que flui continuamente em um único
sentido. Ao contrário, a corrente alternada, que inverte sua direção, ao redor
de uma centena de vezes por segundo, pode causar um efeito muito menos pronunciado.
As fontes mais comuns deste tipo de
corrente são: sistemas de proteção catódica operando nas cercanias de estruturas
de concreto armado, especialmente em meios de muito baixa resistividade, como
em água salobra, sistemas com potência elétrica, como os trens elétricos,
metrô, máquinas de soldar, onde a estrutura conectada à terra se encontra a
certa distância dos eletrodos de solda; correntes telúricas (associadas a atividade
solar e ao campo magnético da terra).
Corrosão uniforme generalizada
A corrosão uniforme é o resultado de uma
perda generalizada da película passiva, resultante da carbonatação do concreto
ou a quantidade excessiva de íons cloretos. Também pode ocorrer por efeito de
“lixiviação” de componentes alcalinos do concreto, devido à percolação de águas
puras ou ligeiramente ácidas.
Corrosão galvânica
Este tipo de corrosão pode-se dar quando
existem dois metais diferentes no meio eletrolítico. No aço do concreto, esta
situação se dará cada vez que em alguma zona se danifique, ou não se forma uma
capa passivadora característica. Esta zona atuará como um ânodo, frete ao
restante do material, onde permanece a passivação, o qual atuará como cátodo.
Também se poderia apresentar quando o aço se encontra em contato com outros
condutores mais nobres.
Corrosão por cloretos
A corrosão por ação dos cloretos ocorre
pela dissolução da capa passivadora de corrosão, pelo ingresso de através do
meio externo de íons cloretos no concreto ou no caso de contaminação da massa
do concreto, como por exemplo, através da água, aditivos aceleradores
inadequados ou areia do mar. A ação de íons de cloretos forma uma célula de
corrosão onde existe uma capa passiva intacta, atuando como cátodo, no qual se
produz oxigênio e uma pequena área onde se perdeu a capa passivadora, atuando como
cátodo, na qual se produz a corrosão. As corrosões por cloreto são autocatalíticas,
e se generalizam em contínuo crescimento.
Fatores que afetam e desencadeiam a
corrosão das armaduras ou concreto
Um conjunto de circunstâncias pode
afetar e desencadear a despassivação do aço do concreto. Já foi mencionado que
a baixa alcalinidade do concreto desencadeia o processo corrosivo.
Existem vários fatores que afetam,
desencadeiam ou produzem ambos os efeitos no processo de corrosão das
armaduras, como a dosagem de cimento no concreto, a sua compacidade e
homogeneidade, como também a espessura do recobrimento da armadura, o estado
superficial da armadura e a umidade ambiental. Também são importantes como
fatores, os ninhos e falhas de concretagem junto às armaduras, altas tensões
mecânicas, correntes erráticas ou de interferência, contato galvânico entre os
metais, íons despassivantes ou qualquer outro líquido que neutraliza a
alcalinidade, lixiviação por águas brandas, e as fissuras.
Dentre os fatores, está a(o):
·
Dosagem
do concreto;
·
Compacidade
e homogeneidade;
·
Espessura
de recobrimento;
·
Umidade
ambiental;
·
Oxigênio;
·
Temperatura;
·
Estado
superficial do aço;
·
Tensão
mecânica no aço;
·
Corrente
errática ou de interferência;
·
Contato
galvânico;
·
Íon
despassivante;
·
Ataque
ácido;
·
Carbonatação;
·
Álcali-sílica;
·
Lixiviação
por águas puras;
· Fissura.
_____________________________________________________________________________
O vídeo mostra o efeito do tempo sobre uma
estrutura de concreto armado, no qual a peça de concreto entra em ruína devido
ao inchamento do aço por corrosão em armaduras expostas.
Cara, quando você copiar um texto de alguém, não se esqueça de fazer a devida citação e colocar a fonte... pois da maneira que você está fazendo se chama PLÁGIO.
ResponderExcluirhttp://irapuama.dominiotemporario.com/doc/Patologiadasconstrucoes2002.pdf
Sinceramente, a maioria das minhas postagens é de apostilas técnicas que eu tenho, quando não é, eu reformulo todo o material, neste caso, eu peguei de uma apostila minha.
ResponderExcluirEntendeu?