A mecânica dos solos procura prever o
comportamento de maciços terrosos quando sujeitos a solicitações
Introdução
A variedade dos tipos de solos encontrados em
problemas de engenharia é quase ilimitada, variando de blocos de pedra dura,
densa, grande a pedregulhos, areias, siltes, argilas até depósitos orgânicos de
turfas compressíveis e moles. Para
aumento de complexidade, todos estes materiais encontram-se numa ampla
variedade de densidades e conteúdos de água.
Em um dado local, um número diferente de tipos de solos pode estar
presente, e a composição pode variar de intervalos grandes a pequenos até
poucos centímetros.
Não é surpreendente, entretanto, que uma
porção considerável dos esforços dos engenheiros geotécnicos sejam dedicados à
identificação dos solos e a avaliação de propriedades apropriadas para o uso em
uma análise particular. O que é surpreendente, talvez, é que a aplicação dos
princípios da mecânica a um material tão diversificado quanto o solo, de tão
bons resultados.
Entender e apreciar as características de
qualquer depósito de solo requer uma compressão de que material é, e como este
pode estar, e em que estado se encontra.
De grande importância são as considerações sobre a intemperização de
solos e rochas, a erosão e transporte de solos, processos deposicionais e
mudanças pós-deposicionais em sedimentos.
A definição do que é
solo depende em muitos casos de quem o utiliza.
Na língua portuguesa, solo significa a superfície do chão, original da
palavra herdada do latim “solum”. Na agricultura solo é a camada de terra
tratável, que suporta as raízes das plantas. Na geologia, o solo é somente a
capa superficial sobrejacente a rocha.
Para o Engenheiro
Civil, os solos são um aglomerado de partículas provenientes de decomposição da
rocha, que podem ser escavados com facilidade, sem o emprego de explosivos, e
que são utilizados como material de construção ou de suporte de estruturas. O solo em contato prolongado com
a água perde totalmente a sua resistência.
Rochas são agregados naturais de um ou diversos minerais, podendo
eventualmente, ocorrer vidro ou matéria orgânica. Na engenharia, rocha é todo o
material que necessita de explosivo para seu desmonte.
O solo, sob o ponto de vista da engenharia
geotécnica, poderá ser utilizado tanto em suas condições naturais quanto como
material de construção. Em sua condição natural, será usado como elemento de
suporte de uma estrutura ou como a própria estrutura, nem sempre sendo possível
melhorar suas propriedades de uma forma econômica. Como material de construção poderá
ser usado, principalmente, na construção de aterros para finalidades as mais
diversas, como sub-bases e bases de pavimentos sendo nestes casos, possível dar
ao solo as características necessárias e desejadas em cada projeto.
A seguir, estão indicados,
resumidamente, alguns aspectos de utilização do solo em sua condição natural e
como material de construção.
Condição natural
Fundação :
Estrutura
– edifícios, pontes e viadutos;
Pavimento
– piso industrial, pátios, estradas, aeroportos;
Estrutura
enterrada – casa de força, tubulações, galerias;
Aterro
–
barragem, estrada industrial.
Solo estrutural:
Corte
– estrada, mineração;
Vala
– fundação, galeria.
Material de construção
Aterro
– barragem de usos múltiplos;
Bases
e sub-bases – estradas e prédios.
Origem e formação dos
solos
As rochas que constituem a crosta terrestre
estão em equilíbrio. Mas, quando entram em contato com a atmosfera ou ficam
próximas desta situação, as rochas sofrem a ação de um conjunto de processos
físicos, químicos, físico-químicos e biológicos, que produzem sua destruição.
Portanto, intemperismo
é o processo que transforma rochas maciças e tenazes em materiais plásticos e
friáveis (solos). O intemperismo pode ser físico ou químico.
O intemperismo físico
ou mecânico é o que causa a desintegração da rocha através dos seguintes
processos: variação de temperatura, alívio de pressões, crescimento de
cristais, hidratação dos minerais, ação coloidal e processos físico-biológicos.
O intemperismo físico provoca a desintegração da rocha, formando sedimentos de
tamanhos diversos, porém, sendo mantida a composição mineralógica da rocha
matriz.
O intemperismo químico
é o processo caracterizado por reações químicas entre os minerais constituintes
de uma rocha e soluções aquosas de diferentes teores. Há uma agilização do processo do intemperismo
químico se a rocha for fragmentada por um intemperismo físico, aumentando assim
a superfície exposta às reações químicas. Os agentes do intemperismo químico,
de acordo com a natureza da reação predominante no processo, são classificados:
oxidação, carbonatação, hidrólise, hidratação e troca de bases.
Os fatores mais
importantes nos processos de formação dos solos são: rocha de origem, clima,
topografia, vegetação e o tempo de atuação dos fatores anteriores.
A composição mineralógica e a textura da rocha
de origem são elementos importantes na fase inicial do processo de intemperismo
em face das diferenças nos tempos necessários a alteração. Dependendo ainda de
outros fatores, uma mesma rocha poderá formar solos com propriedades
diferentes, enquanto que rochas com composição
e textura diferentes poderão formar um mesmo tipo de solo.
O clima, através da temperatura e da chuva, é
o fator preponderante no tipo e extensão do intemperismo. Na região equatorial onde a quantidade de
chuva é grande e a temperatura alta, o intemperismo químico é mais ativo, bem
como a formação de uma espessa camada de solo. Em regiões temperadas, com
estações bem definidas, há uma atuação conjunta dos dois tipos de intemperismo,
sendo os processos físicos predominantes no inverno e os químicos no verão.
A topografia do terreno controla a percolação,
infiltração e velocidade superficial da água e a erosão. Em face deste
controle, os solos formados em taludes íngremes são diferentes daqueles
encontrados em áreas pouco inclinadas.
A quantidade de ácidos orgânicos que atacam as
rochas depende da vegetação existente na área e é importante na formação de
alguns tipos de solos. E finalmente, o tempo de atuação, de cada um dos fatores
descritos pode gerar diferentes tipos de solo.
O solo quanto à origem
podem ser classificados em solos residuais, solos transportados
(sedimentares) e solos
orgânicos.
Solos residuais são os
solos que estão sobrejacentes às rochas que lhes deram origem.
Solos transportados são
os solos que sofreram algum tipo de transporte (água, vento, gelo, etc.),
portanto não estão sobre a rocha que lhes deu origem. Em função do tipo de agente de transporte
classificam-se em: solos aluviais, solos marinhos, solos eólicos, solos
glaciais e solos coluviais.
Solos orgânicos são os solos que se
caracterizam por apresentarem como constituinte principal, a matéria orgânica,
proveniente de restos vegetais ou animais (solos diatomáceos). Camadas sedimentares de
argila, areia fina e silte com húmus e turfas (grandes teores de carbono) são
os mais comuns solos orgânicos.
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Vale a pena assistir a
esse vídeo, explica sobre o ensaio do solo.
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