Infraestrutura urbana engloba muitos setores desde estradas, energia, desenvolvimento municipal, água e saneamento.
Conceituação
A evolução da cidade corresponde a
modificações quantitativas e qualitativas na gama de atividades urbanas e,
consequentemente, surge a necessidade de adaptação tanto dos espaços
necessários a essas atividades, como da acessibilidade desses espaços, e da
própria infraestrutura que a eles serve.
O crescimento físico da cidade,
resultante do seu crescimento econômico e demográfico, se traduz numa expansão
da área urbana através de loteamentos, conjuntos habitacionais, indústrias,
diversos equipamentos urbanos, e/ou em adensamento, que se processa nas áreas
já urbanizadas e construídas, muitas vezes resultando em renovações urbanas,
quando construções existentes são substituídas por outras, mais adequadas às
novas atividades pretendidas, em locais dos quais são expulsas as atividades
anteriores.
Assim, a localização das atividades
urbanas procura levar em consideração:
· a necessidade
efetiva de espaços adaptados a essas atividades. Para tanto, podem ser
aproveitados
espaços vagos em edificações existentes, criados espaços através de
reformas ou da construção de edificações
novas em terrenos vazios em áreas obtidas pela
destruição ou remoção das
edificações existentes;
· a acessibilidade
desses espaços, ou seja, a facilidade de deslocamento de pessoas ou
cargas
entre eles e outros locais de interesse na cidade e na região. Isto é de
fundamental
importância,
pois uma atividade não se desenvolve isolada na cidade: ela se
interrelaciona
com uma série de outras atividades, e sem essas ligações ela não
consegue
subsistir. Para tanto, as vias devem apresentar uma capacidade disponível para
os
veículos utilizados em função da nova atividade. No caso de transporte público
(coletivo),
as linhas devem possuir uma capacidade ociosa ou permitir o seu reforço
nos períodos necessários. No caso de
transporte por automóvel particular, há necessidade
também de espaços para o
estacionamento dos veículos junto às origens e destinos das
viagens;
· similarmente, os
subsistemas de infraestrutura, tanto na rede de distribuição, como
ainda nos equipamentos de produção ou
tratamento, devem apresentar possibilidades de utilização de capacidade ociosa
ou de sua ampliação, de forma a evitar sobrecargas que impeçam a manutenção dos
padrões de atendimento previstos;
· No caso de áreas
residenciais, devem ser consideradas também as necessidade
quanto a equipamentos sociais urbanos:
creches, clubes sociais, centros de ações sociais, centro médico, hospitais,
centros culturais, escolas, entre outros.
Portanto, o espaço urbano não se
constitui simplesmente pela tradicional combinação de áreas edificadas e áreas livres,
interligadas através dos sistemas viários. Outros sistemas são desenvolvidos
para melhorar o seu desempenho.
Infraestrutura urbana pode ser
conceituada como um sistema técnico de equipamentos e serviços necessários ao
desenvolvimento das funções urbanas, podendo estas funções ser vistas sob os
aspectos social, econômico e institucional. Sob o aspecto social, a
infraestrutura urbana visa promover adequadas condições de moradia, trabalho,
saúde, educação, lazer e segurança. No que se refere ao aspecto econômico, a
infra-estrutura urbana deve propiciar o desenvolvimento das atividades
produtivas, isto é, a produção e comercialização de bens e serviços. E sob o aspecto
institucional, entende-se que a infraestrutura urbana deva propiciar os meios
necessários ao desenvolvimento das atividades político-administrativas, entre
os quais se inclui a gerência da própria cidade.
Em algumas cidades (pólos industriais e
comerciais, sedes administrativas, capitais, entre outras) a demanda por infraestrutura
urbana cresce significativamente. Nestes locais, deve-se prever este acréscimo
de demanda regional. A infraestrutura urbana nem sempre se restringe aos
limites da cidade, devendo estar interligada a sistemas maiores. Exemplos disto
são alguns sistemas de abastecimento de água, como o da Grande São Paulo, que envolve
toda uma região do Estado; os sistemas de transporte metropolitano; os sistemas
de produção e distribuição de energia elétrica, que são nacionais; e os
sistemas de telecomunicações, que são internacionais.
Na realidade, o sistema de infraestrutura
urbana é composto de subsistemas, e cada um deles tem como objetivo final a
prestação de um serviço, o que é fácil de perceber quando se nota que qualquer
tipo de infraestrutura requer, em maior ou menor grau, algum tipo de operação e
alguma relação com o usuário, o que caracteriza a prestação de um serviço. Por outro
lado, ainda que o objetivo dos subsistemas de infra-estrutura seja a prestação
de serviços, sempre há a necessidade de investimentos em bens ou equipamentos,
que podem ser edifícios, máquinas, redes de tubulações ou galerias, túneis, e
vias de acesso, entre outros.
Um subsistema de abastecimento de água
de uma cidade, por exemplo, possui uma dimensão física, constituída por
equipamentos de captação, reservatórios, estações de tratamento e rede de
distribuição. Por outro lado, esse mesmo subsistema também expressa a prestação
de um serviço, que é constituído de atividades de operação e manutenção, medição
de consumo e cobrança de tarifas, controle da qualidade da água e atendimento
ao público, entre outros.
Classificação
O sistema de infraestrutura urbana pode
ser classificado, para sua melhor compreensão, de várias maneiras: subsistemas
técnicos setoriais e posição dos elementos (redes) que compõem os subsistemas,
entre outros.
Classificação
segundo os subsistemas técnicos setoriais
A engenharia urbana é a arte de
conceber, realizar e gerenciar sistemas técnicos. O termo sistema técnico tem
dois significados: o primeiro enquanto rede suporte, isto é, uma dimensão
física, e o segundo enquanto rede de serviços. Nesta ótica, portanto,
procura-se integrar, no conceito de sistema técnico, sua função dentro do meio
urbano, o serviço prestado à população e seus equipamentos e rede física.
Esta conceituação facilita a
identificação dos subsistemas urbanos, a partir dos subsistemas técnicos
setoriais. A classificação a seguir reflete a visão de como a cidade funciona e
todos os subsistemas técnicos a seguir relacionados são denominados, no seu
conjunto, de sistemas de infraestrutura urbana:
· Subsistema viário:
consiste nas vias urbanas;
· Subsistema de drenagem
pluvial;
· Subsistema de abastecimento
de água;
· Subsistema de esgotos
sanitários;
· Subsistema energético;
· Subsistema de comunicações.
Classificação segundo a localização dos
elementos que compõem os subsistemas
A classificação
aqui apresentada leva em consideração, basicamente, a localização das redes que
compõem os diversos subsistemas de infraestrutura urbana. Estas redes, para
constituir um sistema harmônico, devem ser concebidas como tal, ou seja, como
um conjunto de elementos articulados entre si e com o espaço urbano que as
contenha.
Mas a
desarticulação entre empresas de serviços públicos é grande e se traduz em uma
séria desordem do subsolo urbano e efeitos estéticos e urbanísticos
desagradáveis, acarretando maiores custos de implantação e operação,
dificultando as necessárias renovações e ampliações próprias de cada rede. Esta
desarticulação ocorre principalmente devido à falta de um cadastro geral que
contenha as localizações, precisas, de todas as redes e seus equipamentos
complementares. Este cadastro geral seria “alimentado” periodicamente por cada
concessionária de serviços públicos, de forma a mantê-lo sempre atualizado.
Uma das maneiras
de se evitar problemas é localizar as redes a diferentes níveis e em diferentes
faixas, segundo suas características. Os níveis usados para localizar as redes,
e que dão origem à classificação por localização das mesmas, são os seguintes:
· Nível aéreo;
· Nível da
superfície do terreno;
· Nível
subterrâneo;
Custo dos
subsistemas
Os subsistemas
que compõem a parte física da infraestrutura urbana compreendem os seguintes
elementos básicos:
· Rede de serviços
– compostas pela malha de tubulações, cabos, ou pavimentos que se
distribuem pela
cidade, viabilizando os serviços. Os traçados urbanos e outros aspectos
morfológicos das cidades influenciam fortemente em seus custos, em razão do que
os custos destes elementos dependem em grande parte dos urbanistas;
· Ligações
domiciliares – são ramais que ligam as redes de serviços às instalações
prediais. Seus custos vinculam-se intimamente com a tipologia adotada para as
redes pelas empresas de serviços, e pela tipologia de edifícios escolhidos
pelos usuários;
· Equipamentos
complementares – são partes individualizadas e importantes aos diferentes subsistemas.
No abastecimento de água, a adução, a potabilização e a reservação; nos de
esgoto, os emissários e as plantas depuradoras. No subsistema de gás encanado,
as fábricas de gás artificial ou os poços de gás natural, os gasodutos e a rede
de armazenagem. No subsistema de abastecimento de energia elétrica e iluminação
pública, as centrais, termo ou hidroelétricas, suas redes de transmissão e as
estações para média tensão.
O custo de
implantação destes elementos depende pouco das decisões dos urbanistas, a não
ser quando trabalham na criação de uma cidade, pois então passam a exercer
influência com a escolha de localizações que afetam os custos de transmissão,
adução, emissão, entre outros, além da forma dos lotes.
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Assista a esse
vídeo, feito pelo programa “Cidades do Futuro” sobre a infraestrutura
brasileira.
A infra estrutura urbana deve se restringir aos limites da cidade devendo estar interligada a sistema maiores
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