ESTRUTURAS
A
figura mostra o concreto dosado em central.
Concreto armado
Concreto
Preparo manual de concreto
Evita-se:
• difícil controle;
• “massadas” não homogêneas;
• perda de “nata de cimento”.
É aceitável para pequenas obras e deve ser preparado, com bastante
critério, seguindo, no mínimo, as recomendações a seguir:
• deve-se dosar os materiais através de caixas com dimensões
pré-determinadas, ou com latas de 18 litros;
• a mistura dos materiais deve ser realizada sobre uma plataforma, de
madeira ou cimento, limpa e impermeável (preferencialmente em "caixotes");
• espalha-se a areia formando uma camada de 10 a 15 cm sobre essa
camada, esvazia-se o saco de cimento, espalhando-o de modo a cobrir a areia e
depois se realiza a primeira mistura, com pá ou enxada até que a mistura fique
homogênea;
• depois de bem misturados, junta-se a quantidade estabelecida de
pedra britada,
misturando os três materiais;
misturando os três materiais;
•
a seguir faz-se um
buraco no meio
da mistura e adiciona-se água, pouco a pouco, tomando-se o cuidado para que não
escorra para fora da
mistura, caso
a mistura for realizada sobre superfície impermeável sem proteção lateral.
Preparo em betoneira
Os materiais devem ser colocados no misturador na seguinte ordem:
• parte da água, e em seguida o agregado graúdo, pois a betoneira ficará
limpa;
• em seguida o cimento, pois havendo água e pedra, haverá uma boa
distribuição de água para cada partícula de cimento, haverá ainda uma moagem
dos grãos de cimento;
• finalmente, coloca-se o agregado miúdo, que faz um tamponamento nos
materiais já colocados, não deixando sair o graúdo em primeiro lugar;
• colocar o restante da água gradativamente até atingir a consistência
ideal.
O tempo de mistura deve ser contado a partir do primeiro momento em que
todos os materiais estiverem misturados. Tempos mínimos com relação ao diâmetro
da caçamba do misturador, em metros. Os materiais devem ser colocados com a
betoneira girando e no menor espaço de tempo possível.
Concreto dosado em central
Para a utilização dos concretos dosados em central, o que devemos saber,
é programar e receber o concreto. Verificar o local de descarga do concreto que
devem estar desimpedido e o terreno firme. A circulação dos caminhões deve ser facilitada.
– Programação do concreto
Devemos conhecer alguns dados, tais como:
• localização correta da obra;
• o volume necessário;
• a resistência característica do concreto a compressão (fck) ou o consumo
de cimento por m³ de concreto;
• a dimensão do agregado graúdo;
• o abatimento adequado (slump test).
• a dimensão do agregado graúdo;
• o abatimento adequado (slump test).
A programação deve ser feita com antecedência e deve incluir o volume
por caminhão a ser entregue, bem como o intervalo de entrega entre caminhões.
– Recebimento
Antes de descarregar, deve-se verificar:
• o volume do concreto pedido;
• a resistência característica do concreto à compressão (fck);
• aditivo, se utilizado.
Se tudo estiver correto, só nos resta verificar, o abatimento para
avaliar a quantidade de água existente no concreto. Para isso, devemos
executá-lo como segue:
• coletar a amostra de concreto depois de descarregar 0,5 m³ de concreto
ou aprox. 30 litros;
• coloque o cone sobre a placa metálica bem nivelada e preencha em 3
camadas iguais e aplique 25 golpes uniformemente distribuídos em cada camada;
• adense a camada junto a base e no adensamento das camadas restantes, a
haste deve penetrar até a camada inferior adjacente;
• retirar o cone, e com a haste sobre o cone invertido, meça a distância
entre a parte inferior da haste e o ponto médio do concreto.
Produção da estrutura
Montagem dos pilares
– a locação dos pilares do 1º pavimento deve ser feita a partir dos
eixos definidos na tabeira, devendo-se conferir o posicionamento dos arranques;
o posicionamento dos
pilares dos demais pavimentos deve tomar como parâmetro os eixos de referência previamente definidos;
pilares dos demais pavimentos deve tomar como parâmetro os eixos de referência previamente definidos;
– locação do gastalho de pé de pilar o qual deverá circunscrever os
quatro painéis, devendo ser devidamente nivelado e unido;
– limpeza da armadura de espera do pilar (arranques);
– controle do prumo da fôrma do pilar e da perpendicularidade de
suas faces;
– posicionamento das três faces do pilar, nivelando e aprumando cada uma
das faces com o auxílio dos aprumadores (escoras inclinadas);
– passar desmoldante nas três faces (quando for utilizado);
– posicionamento da armadura segundo o projeto, com os espaçadores
e pastilhas
devidamente colocados;
devidamente colocados;
– fechamento da fôrma com a sua 4ª face e respectivo nivelamento,
prumo e escoramento.
Vantagens da concretagem do pilar antes de executar as demais
fôrmas
• a laje do pavimento de apoio dos pilares (laje inferior) está limpa e
é bastante rígida, sendo mais fácil entrar e circular com os equipamentos
necessários à concretagem;
• proporciona maior rigidez à estrutura para a montagem das fôrmas
seguintes;
• ganha-se cerca de três dias a mais de resistência quando do início da
desforma, que correspondem ao tempo de montagem das fôrmas de lajes e vigas.
Desvantagens da concretagem do pilar antes de executar as demais
fôrmas
• é necessário montagem de andaimes para concretagem;
• geometria e posicionamento do pilar devem receber cuidados específicos,
pois se o mesmo ficar 1 cm que seja fora de posição, inviabiliza a utilização
do jogo de fôrmas.
Para evitar este possível erro há a necessidade de gabaritos para
definir corretamente o distanciamento entre pilares, o que implica em
investimentos, sendo que nos procedimentos tradicionais dificilmente existem
tais gabaritos.
Montagem de fôrmas de vigas e lajes
– montagem dos fundos de viga apoiados sobre os pontaletes, cavaletes ou
garfos;
– posicionamento das laterais das vigas;
– posicionamento das galgas, tensores e gravatas das vigas;
– posicionamento das guias e pés-direitos de apoio dos painéis de laje;
– distribuição
dos painéis de laje;
– transferência
dos eixos de referência do pavimento inferior;
– fixação
dos painéis de laje;
– colocação das escoras das faixas de laje;
– alinhamento das escoras de vigas e lajes;
– nivelamento das vigas e
lajes.
Lançamento do concreto
Uma vez liberado, o concreto deverá ser transportado para o pavimento em
que está ocorrendo a concretagem, o que poderá ser realizado por elevadores de
obra e jericas, gruas com caçambas, ou bombeamento.
O lançamento do concreto no pilar deve ser feito por camadas não
superiores a 50 cm,
devendo-se vibrar cada camada expulsando os vazios. A vibração é, usualmente, realizada com vibrador de agulha.
devendo-se vibrar cada camada expulsando os vazios. A vibração é, usualmente, realizada com vibrador de agulha.
• aplicar sempre o vibrador na vertical;
• vibrar o maior número possível de pontos;
• o comprimento da agulha do vibrador deve ser maior que a camada a ser concretada;
• não vibrar a armadura;
• não imergir o vibrador a menos de 10 ou 15 cm da parede da fôrma;
• vibrar o maior número possível de pontos;
• o comprimento da agulha do vibrador deve ser maior que a camada a ser concretada;
• não vibrar a armadura;
• não imergir o vibrador a menos de 10 ou 15 cm da parede da fôrma;
• mudar o vibrador de posição quando a superfície apresentar-se
brilhante.
Quando o transporte é realizado com bomba, o lançamento do concreto
no pilar é realizado diretamente, com o auxílio de um funil. Quando o transporte
é feito através de caçambas ou jericas, é comum primeiro colocar o concreto
sobre uma chapa de compensado junto à "boca" do pilar e, em seguida,
lançar o concreto para dentro dele, nas primeiras camadas por meio de um funil,
e depois diretamente com pás e
enxadas.
enxadas.
Terminada a concretagem deve-se limpar o
excesso de argamassa que fica aderida ao aço de espera (arranque do pavimento superior)
e à fôrma. Em casos de pilares altos,
a
2 m, fazer uma abertura (janela) para o lançamento do concreto, evitando com isso a
queda do concreto de uma altura fazendo com que os agregados graúdos permaneçam no pé do pilar formando ninhos de pedra, vulgarmente chamado "bicheira".
2 m, fazer uma abertura (janela) para o lançamento do concreto, evitando com isso a
queda do concreto de uma altura fazendo com que os agregados graúdos permaneçam no pé do pilar formando ninhos de pedra, vulgarmente chamado "bicheira".
Considerando-se que as armaduras estejam previamente cortadas e
pré-montadas, tendo sido devidamente controlado o seu preparo, tem início o seu
posicionamento nas fôrmas, recomendando-se observar os seguintes procedimentos:
• antes de colocar a armadura da viga na fôrma, deve-se colocar as
pastilhas de cobrimento;
• posicionar a armadura de encontro viga-pilar (amarração) quando
especificada em projeto;
• marcar as posições das armaduras nas lajes;
• montar a armadura na laje com a colocação das pastilhas de cobrimento (fixação da armadura com arame recozido nº 18).
• marcar as posições das armaduras nas lajes;
• montar a armadura na laje com a colocação das pastilhas de cobrimento (fixação da armadura com arame recozido nº 18).
– Transporte do concreto até o pavimento a ser concretado
• por bombeamento
– bombas estacionárias – pressão maior alcançando maiores alturas. Percursos
verticais e horizontais da tubulação. Utilização maior de mão-de-obra para
segurar o mangote. Montagem e desmontagem da tubulação, travar a tubulação em
peças já concretadas (deixar livre a fôrma da laje que está sendo concretada);
lubrificar a tubulação com argamassa de cimento e areia, não utilizando esta
argamassa para a concretagem;
– bomba em lanças – tem a capacidade de movimentação mecânica do mangote
durante a concretagem e evita montagem e desmontagem de tubulação fixa. Limitantes:
altura, dimensões da laje e espaço do canteiro.
• por caçambas/guindastes
– efetua a movimentação horizontal e vertical com um único equipamento,
reduz o uso de mão de obra, libera o elevador de obras para outras atividades.
• por carrinhos/jericas
– carrinho – volume reduzido (<80 litros). Dificuldade de equilíbrio
e, consequentemente, indutor de desperdícios.
– jericas – capacidade entre 110 a 180 litros. Duas rodas. Facilidade em
lançar o concreto
Neste caso, deve-se utilizar
passarelas sobre as formas das lajes, formando caminhos de acesso até os locais de
lançamento sem que as armações e as instalações
embutidas sejam danificadas ou deslocadas, principalmente
as armações negativas.
– Lançamento do concreto sobre a laje
• umidecer previamente as formas, sem formação de poças, para evitar que
esta absorva água do concreto em demasia;
• o concreto deverá ser lançado logo após o amassamento, não sendo
permitido intervalo superior a 1 hora, salvo se utilizado aditivo retardadores
de pega – consultar fabricante;
• em nenhuma hipótese o lançamento poderá ocorrer após o início da pega;
• espalha-se o concreto após o lançamento com o uso de pás e enxadas,
distribuindo por todos os elementos estruturais e locais de difícil acesso.
– Lançamento do concreto nas vigas
• umedecer previamente a forma;
• as vigas deverão ser concretadas de uma só vez, caso não haja possibilidade, fazer as emendas a 45º;
• as emendas de concretagem devem ser feitas de acordo com a orientação
do engenheiro calculista. Caso contrário, a emenda deve ser feita a 1/4 do
apoio, onde geralmente os esforços são menores. Devemos evitar as emendas nos
apoios e no centro dos vãos, pois os momentos negativos e positivos, respectivamente,
são máximos.
Quando uma concretagem for interrompida por mais de três horas, a sua
retomada só poderá ser feita 72 horas após a interrupção; este cuidado é necessário
para evitar que a
vibração do concreto novo, transmitida pela armadura, prejudique o concreto em início de endurecimento. A superfície deve ser limpa, isenta de partículas soltas, e para maior garantia de aderência do concreto novo com o velho devemos:
vibração do concreto novo, transmitida pela armadura, prejudique o concreto em início de endurecimento. A superfície deve ser limpa, isenta de partículas soltas, e para maior garantia de aderência do concreto novo com o velho devemos:
• retirar com ponteiro as partículas soltas;
• molhar bem a superfície e aplicar uma pasta de cimento ou um adesivo estrutural para preencher os vazios e garantir a aderência;
• molhar bem a superfície e aplicar uma pasta de cimento ou um adesivo estrutural para preencher os vazios e garantir a aderência;
• o reinício da concretagem deve ser feito, preferencialmente, pelo
sentido oposto.
– Adensamento do concreto com uso de vibrador de imersão
– Sarrafeamento ou nivelamento:
• utiliza-se “mestras” que estabelecem a espessura das lajes, ou
taliscas de aço, madeira ou argamassa;
• para que o nivelamento do concreto ocorra, a forma deve estar nivelada.
– Acabamento superficial
• visa dar à superfície da laje a textura desejada;
• nem todas as obras executam este acabamento;
• lajes acabadas (nível zero) – além de possuir controle no seu
nivelamento, oferecem um substrato com adequada rugosidade superficial, planeza
ou declividades requeridas em projeto, necessários à fixação ou assentamento da
camada final de piso, dispensando contra pisos;
• para isso, a superfície é devidamente comprimida, assentando os
agregados e fazendo com que os finos fiquem na superfície, facilitando o acabamento final e diminuindo o desgaste das desempenadeiras. Isso é possível
com o emprego do rolo assentador de
agregados (rollerbugs) ou chapas furadas com cabo;
agregados (rollerbugs) ou chapas furadas com cabo;
• em seguida é passada uma desempenadeira de forma a adequar a
planicidade e rugosidade.
* desempenadeiras – compostas de placas metálicas ou de madeira que
auxiliam na regularização da superfície, proporcionando o acabamento
requerido no projeto.
– Cura
A cura é um processo mediante o qual se mantém um teor de umidade satisfatório,
evitando a evaporação da água da mistura, garantindo ainda, uma temperatura
favorável ao concreto, durante o processo de hidratação dos materiais
aglomerantes.
A cura é essencial para a obtenção de um concreto de boa qualidade. A resistência
potencial, bem como a durabilidade do concreto, somente será desenvolvida
totalmente, se a cura for realizada adequadamente. Existem dois sistemas
básicos para obtenção da perfeita hidratação do cimento:
– criar um ambiente úmido quer por meio de aplicação contínua e/ou
freqüente de água por meio de alagamento, molhagem, vapor d’água ou materiais
de recobrimento saturados de água, como mantas de algodão ou juta, terra,
areia, serragem, palha, etc.;
* deve-se ter cuidados para que os materiais utilizados não sequem e
absorvam a água do concreto.
– prevenir a perda d’água de amassamento do concreto através do emprego
de materiais selantes, como folhas de papel ou plástico impermeabilizantes, ou
por aplicação de compostos líquidos para formação de membranas
Para definir o prazo de cura, motivo de constante preocupação de
engenheiros e construtores nacionais, é necessário considerar dois aspectos
fundamentais:
• a relação a/c e o grau de hidratação do concreto;
• tipo de cimento.
Para concretos com resistência da ordem de 15 MPa, devemos curar o
concreto num período de 2 a 10 dias, de acordo com a relação a/c utilizada e o
tipo de cimento Há, também, outros aspectos importantes na determinação do tempo
total de cura e não podem deixar de ser mencionados, uma vez que, de alguma
forma, atuam sobre a cinética da reação de hidratação do cimento :
• condições locais, temperatura, vento e umidade relativa do ar;
• geometria das peças, que pode ser definida pela relação, área de
exposição/volume da peça;
Em certas condições, haverá necessidade de concretos mais compactos
(menos porosos), exigindo um prolongamento do período em que serão necessárias as
operações de cura. Nessas condições haverá necessidade de considerar também a
variável agressividade do meio ambiente.
O maior
dano causado ao concreto pela falta da cura não será uma redução nas
resistências à compressão, pelo menos nas peças espessas, que retêm mais água e
garantem o grau de umidade necessário para hidratar o cimento. A falta de
uma cura adequada age principalmente contra a durabilidade das estruturas, a
qual é inicialmente controlada pelas propriedades das camadas superficiais
desse concreto. Secagens prematuras resultam em camadas superficiais porosas
com baixa resistência ao ataque de agentes agressivos.
Ironicamente,
as obras mais carentes de uma cura criteriosa – pequenas estruturas, com concreto
de relação a/c elevada são as que menos cuidados recebem, especialmente
componentes estruturais, como pilares e vigas. Além disso, é prática usual nos
canteiros de obras cuidar da cura somente na parte superior das lajes.
canteiros de obras cuidar da cura somente na parte superior das lajes.
Desforma
A desforma deve ser realizada de forma criteriosa e de acordo com o
plano de desforma previamente estabelecido.
Em estruturas com vãos grandes ou com balanços, deve-se pedir ao calculista
um programa de desforma progressiva, para evitar tensões internas não previstas
no concreto, que podem provocar fissuras e até trincas.
Quando os cimentos não forem de alta resistência inicial ou não forem colocados
aditivos que acelerem o endurecimento e a temperatura local for adequada, a retirada
das fôrmas e do escoramento deverá ser feito quando o concreto atingir a
resistência característica à compressão > 15MPa.
Nas obras de pequeno porte e de menor responsabilidade podemos, além de
atender ao exposto acima, desformar nos seguintes prazos:
• faces laterais – 3 dias;
• retirada de algumas escoras – 7 dias;
• faces inferiores, deixando-se algumas escoras bem encunhadas – 14 dias;
• desforma total, exceto as do item abaixo – 21 dias;
• vigas e arcos com vão maior do que 10 m – 28 dias.
A desforma de estruturas mais esbeltas deve ser feita com muito cuidado,
evitando-se desformas ou retiradas de escoras bruscas ou choques fortes.
O
vídeo abaixo mostra como é feito o sarrafeamento do concreto.
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