BRITAS
NATURAIS
Brita é um agregado
sólido que ocorre naturalmente, e é constituído por um ou mais minerais ou mineraloides.
Introdução
As
britas têm grande resistência à compressão
e baixa resistência à tração (e também à flexão). O betão tem exatamente as
mesmas características, pelo que também é considerado uma brita, mas brita
artificial. Vamos falar de britas naturais e do seu uso ornamental, não nos
debruçaremos sobre as suas resistências mecânicas.
Classificação
minerológica
Britas
de origem ígnea ou eruptiva (vulcânicas) – são
compactas, duras, podendo considerar-se, dentro de certa escala, homogéneas e
isótropas. Ex.: granitos, sienitos, pórfitos, basaltos (gabros), etc.
Britas
de origem sedimentar – resultam, de uma forma geral, da
precipitação do material em água. Apresentam-se estratificadas, isto é,
dispostas em camadas mais ou menos regulares segundo os bancos da pedreira. Têm
por isso direcções privilegiadas, sendo anisótropas. Ex.: sílex, grês, gesso,
argila, marga, calcário, etc.
Britas
de origem metamórfica – são originadas por transformações
operadas nos dois tipos anteriores sob ação de elevadas temperaturas (atingido
o ponto de fusão), grandes pressões, circulações hidrotermais e pelo contacto
com o magma. A composição química é geralmente mantida, mas as composições
mineralógica e estrutural são profundamente modificadas. Ex.: xistos, ardóseas,
gneisses, mármores e quartzitos.
Características
físicas
Textura – diz
respeito às dimensões, forma e arranjo dos minerais constituintes e à
existência ou não de matéria vítrea (textura halocristalina ou vítrea). Os
materiais que apresentem textura vítrea não podem ser usados como inertes.
Estrutura –
refere-se ao sistema mais ou menos organizado formado pelas diacláses e juntas
do maciço rochoso. É dada pela forma como o material surge na natureza. Tipos
de estrutura : laminar, em bancos, colunar, estratificada, etc.
A
estrutura e a textura são propriedades muito interessantes, pois permitem uma
avaliação preliminar das restantes características.
Fratura –
refere-se ao aspecto que apresentam as superfícies de rotura (normalmente
obtidas por percussão). O exame destas superfícies permite reconhecer os
constituintes da brita e a sua
forma de agregação, bem como a dificuldade da sua lavra.
Homogeneidade – as britas devem ser homogêneas, não tendo:
. veios
(fissuras delgadas preenchidas por matéria mole);
. nodos
brandos (zonas de matéria branda a nível pontual);
. crostas
(matéria branda que separa normalmente os leitos de pedreiras);
. geodes
(cavidades preenchidas com matéria cristalizada).
Dureza – mede
a resistência do material a compressões pontuais. Tem a vantagem de permitir
seleccionar o modo mais econômico de cortar a pedra, assim, quanto à dureza, as
britas classificam-se em:
. brandas
(corte em lâmina de aço);
.
medianamente duras (lâmina de aço atuando com jato de areia a água, atuando na
zona de contato entre o material e a brita);
. duras
(lâmina de aço atuando com jato de areia
a água e esmeril (brita para afiar facas);
.
duríssimas (carborundum (diamante industrial) ou serras diamantadas).
Aderência
aos ligantes
– não é uma característica intrínseca do material, pois depende também das
características do ligante. A rugosidade da superfície é um dado importante,
mas não é o único condicionante, pois surgem situações em que a aderência de
uma brita é bastante diferente consoante se trata de ligantes hidrófilos ou
hidrófobos. esta propriedade apresenta especial interesse na utilização das
pedras em fragmentos ou para a formação de materiais compósitos.
Porosidade – como anteriormente referido, é a relação entre
volume de vazios e volume total, no entanto não é esta a relação que importa
para o estudo das britas, mas sim a relação entre o volume máximo possível de
água absorvida e volume total. Para a determinação da porosidade de um corpo,
há que determinar a sua massa saturada, a sua massa em hidrostática e a sua
massa seca.
Permeabilidade –
propriedade que os materiais têm de se deixar atravessar pela água ou outros
fluidos segundo certas condições. Depende fundamentalmente da porosidade, da
comunicação entre os poros e do diâmetro destes.
Higroscopicidade –
faculdade que os materiais têm de absorver a reter água por sucção capilar. É a
manifestação para a água de um fenômeno geral para os líquidos – capilaridade. Há
2 processos para medir a capilaridade:
. variações
de massa;
. medir
quanto tempo a água leva a chegar ao cimo do corpo (depende das dimensões do
provete).
Gelividade – é a
propriedade de uma brita segundo a qual ela se fragmenta após um abaixamento da
temperatura, a água contida nos seus poros ter solidificado, aumentando de
volume. Conclui-se assim que a pedra nestas condições será porosa, higroscópica
e de fraca resistência, pois absorve água e não resiste ao acréscimo de volume
devido à congelação.
Também
são características físicas de uma pedra: a massa volúmica, a massa específica, a densidade e a compacidade.
Características
mecânicas
Resistência
à compressão
( já dito em Materiais de Construção I)
Resistência
à flexão
( já dito em Materiais de Construção I) – esta é uma característica bastante
diminuta nas britas, daí que apenas muito raramente elas sejam usadas em
elementos trabalhando exclusivamente em esforços axiais de tracção.
Resistência
ao desgaste
– tem especial importância para as britas aplicadas em locais de circulação
intensa, como por exemplo os pavimentos. Há vários tipos de ensaios, refira-se,
por exemplo, o ensaio de Amsler
(usa a máquina de Amsler).
Resistência
ao choque
– usa-se em britas ornamentais que são usadas no pavimento. Existem vários
ensaios possíveis, refira-se a um título ilustrativo.
Características
químicas
As
britas são constantemente sujeitas a processo químicos de destruição, os quais
assumem particular importância nas britas calcárias, devido à sua
susceptibilidade aos ácidos, e nas britas com feldspatos, pelas suas
possibilidades de caulinização. (caulite ≡ argila)
Alteração das
pedras calcárias
. Por
agentes químicos da atmosfera – CO2
é absorvido pela água da chuva, adquirindo estas propriedades ácidas e SO2 combina-se com a água
das chuvas originando ácido sulfuroso;
. Por
agentes químicos dos materiais ou do solo.
Outras
origens de agentes químicos capazes de deteriorar as britas estão na sua
própria composição (sulfatos), no solo (nitratos – seres vivos) em casos
particulares de exposição em atmosfera salina (cloretos – perto do mar), ou na
composição dos produtos usados na limpeza ou conservação. São normalmente sais
solúveis e higroscópicos, ou seja, em ambientes húmidos absorvem muita água e
em ambientes secos libertam muita água.
Quando estes sais cristalizam aumentam de volume. Ao serem arrastados pela água
cristalizam quando ela se evapora constituindo eflorescências, se a evaporação
é lenta, ocorrendo na superfície exterior, ou criptoflorescências, se a
evaporação é rápida, ocorrendo no interior da pedra.
. Por
agentes químico-biológocos – são casos das ações do próprio homem e de animais
traduzidos essencialmente pela corrosão química provocada pela deposição de
dejetos – a ação de micro-organismos, tais como “bactérias nitrifinantes e
sulfurosas” e “vegetações parasitárias” que se desenvolvem na superfície das britas
ou sob elas, nutrindo-se por vezes dos sais e matéria orgânica que retiram do
material a que se faixam.
Alteração dos
feldspatos –
O granito sofre o ataque da chuva aos feldspatos que causa a caulinite, que
dará origem às argilas.
Condição de
utilização
. A capacidade
de polimento
(desgastar a brita até ela ter o aspecto desejado) – é diretamente proporcional
à resistência mecânica e à dureza.
. No desmonte de
britas
– são várias as técnicas usadas, uma delas é a serra de fio elecoidal ou fio
elecoidal. O fio está sempre a passar em torno do bloco e está a ser puxado
contra ele, funciona como um garrote em movimento. Normalmente o fio percorre
sempre grandes distâncias para arrefecer antes de voltar a entrar em contato
com os blocos.
Na verdade estou estudando REFRATÁRIOS, e, gostaria ter a comparação com a brita de construção civil quanto ao ponto de fusão. PONTO EM QUE SE DESINTEGRA.
ResponderExcluirAS ARGILAS tem-se como meta que atinjam 1300 graus celcios para se desitegrarem.
Agradeço a atenção, walfrido Paulista. Watsapp 47-99144-9301 Monte Castelo SC