ELÉTRICAS
"Quem acende uma luz é o primeiro a beneficiar-se da
claridade."
“Boa noite, leitores. Assim
como fiz em Tecnologia das Construções, Materiais de Construção e Desenho
Técnico, dividi Instalações em três unidades”, Alex
Silva.
O uso da
eletricidade requer uma rede complexa de ligações que começa no poste da
concessionária e termina em soquetes e tomadas. Para que tudo isso funcione
direito, é necessário um projeto elétrico, elaborado por profissional especializado.
Desenvolvido a partir do projeto de arquitetura, ele define os pontos de luz e
eletricidade da edificação, de acordo com as necessidades de cada ambiente e
considerando os aparelhos eletroeletrônicos a ser instalados, determinando o
porte da instalação, estabelecendo circuitos e especificando os materiais a ser
utilizados. As instalações elétricas consomem entre 12 a 17% do
custo total da construção. Assim, é importante que esse dinheiro seja bem
empregado. Os principais elementos utilizados são:
• Poste de recepção –
indispensável para a entrada de energia na casa, ele deve atender às
especificações da concessionária. Pode ser produzido em ferro ou concreto. Os
de ferro têm formato circular e são indicados para uma potência máxima de 12 kW.
Já os de concreto não possuem limite de potência e podem ser encontrados
prontos ou concretados na própria obra. Nesse caso, seu projeto deve ser
aprovado pela concessionária. Para não haver riscos de energização, o poste
deve receber um isolante de porcelana (braquete), instalado no topo e ligado ao
cabo que traz a energia do poste público. A ele também estão ligados os cabos
que levam a energia do poste até a caixa de medição;
• Caixa de medição –
colocada do lado de fora da casa, ela é dividida em duas partes. De um lado
fica o medidor de consumo instalado pela concessionária e, paralelamente, o
dispositivo de proteção – disjuntor ou chave seccionada acoplada a fusíveis. Em
caso de sobrecarga ou curto-circuito, o dispositivo interrompe a corrente
elétrica. Para regiões litorâneas e úmidas a caixa deve ser produzida em fibra
de vidro. Para as demais, os modelos metálicos não apresentam inconvenientes;
• Quadro geral -
os de metal ou fibra de vidro são melhores, devendo ser descartados aqueles
produzidos em materiais combustíveis, como, por exemplo, madeira. Nesse quadro,
os circuitos que compõem a instalação devem estar agrupados separadamente,
conforme indica a ABNT: um para iluminação, outro para tomadas em geral, mais
um outro para tomadas de cozinha, além de um circuito exclusivo para cada
aparelho com potência superior a 1.000 W, como microondas, lava-louças e
chuveiros, devido a alta carga que possuem. Essa distribuição é mais segura e
tem um caráter prático: se alguma tomada sofrer pane, a iluminação do ambiente
não será comprometida, facilitando o conserto;
• Fusíveis e disjuntores - são essenciais para proteger a instalação contra sobrecargas ou curtos-circuitos. Os antigos e tradicionais fusíveis contêm um condutor metálico que se rompe (queima) quando a intensidade da corrente é superior à sua capacidade, de acordo com a instalação. Depois de queimado ele pode ser substituído, mas, no caso de voltar a queimar, é conveniente buscar um eletricista para descobrir a causa dessas contínuas interrupções de corrente. São fabricados em papelão resistente (tipo cartucho), cerâmica e resina, não havendo grandes diferenças quanto ao funcionamento. Os disjuntores atuam da mesma forma, mas têm a vantagem de não requerer substituição: eles desligam a corrente quando percebem alterações e podem ser rearmados em seguida. São considerados mais práticos e eficazes do que os fusíveis;
• Diferencial Residual - trata-se de um dispositivo de
segurança de uso recomendado pela ABNT e conhecido pela sigla DR. Trata-se de
um disjuntor supersensível às menores fugas de corrente, ocasionadas, por
exemplo, por fios descascados ou por uma criança que introduza o dedo ou
qualquer objeto numa tomada. De atuação imediata, ele interrompe a corrente
assim que verifica anomalias. É possível instalar um único DR na caixa de
medição ou um para cada circuito, nesse caso, colocados no quadro geral;
• Eletrodutos -
conduítes por onde correm os fios e cabos que formam a instalação. Podem ser
encontrados em ferro, aço esmaltado ou galvanizado, ou ainda em PVC, o mais
prático. Quando necessária, a conexão desses tubos é feita com peças
apropriadas a cada uso: curvas para cantos de parede, luvas para linhas retas e
buchas e arruelas no encontro com caixas de tomadas e interruptores;
• Fios e cabos -
são condutores de energia que se diferenciam apenas quanto à forma e aplicação.
O fio é formado por um único condutor, não flexível e utilizado em instalações
retilíneas ou quando existirem somente curvas suaves. O cabo é constituído por
um conjunto de fios, isolados ou não entre si, próprios para instalações com
curvas acentuadas e para aparelhos elétricos em geral, devido à sua grande
flexibilidade. Tecnicamente eles são iguais, pois com a mesma bitola – área
condutora – têm idêntica capacidade de condução de energia. De acordo com as
normas da ABNT, seu revestimento, geralmente em PVC, deve ser isolante e
antichama, o que é identificado pela sigla BWF impressa em toda a sua extensão.
O condutor deve ser em cobre ou alumínio, sempre da mais alta pureza,
facilitando a passagem de energia e evitando perdas. A corrente a ser
transportada é que determina a bitola necessária. Ela varia de 16 e 50 mm² no
percurso entre os quadros de entrada e distribuição e cai para áreas condutoras
de 2,5 a 6 mm², quando destinada a atender equipamentos de 110 ou 220 V;
• Conectores -
para unir fios e cabos existem três opções: a tradicional fita isolante, que
deve ser de alta qualidade; os pequenos conectores em plástico por fora e metal
internamente que seguram os fios por meio de pressão; ou ainda os conectores
maiores, em formato de cubo ou barra, produzidos em plásticos ABS, cerâmica ou
polietileno, que seguram os fios através de pequenos parafusos;
• Tomadas, interruptores e outros pontos - a partir do quadro de distribuição,
os fios ou cabos são conduzidos a diversos pontos da casa, chegando até
soquetes, interruptores ou tomadas. Quanto aos soquetes para lâmpadas
incandescentes, existem dois tipos: os de porcelana e os de baquelita, mais
indicados para uso em abajures. Já as fluorescentes exigem soquetes especiais
(de aperto ou carrapicho). As caixas de tomadas e interruptores (em geral com
medidas de 4" x 2" ou 4" x 4") são produzidas em metal ou
em PVC e podem ser encontradas também no formato octogonal. Quanto às tomadas,
existem dois tipos: bipolar (dois polos, como a de um secador ou a da TV) e a
tripolar (dois pólos mais o terra, como a do computador), ambas com entrada
para plugues redondos ou chatos. Embora poucos produtos nacionais tenham plugues
tripolares, esse é o tipo de tomada mais seguro e de uso recomendado pela ABNT.
Vale lembrar que para intensidades de corrente superior a 15 ampéres devem ser
instaladas tomadas específicas. Os interruptores podem ter ligação simples,
paralela, (acionamento em dois pontos diferentes) e intermediária (liga e
desliga em três pontos distintos). A escolha depende das conveniências;
• Transformadores e reatores - entre as lâmpadas de uso residencial
disponível no mercado, duas exigem peças especiais para seu funcionamento: as
fluorescentes precisam de reatores – dispositivos de partida – subdivididos em
convencional e os de partida rápida (simultânea ao toque no interruptor). Para
as dicroicas, que funcionam em 12 V, é imprescindível um transformador para 110
ou 220 V, normalmente vendido em conjunto com as próprias lâmpadas;
• Lâmpadas -
são vários os tipos e modelos para uso residencial, e a escolha vai depender
apenas dos gostos de cada um e da linha adotada pelo projeto (ver dica
específica a esse respeito);
Vídeo interessante sobre fiação
e aparelhos utilizados em instalações elétricas. Assista.
Curiosidades
A instalação elétrica é uma das etapas
mais importantes da construção de sua casa. Uma instalação elétrica malfeita
pode acabar gerando despesas futuras para você e até acidentes. Portanto, toda
vez que você for trabalhar com energia elétrica, faça-o com calma, com o máximo
de cuidado. Instale a caixa de luz em lugar de fácil acesso tanto para você,
quanto para o leiturista.
Outro aspecto importante é a questão da
escolha do material. Procure materiais de boa qualidade, evitando
reaproveitamentos ou compras em ferro-velho. Lembre-se: nesses casos, o barato
acaba saindo mais caro. O importante é que você faça uma instalação segura e
duradoura.
Procure uma cor especial (azu1-claro,
por exemplo) para identificar o fio neutro, diferenciando-o do fio fase
(vermelho, por exemplo). Isso facilita muito a execução da instalação,
desobrigando-o de fazer testes toda a vez que encontrar uma extremidade de fio.
O programa Mãos à Obra é muito bom, já me ajudou bastante. Você pretende postar algo relacionado a planta baixa elétrica?
ResponderExcluirPretendo quando estiver na etapa de Arquitetura.
ResponderExcluir