INERTES
OU AGREGADOS
Inertes utilizados na construção civil.
Introdução
Usados
para fazer betões e argamassas, dado serem mais baratos do que os cimentos,
diminuindo o custo da obra. Diminuem as retrações, dado que os inertes não
diminuem de volume. Não se usam basaltos, pois têm textura vítrea o que provoca
problemas na aderência.
Classificação
Quanto
à origem petrográfica – calcária (sul) e granítica (norte);
Quanto
à dimensão
(granulometria) – finos (areias
britadas) e grossos;
Quanto à
densidade
.
leves – densidade menor que 2 t/m³, usados em estruturas com baixo peso próprio
ou bom isolamento térmico. Exs.: leca (argila expandida), cortiça, poliestireno
expandido;
.
normais – densidade entre 2 e 3 t/m³, usados em betões. Exs.: areias, britas;
.
pesados – densidade maior que 3 t/m³, isolam radiações, usados em muros de
suporte. Exs.: barita, desperdícios metálicos.
Quanto ao modo
de obtenção –
os inertes surgem na natureza em grandes blocos, as britadeiras diminuem as
suas dimensões, surgindo desperdícios que podem ser usados como areias britadas.
Podendo ser:
. naturais
(areias) – são usados tal como ocorrem na natureza;
.
britados
Características
impostas pela norma em vigor
Resistência
mecânica à compressão – só pode fazer quando se conhece a
rocha-mãe e se tem acesso a ela. Quando não é possível estudar a rocha-mãe,
recorre-se a ensaios sobre amostras do inerte. Usa-se, por exemplo, o ensaio de esmagamento ou o ensaio de
desgaste. Quando não é possível realizar qualquer um dos ensaio, uma maneira
objetiva e segura de avaliar a qualidade de um inerte, consiste em determinar a
tensão de rotura de um betão com ele fabricado e a tensão de rotura de um betão
padrão amassado nas mesmas condições, constituído por um bom inerte de
propriedades bem conhecidas.
Módulo
de elasticidade – também só pode ser determinado se conhecer a
rocha-mãe. O ensaio é feito da forma usual, isto é, durante o ensaio de
compressão ou de tração medem-se instantaneamente as tensões e as extensões.
Quanto mais esférica for a partícula, melhor ela se autoarruma (mais
compacidade e mais resistência mecânica).
Trabalhabilidade –
facilidade com que o material é trabalhado. Quanto mais esféricas são as
partículas, melhor a trabalhabilidade.
Análise
granulométrica – consiste em avaliar as dimensões das partículas.
O resultado deste ensaio depende da forma dos inertes.
Coeficiente
volumétrico –
serve para avaliar a forma do inerte. Quando o coeficiente volumétrico for igual a 1, a partícula é esférica.
Quanto maior o coeficiente, melhor a forma.
Amostragem –
usam-se separadores ou o método do esquartelamento.
.
esquartelamento – retira-se uma quantidade significativa de material, depois
espalha-se sobre uma superfície lisa. Divide-se em 4 partes mais ou menos iguais
e retiram-se 2 das partes opostas. Mistura-se o material restante e repete-se o
processo até obter uma quantidade representativa da amostra e susceptível de
avaliar;
.
separadores – caixa contendo um número par de baias separadoras, as quais estão
ligadas ao exterior, indo metade do material para cada lado.
Ligação inerte (ligante)
– uma
má ligação inerte-cimento diminui a resistência mecânica do betão. Quanto menor
irregularidade das partículas, menor aderência ligante, pois haverá menor
atrito entre eles, o inerte britado tem melhor aderência do que o inerte rolado.
.
características que influenciam a ligação inerte – irregularidade e porosidade
(quanto maior a porosidade, maior a tendência para puxar a água para o seu
interior e com ela vem também o cimento);
.
tipos de ligações inertes:
- ligação epitáxica: os cristais
dos componentes do cimento hidratado prolongam os do inerte, os quais têm em
comum as suas redes cristalinas. O ligante como que imita a textura do inerte,
trazendo-a para a superfície, o que melhora a ligação;
- ligações químicas: os inertes não
são completamente inertes quimicamente, gerando-se ligações químicas entre o
ligante e o inerte;
- ligação mecânica: deve-se à
rugosidade do inerte.
Resistência
ao congelamento – é determinada através da determinação do
coeficiente de embebição.
Resistência aos
sulfatos
– avalia-se a perda de massa sofrida após 5 ciclos, nos quais o inerte é
colocado numa solução de sulfatos e em seguida numa estufa, sofrendo
evaporação.
Coeficiente
de dilatação térmica – só se faz se tivermos acesso à rocha-mãe.
Para o cálculo da composição do betão, há que conhecer determinadas
propriedades do inerte:
.
massa volúmica;
.
absorção;
.
humidade;
.
granulometria.
Impurezas
–
podem interferir química ou fisicamente com o ligante. As que interferem
quimicamente são:
.
partículas que dão origem a reacções expansivas com o cimento;
.
impurezas de origem orgânica;
.
impurezas de origem mineral (sais).
As
que interferem fisicamente são:
.
partículas de dimensões iguais ou inferiores às das partículas de cimento que
interferem na estrutura do mineral hidratado, enfraquecendo-a;
.
partículas com resistência baixa;
.
partículas com contrações e expansões excessivas devidas às alternativas de embebição e secagem;
As
impurezas provenientes de partículas finas diminuem a resistência mecânica e
aumentam a quantidade de água necessária para fabricar o betão, pois essas
partículas requerem muita água para serem hidratadas. Este aumento da
quantidade de água usada, por si só, diminui a resistência mecânica e aumenta a
retração do betão.
Análise
granulométrica – processo através do qual se distribui as
percentagens das partículas de determinadas dimensões que constituem o inerte.
.
série principal – esta série é caracterizada pela dimensão da malha, para as
britas, ou pelo número de aberturas por polegada linear, para as areias;
.
série secundária – tem por objetivo completar a curva granulométrica com a
adição de mais pontos.
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