Exemplo de diagrama de forças cortantes.
Introdução
Os
corpos sólidos não são rígidos e indeformáveis. A experiência mostra que, quando
submetidos a forças externas, os corpos se deformam, ou seja, variam de dimensões.
Os esforços internos que tendem a resistir às forças externas são chamados esforços
solicitantes.
Se
as forças externas produzirem tensões abaixo do limite de elasticidade do material
do corpo sólido, ao cessarem, este readquire a forma e as dimensões originais. Esta propriedade chama-se elasticidade e a
deformação chama-se, então, elástica.
Se
as forças, porém, passarem de um determinado valor, de modo que, ao cessarem, o
corpo não volta mais à forma primitiva, mantendo-se permanentemente deformado, diz-se
que o corpo foi solicitado além do limite de elasticidade.
Se
as forças aumentarem ainda mais, as deformações permanentes aumentam rapidamente
até provocarem ruptura do corpo. A força que provoca ruptura do corpo serve para
medir sua solidez, ou seja, sua resistência à ruptura.
Ao
se dimensionar uma peça deve-se não só evitar a sua ruptura, como também evitar
deformações permanentes, ou seja, ao cessar a força externa, as deformações devem
também cessar. Surge então a necessidade
de um estudo mais profundo dos esforços a que estão submetidos os materiais,
com vistas a se obter um dimensionamento seguro e econômico.
Classificação dos esforços solicitantes
Os
esforços solicitantes são classificados em:
· Força Normal (N)
– é a componente da força que age perpendicular à seção
transversal.
Se for dirigida para fora do corpo, provocando alongamento no sentido da
aplicação da força, produz esforços de tração. Se for dirigida para dentro do
corpo, provocando encurtamento no sentido de aplicação da força, produz
esforços de compressão. As forças normais são equilibradas por esforços internos
resistentes e se manifestam sob a forma de tensões normais (força por unidade
de área), representadas pela letra grega σ (sigma), que serão de tração ou de
compressão segundo a força normal N seja de tração ou compressão;
· Força Cortante
(V) – é a componente da força, contida no plano da seção transversal
que
tende a deslizar uma porção do corpo em relação à outra, provocando corte (deslizamento
da seção em seu plano). As tensões desenvolvidas internamente que opõem
resistência às forças cortantes são denominadas tensões de cisalhamento ou
tensões tangenciais (força por unidade de área), representadas pela letra grega
τ (thau).
· Momento Fletor
(M) – um corpo é submetido a esforços de flexão, quando
solicitado
por forças que tendem a dobrá-lo, fleti-lo ou mudar sua curvatura. O momento
fletor age no plano contém o eixo longitudinal, ou seja, perpendicular à seção
transversal.
· Momento de
Torção (T) – a componente do binário de forças que tende a girar a
seção
transversal em torno de eixo longitudinal é chamado momento de torção.
Convenção de sinais
Obtidos
os valores de N, V, M e T, podem-se traçar, em escala conveniente, os diagramas
de cada esforço solicitante, também denominados linhas de estado.
· Força normal (N)
Tração (+)
Compressão
(-)
· Força cortante
(V)
Quando
uma força tende a girar uma barra no sentido horário em relação a uma seção: positivo
(+). Quando uma força tende a girar uma barra no sentido anti-horário em
relação a uma seção: negativo (-).
· Momentos
fletores (M)
É
considerado positivo, quando as cargas atuantes na peça tracionam suas fibras
inferiores e, negativo, quando as cargas atuantes na peça tracionam suas fibras
superiores.
Obs.:
Não confunda Momento Fletor com Momento aplicado aos corpos rígidos, cuja convenção
de sinais é, no sentido horário, negativo e, no sentido anti-horário é
positivo.
· Momentos de
Torção (T)
É
considerado positivo quando tende a girar a seção transversal em torno de seu
eixo longitudinal no sentido anti-horário e, negativo, quando tende a girar no
sentido horário.
Regras para o traçado dos diagramas de
esforços solicitantes
· Nos pontos da
barra em que a força é paralela ao eixo longitudinal, o diagrama de
esforços
normais apresenta um ressalto de mesma intensidade da força.
· Nos pontos da
viga onde há força concentrada perpendicular ao eixo longitudinal, o
diagrama
de esforços cortantes apresenta um ressalto de mesma intensidade da força concentrada.
· Nos pontos da
viga onde atua um momento externo, o diagrama de momento fletor
apresenta
um ressalto de mesma intensidade do momento externo.
· Nos pontos do
diagrama onde o esforço cortante é nulo, o diagrama de momento
fletor
apresenta um ponto de máximo.
· Nos pontos da
barra onde há força concentrada perpendicular ao eixo longitudinal, o
diagrama
de momento fletor apresenta um ponto anguloso.
· As funções
carregamento, esforço cortante e momento fletor estão relacionadas por
meio
da seguinte frase: a área da figura do diagrama de força cortante é o
valor da do
momento fletor.
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Assista a esse vídeo muito interessante sobre esforços solicitantes, o professor Osvaldo
Nakao amostra na prática como se faz esses esforços.
Nakao amostra na prática como se faz esses esforços.
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