Produtos cerâmicos
As
figuras mostram os três tipos de tijolos: furado e maciço (superior) e perfurado (centralizado).
Matéria-prima
A
matéria-prima base de todos os produtos cerâmicos é a argila (silicato de alumínio hidratado – SiO2.Al2O.2H2O),
que é usada, preferencialmente, na sua forma mais pura. Existem argilas gordas
(ricas em alumina) e magras (ricas em sílica) quanto ao teor de impurezas, as
argilas dividem-se em puras: caulinite, caulino > 80% e impuras.
Propriedades
Fluidez
e plasticidade – absorvem cerca de 50 a 70% do seu peso em água, tornando-se
plásticas. Podemos então dar-lhes as formas desejadas sem que ocorra fissuração
e contração – retração de 5 a 20% do seu volume durante a secagem;
Quanto
à plasticidade dividem-se em:
muito
plásticas (adiciona-se quartzo ou material cerâmico em pó (sílica));
pouco
plásticas (adiciona-se caulino);
normais.
Impurezas
Dividem-se
em:
Vitrificáveis
(maior teor de sílica) – formam uma camada vítrea quando aquecidos;
Fusíveis
(com óxido de ferro e sílica) – adquirem uma cor alaranjada devido ao óxido de
ferro;
Calcários
(1 a 5%) – funcionam como fundentes e solidificantes;
Óxido
de ferro – a água dissolve-os e transporta-os para onde possa evaporar, provocando
eflorescência e criptoflorescência;
Matéria
orgânica – a qual se degrada provocando a perda de compacidade;
Pedras
grossas – a ida ao forno provoca dilatações na matéria cerâmica, a qual é menor
nas pedras, ficando estas soltas lá dentro.
Preparação das
pastas
Extração a céu aberto;
Mistura e homogeneização – adiciona-se
água mais corretivos (fundentes, por
exemplo);
Moldagem nas prensas e fieiras – mesmo que a homogeneização
tenha sido por via úmida há que juntar água;
Secagem – a perda de água deve ser lenta, para
que não aconteça uma retração brusca e consequente fissuração;
Cozedura – para aumentar a resistência;
Arrefecimento – lento para não estalar o
material;
Apodrecimento – a fim de se retirar a matéria
orgânica, pode ser:
–
natural – espalha-se as pastas e depois
molha-mo-las (aceleramos assim o
apodrecimento
saindo a matéria orgânica livremente);
–
artificial – junta-se aditivos que
aceleram a degradação da matéria orgânica.
Fases da cozedura
100
a 120ºC – evaporação da água e aparecimento de porosidade;
250
a 600ºC – dissociação das moléculas de SiO2 e Al2O3;
600
a 1200ºC – combinação da SiO2 e da Al2O3 com o
CaO, ocorrendo grande retração (são as reações mais importantes, pois conferem
resistência mecânica ao composto);
1200
a 166ºC – fusão das argilas calcárias.
Tipos de fornos
Fornos tradicionais – lenha,
temperatura não muito alta;
Fornos tipo Hoffman: 12 a 14 dias
de cozedura. Estes fornos são umas casas ovais ou elípticas, com tantos
compartimentos quantos dias de cozedura.
Cada compartimento tem uma porta para o exterior e poderá ter comunicação com
os compartimentos do lado. Num dia qualquer há apenas 2 portas abertas: uma em
que há entrada de material e outra em que há saída. Dá-se entrada de ar do
compartimento de descarga para o de carga através de um sistema de abertura de
portas (abertura em cima ou em baixo). Os queimadores cozem circular ao longo
da sala, sendo colocados na sala. O ar que entra circula livremente por todos
os outros compartimentos;
Fornos contínuos – 80 a 100 m de
comprimento. A zona de maior calor é a zona central. Nestes fornos ocorre:
Fase
de secagem – ocorre na parte inicial, zona ainda não muito quente em que a
temperatura aumenta;
Fase
de cozedura – é a cozedura propriamente dita, ocorrendo na zona central, a qual
é a mais quente;
Fase
de arrefecimento – ocorre na zona final, a qual já não está tão quente, estando
a temperatura a diminuir.
Tipos de
produtos cerâmicos
Produtos porosos – tijolos, telhas,
refratários e azulejos;
Produtos não porosos – tubos de grês
cerâmico, ladrilhos de grês cerâmico.
O
grês absorve menos água que o tijolo, usa-se para fazer canalizações (levam a
argila vitrificada, pelo que depois de cozido tem aspecto vítreo).
Tijolos
Matéria
prima
– argilas fusíveis com óxido de ferro;
Moldagem – por
fieira ou prensagem
fieira – molde,
no qual se obriga o material a passar, saindo depois com a configuração
desejada (usada para fazer tijolos);
prensagem – consiste
num sistema de molde e contra molde que vai à prensa. Este sistema é usado
preferencialmente para as telhas.
Tipos de tijolos
tijolos
maciços
– furação < 15% – usam-se essencialmente com funções resistentes;
tijolos
perfurados
– furação de 15 a 50% (furos perpendiculares ao leito) – a sua função é ainda
resistente, já que embora os vazios diminuam a sua área resistente, facilitam a
cozedura e portanto a resistência unitária;
tijolos
furados
– furação de 30 a 75% (furos paralelos ao leito) – as suas funções são essencialmente
de preenchimento.
A
diferença principal entre os tijolos perfurados e os furados é a direção da
furação.
Formatos base –
independentemente de serem maciços, furados ou perfurados, os tipos base são
(as características de forma – tipo de furação, perfuração, existência de
saliências ou rebaixos para facilitar a utilização – variam com o fabricante).
Aplicações
Paredes
simples
– designações que indicam a espessura da parede. Se usarmos tijolos furados
estas designações não estão relacionadas com a posição, mas sim com a dimensão.
¼
de vez (tijolos são colocados ao alto ou ao cutelo);
½
vez;
1
vez.
Paredes
duplas
– são formadas por dois panos de alvenaria sem contato físico. Na base tem uma
caldeira que drena a água para o exterior e permite a entrada de ar.
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