Gestão Ambiental é a administração do exercício
de atividades econômicas e sociais de forma a
utilizar de maneira racional os recursos
naturais, renováveis ou não.
Introdução
O
objetivo desta postagem é descrever pormenorizadamente os aspectos relevantes
da aplicação de metodologia para gestão dos resíduos em canteiro de obras,
considerando as atividades inerentes, a proposição de ações diferenciadas e a
busca da consolidação por meio de avaliações periódicas.
Sequência de atividades
A
implantação do método de gestão de resíduos para a construção civil implica o
desenvolvimento de um conjunto de atividades para se realizar dentro e fora dos
canteiros.
Para
ser consolidado progressivamente, o método deve registrar as atividades que
estão destacadas a seguir:
v Reunião
inaugural
Realizada
com a presença da direção técnica da construtora, direção das obras envolvidas
(incluindo mestres e encarregados administrativos) e responsáveis por
qualidade, segurança do trabalho e suprimentos. Tem por objetivo:
® a apresentação dos
impactos ambientais provocados pela ausência do gerenciamento
dos
resíduos da construção e demolição nas cidades;
® mostrar de que
modo as leis e as novas diretrizes estabelecem um novo processo de
gerenciamento
integrado desses resíduos e quais são suas implicações para o setor da
construção
civil;
® esclarecer quais
serão as implicações no dia-a-dia das obras decorrentes da
implantação
de uma metodologia de gerenciamento de resíduos.
v Planejamento
Realizado
a partir dos canteiros de obra visando:
® levantamento de
informações junto às equipes de obra, identificando a quantidade de
funcionários e
equipes, área em construção, arranjo
físico do canteiro de obras
(distribuição de
espaços, atividades, fluxo de resíduos e materiais e equipamentos de
transporte
disponíveis), os resíduos predominantes, empresa contratada para remoção
dos resíduos,
locais de destinação dos resíduos utilizados pela obra/coletor;
® preparação e
apresentação de proposta para aquisição e distribuição de dispositivos
de coleta e
sinalização do canteiro de obras, considerando as observações feitas por
mestres e
encarregados;
® definição dos
responsáveis pela coleta dos resíduos nos locais de acondicionamento
inicial e
transferência para armazenamento final;
® qualificação dos
coletores;
® definição dos
locais para a destinação dos resíduos e cadastramento dos destinatários;
® elaboração de
rotina para o registro da destinação dos resíduos;
® verificação das
possibilidades de reciclagem e aproveitamento dos resíduos,
notadamente
os de alvenaria, concreto e cerâmicos;
® prévia
caracterização dos resíduos que poderão ser gerados durante a obra com base
em
memoriais descritivos, orçamentos e projetos.
Nesta
fase, a área de suprimentos deve cumprir o papel fundamental de levantar
informações sobre os fornecedores de insumos e serviços com possibilidade de
identificar providências para reduzir ao máximo o volume de resíduos (caso das
embalagens) e desenvolver soluções compromissadas de destinação dos resíduos
preferencialmente preestabelecidas nos respectivos contratos.
v Implantação
Iniciada
imediatamente após a aquisição e distribuição de todos os dispositivos de
coleta e respectivos acessórios, por meio do treinamento de todos os operários
no canteiro, com ênfase na instrução para o adequado manejo dos resíduos,
visando, principalmente, sua completa triagem. Envolve também a implantação de controles
administrativos, com treinamento dos responsáveis pelo controle da documentação
relativa ao registro da destinação dos resíduos.
v Monitoramento
Avaliar
o desempenho da obra, por meio de check-lists e relatórios periódicos, em
relação à limpeza, triagem e destinação compromissada dos resíduos. Isso deverá
servir como referência para a direção da obra atuar na correção dos desvios
observados, tanto nos aspectos da gestão interna dos resíduos (canteiro de
obra) como da gestão externa (remoção e destinação). Devem ser feitas novas sessões
de treinamento sempre que houver a entrada de novos empreiteiros e operários ou
diante de insuficiências detectadas nas avaliações.
Qualificação dos agentes
Os
agentes envolvidos na gestão dos resíduos devem ser previamente identificados e
qualificados para garantir a segurança dos processos posteriores à geração.
v Fornecedores de
dispositivos e acessórios
No
caso da aquisição de bombonas e bags reutilizados, verificar se o fornecedor
tem licenças específicas para remover os resíduos dos recipientes, higienizando
e tratando adequadamente os efluentes decorrentes da higienização. O fornecedor
deve possuir licenças dos órgãos de controle ambiental competentes
v Empresas
transportadoras
As
empresas contratadas para o transporte dos resíduos deverão estar cadastradas
nos órgãos municipais competentes e isentas de quaisquer restrições cadastrais.
v Destinatários
dos resíduos
A
destinação dos resíduos deverá estar vinculada às seguintes condições:
TIPO DE ÁREA
|
DESCRIÇÃO
|
CONDIÇÕES PARA USO
|
OBSERVAÇÕES
|
Pontos de entrega
|
Área pública ou viabilizada pela
administração pública apta para o recebimento de pequenos volumes de resíduos
da construção civil.
|
Disponibilizada pela administração
pública local como parte integrante do Programa Municipal de Gerenciamento de
Resíduos da Construção Civil.
|
Restrição ao recebimento de cargas de
resíduos de construção civil constituídas predominantemente por resíduos perigosos
da construção civil e não inertes.
|
Instalações de empresas que comercializam
tambores e bombonas para reutilização
|
Compram (e vendem) embalagens
metálicas ou plásticas destinadas ao acondicionamento de produtos químicos.
|
No município, Alvará de Funcionamento.
No Estado,
Licença de Instalação e
Operação e Certificado de
Aprovação da destinação dos resíduos.
|
Esgotamento e captação dos resíduos
remanescentes, além da lavagem e captação dos efluentes para destinação conforme
certificados de aprovação.
|
Agentes diversos
|
Sucateiros, cooperativas, grupos de
coleta seletiva e outros agentes que comercializam resíduos recicláveis.
|
Contrato social ou congênere, alvará
de funcionamento, inscrição municipal.
|
Em caso de necessidade da utilização
de agentes eminentemente informais, reconhecer o destino a ser dado ao
resíduo e registrá-lo da maneira mais segura possível.
|
Gestão no canteiro de obras
A
questão do gerenciamento de resíduos está intimamente associada ao problema do
desperdício de materiais e mão de obra na execução dos empreendimentos. A preocupação
expressa com a não geração dos resíduos deve estar presente na implantação e
consolidação do programa de gestão de resíduos.
Em
relação à não geração dos resíduos, há importantes contribuições propiciadas
por projetos e sistemas construtivos racionalizados e também por práticas de
gestão da qualidade já consolidadas.
A
gestão nos canteiros contribui muito para não gerar resíduos, considerando que:
® o canteiro fica
mais organizado e mais limpo;
® haverá a triagem
de resíduos, impedindo sua mistura com insumos;
® haverá
possibilidade de reaproveitamento de resíduos antes de descartá-los;
® serão
quantificados e qualificados os resíduos descartados, possibilitando a
identificação
de possíveis focos de desperdício de materiais.
Os
aspectos considerados na gestão de resíduos abordados a seguir dizem respeito à
organização do canteiro e aos dispositivos e acessórios indicados para
viabilizar a coleta diferenciada e a limpeza da obra. No que se refere ao fluxo
dos resíduos no interior da obra, são descritas condições para o
acondicionamento inicial, o transporte interno e o acondicionamento final. Há
considerações gerais sobre a possibilidade de reutilização ou reciclagem dos
resíduos dentro dos próprios canteiros. Finalmente, são sugeridas condições
contratuais específicas para que empreiteiros e fornecedores, de um modo geral,
formalizem o compromisso de cumprimento dos procedimentos propostos.
v Organização do
canteiro
Há
uma profunda correlação entre os fluxos e os estoques de materiais em canteiro
e o evento da geração de resíduos. Por conta disso é importante observar:
v Acondicionamento
adequado dos materiais
É
extremamente importante a correta estocagem dos diversos materiais, obedecendo
a critérios básicos de:
® classificação;
® freqüência de
utilização;
® empilhamento
máximo;
® distanciamento
entre as fileiras;
® alinhamento das
pilhas;
® distanciamento
do solo;
® separação,
isolamento ou envolvimento por ripas, papelão, isopor etc. (no caso de
louças,
vidros e outros materiais delicados, passíveis de riscos, trincas e quebras
pela simples fricção);
® preservação da
limpeza e proteção contra a umidade do local (objetivando
principalmente
a conservação dos ensacados).
A
boa organização dos espaços para estocagem dos materiais facilita a
verificação, o controle dos estoques e aperfeiçoa a utilização dos insumos. Mesmo
em espaços exíguos, é possível realizar um acondicionamento adequado de
materiais, respeitando critérios de:
® intensidade da
utilização;
® distância entre
estoque e locais de consumo;
® preservação do
espaço operacional.
v A organização do
canteiro e suas vantagens
A
boa organização faz com que sejam evitados sistemáticos desperdícios na
utilização e na aquisição dos materiais para substituição. Em alguns casos, os
materiais permanecem espalhados pela obra e acabam sendo descartados como
resíduos. A dinâmica da execução dos serviços na obra acaba por transformá-la
num grande almoxarifado, podendo haver “sobras” de insumos espalhadas e prestes
a se transformar em resíduos. A prática de circular pela obra sistematicamente,
visando localizar possíveis “sobras” de materiais (sacos de argamassa contendo
apenas parte do conteúdo inicial, alguns blocos que não foram utilizados,
recortes de conduítes com medida suficiente para reutilização, etc.), para
resgatá-los de forma classificada e novamente disponibilizá-los até que se esgotem,
pode gerar economia substancial. Isso permite reduzir a quantidade de resíduos
gerados e aperfeiçoar o uso da mão de obra, uma vez que não há a necessidade de
transportar resíduos para o acondicionamento. A redução da geração de resíduos
também implica redução dos custos de transporte externo e destinação final.
v Planejar a
disposição dos resíduos
No
âmbito da elaboração dos projetos de canteiro, deve ser equacionada a
disposição dos resíduos, considerando os aspectos relativos ao acondicionamento
diferenciado e a definição de fluxos eficientes, conforme abordam os próximos
itens.
v Dispositivos e
acessórios
Dependendo
da finalidade, os seguintes dispositivos são utilizados na maioria dos casos
para o manejo interno dos resíduos:
DISPOSITIVOS
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DESCRIÇÃO
|
ACESSÓRIOS UTILIZADOS
|
Bags
|
Saco de ráfia reforçado, dotado de quatro
alças e com capacidade para armazenamento em torno de 1m³.
|
Suporte de madeira ou metálico, plaquetas
para fixação dos adesivos de sinalização e adesivos de sinalização.
|
Baias
|
Geralmente construída em madeira, com dimensões
diversas, adapta-se às necessidades de armazenamento do resíduo e ao espaço
disponível em obra.
|
Adesivos de sinalização e plaquetas
para fixação dos adesivos de sinalização (em alguns casos).
|
Caçambas estacionárias
|
Recipiente metálico com capacidade volumétrica
de 3, 4 e 5m³.
|
Recomendável o uso de dispositivo de cobertura,
quando disposta em via pública.
|
v Limpeza
As
tarefas de limpeza da obra estão ligadas ao momento da geração dos resíduos, à
realização simultânea da coleta e triagem e à varrição dos ambientes. A limpeza
preferencialmente deve ser executada pelo próprio operário que gerar o resíduo.
Há a necessidade de dispor com agilidade os resíduos nos locais indicados para
acondicionamento, evitando comprometimento da limpeza e da organização da obra,
decorrentes da dispersão dos resíduos. Quanto maior for a frequência e menor a
área-objeto da limpeza, melhor será o resultado final, com redução do
desperdício de materiais e ferramentas de trabalho, melhoria da segurança na
obra e aumento da produtividade dos operários.
v Fluxo dos
resíduos
Devem
ser estabelecidas condições específicas para acondicionamento inicial,
transporte interno e acondicionamento final de cada resíduo identificado e coletado.
Verifique essas condições:
v Acondicionamento
inicial
Deverá
acontecer o mais próximo possível dos locais de geração dos resíduos, dispondo-os
de forma compatível com seu volume e preservando a boa organização dos espaços
nos diversos setores da obra. Em alguns casos, os resíduos deverão ser
coletados e levados diretamente para os locais de acondicionamento final.
TIPOS DE RESÍDUO
|
ACONDICIONAMENTO INICIAL
|
Blocos de concreto, blocos cerâmicos,
argamassas, outros componentes cerâmicos, concreto, tijolos e assemelhados
|
Em pilhas formadas próximas aos locais
de geração, nos respectivos pavimentos.
|
Plásticos (sacaria de embalagens,
aparas de tubulações etc.)
|
Em bombonas sinalizadas e revestidas
internamente por saco de ráfia.
|
Solos
|
Eventualmente em pilhas e,
preferencialmente, para imediata remoção (carregamento dos caminhões ou
caçambas estacionárias logo após a remoção dos resíduos de seu local de
origem).
|
Resíduos
não oriundos da atividade construtiva:
TIPOS DE RESÍDUO
|
ACONDICIONAMENTO INICIAL
|
Restos de alimentos, e suas
embalagens, copos plásticos usados e papéis sujos (refeitório, sanitários e
áreas de vivência)
|
Cestos para resíduos com sacos
plásticos para coleta convencional.
|
Resíduos de ambulatório
|
Acondicionar em dispositivos, conforme
normas específicas.
|
v Transporte
interno
Deve
ser atribuição específica dos operários que se encarregarem da coleta dos
resíduos nos pavimentos. Eles ficam com a responsabilidade de trocar os sacos
de ráfia com resíduos contidos nas bombonas por sacos vazios, e, em seguida, de
transportar os sacos de ráfia com os resíduos até os locais de acondicionamento
final.
O
transporte interno pode utilizar os meios convencionais e disponíveis:
transporte horizontal (carrinhos, giricas, transporte manual) ou transporte
vertical (elevador de carga, grua (estudada
no módulo anterior), condutor de entulho). As rotinas de coleta dos resíduos
nos pavimentos devem estar ajustadas à disponibilidade dos equipamentos para
transporte vertical (grua e elevador de carga, por exemplo). O ideal é que, no
planejamento da implantação do canteiro, haja preocupação específica com a
movimentação dos resíduos para minimizar as possibilidades de formação de
“gargalos”. Equipamentos como o condutor de entulho, por exemplo, podem
propiciar melhores resultados, agilizando o transporte interno de resíduos de
alvenaria, concreto e cerâmicos.
As
recomendações para transporte interno de cada tipo de resíduo estão no quadro
abaixo, do qual foram excluídos alguns resíduos que precisam de
acondicionamento final imediatamente após a coleta.
TIPOS DE RESÍDUO
|
TRANSPORTE INTERNO
|
Blocos de concreto, blocos cerâmicos,
argamassas, outros componentes cerâmicos, concreto, tijolos e assemelhados
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Carrinhos ou giricas para deslocamento
horizontal e condutor de entulho, elevador de carga ou grua para transporte
vertical.
|
Gesso de revestimento, placas
acartonadas e artefatos
|
Carrinhos ou giricas para deslocamento
horizontal e elevador de carga ou grua para transporte vertical.
|
Solos
|
Equipamentos disponíveis para
escavação e transporte (pá-carregadeira, “bobcat” etc.). Para pequenos
volumes, carrinhos e giricas.
|
v Acondicionamento
final
Na
definição do tamanho, quantidade, localização e do tipo de dispositivo a ser
utilizado para o acondicionamento final dos resíduos deve ser considerado este
conjunto de fatores: volume e características físicas dos resíduos, facilitação
para a coleta, controle da utilização dos dispositivos (especialmente quando
dispostos fora do canteiro), segurança para os usuários e preservação da
qualidade dos resíduos nas condições necessárias para a destinação. No decorrer
da execução da obra as soluções para o acondicionamento final poderão variar.
Mas para o êxito da gestão dos resíduos basta respeitar o conjunto de fatores
mencionado.
TIPOS DE RESÍDUO
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ACONDICIONAMENTO FINAL
|
Madeira
|
Preferencialmente em baias sinalizadas,
podendo ser utilizadas caçambas estacionárias.
|
Solos
|
Em caçambas estacionárias, preferencialmente
separadas dos resíduos de alvenaria e concreto.
|
Telas de fachada e de proteção
|
Dispor em local de fácil acesso e
solicitar imediatamente a retirada ao destinatário.
|
Metal (ferro, aço, fiação revestida,
arames etc.)
|
Em baias sinalizadas.
|
Resíduos
não oriundos da atividade construtiva:
TIPOS DE RESÍDUO
|
ACONDICIONAMENTO FINAL
|
Restos de alimentos e suas embalagens,
copos plásticos usados e papéis sujos (refeitório, sanitários e áreas de vivência)
|
Cestos para resíduos com sacos
plásticos para coleta convencional.
|
Resíduos de ambulatório
|
Acondicionar em dispositivos, conforme
normas específicas.
|
· Reutilização e
reciclagem dos resíduos
Deve
haver atenção especial sobre a possibilidade da reutilização de materiais ou
mesmo a viabilidade econômica da reciclagem dos resíduos no canteiro, evitando
sua remoção e destinação.
O
correto manejo dos resíduos no interior do canteiro permite a identificação de
materiais reutilizáveis, que geram economia tanto por dispensarem a compra de
novos materiais como por evitar sua identificação como resíduo e gerar custo de
remoção.
O
quadro abaixo menciona alguns materiais ou resíduos com possibilidade de
reutilização e cuidados exigidos.
TIPOS DE MATERIAL OU RESÍDUOS
|
TIPOS DE MATERIAL OU RESÍDUOS
|
PROCEDIMENTO
|
Painéis de madeira provenientes da desforma
de lajes, pontaletes, sarrafos etc.
|
Retirada das peças, mantendo-as separadas
dos resíduos inaproveitáveis.
|
Manter as peças empilhadas, organizadas
e disponíveis o mais próximo possível dos locais de reaproveitamento.
|
Blocos de concreto e cerâmicos parcialmente
danificados
|
Segregação imediatamente após a sua geração,
para evitar descarte.
|
Formar pilhas que podem ser deslocadas
para utilização em outras frentes de trabalho.
|
Solo
|
Identificar eventual necessidade do aproveitamento
na própria obra para reaterros.
|
Planejar execução da obra compatibilizando
fluxo de geração e possibilidades de estocagem e reutilização.
|
Em
relação à reciclagem em canteiro dos resíduos de alvenaria, concreto e cerâmico,
devem ser examinados os seguintes aspectos:
® volume e fluxo
estimado de geração;
® investimento e
custos para a reciclagem (equipamento, mão de obra, consumo de
energia
etc.);
® tipos de
equipamentos disponíveis no mercado e especificações;
® alocação de
espaços para a reciclagem e formação de estoque de agregados;
® possíveis
aplicações para os agregados reciclados na obra;
® controle
tecnológico sobre os agregados produzidos;
® custo dos
agregados naturais;
® custo da remoção
dos resíduos.
A
decisão por reciclar resíduos em canteiro somente poderá ser tomada após o
exame cuidadoso dos aspectos acima relacionados e uma análise da viabilidade
econômica e financeira.
· Formalização dos
procedimentos
A
implantação da Gestão de Resíduos interfere no dia-a-dia de todos os agentes
que atuam na obra. Os resultados são obtidos conforme o nível de
comprometimento dos operários, empreiteiros e direção da empresa com a
metodologia proposta. Desse modo, a adesão dos agentes dependerá de
treinamento, capacitação e respeito às novas condições necessárias para a
limpeza da obra, triagem e destinação dos resíduos. Cumpre destacar que os
construtores, no exercício de suas responsabilidades, precisam contar com os agentes
integrantes da cadeia produtiva, inclusive do apoio dos fornecedores de
insumos.
Esse
compromisso precisa ser formalizado e deve estar expresso nos respectivos
contratos, merecendo destaque para os seguintes aspectos:
® evidenciar a
necessidade do zelo com a limpeza e a organização permanentes da
obra;
® responsabilizar
empreiteiros pela má utilização dos insumos, materiais e dispositivos
de
uso comum;
® obrigar a
observância das condições estabelecidas para a triagem dos resíduos;
® compartilhar com
o contratado, em casos específicos, a responsabilidade pela
destinação
dos resíduos, examinando e aprovando
solução para destinação e exigindo a apresentação da documentação
pertinente;
® avaliar os
empreiteiros em relação à limpeza da obra, triagem dos resíduos nos locais
de
geração, acondicionamento final e destinação (quando for aplicável), atribuindo
notas e penalizando os responsáveis por irregularidades.
Remoção dos resíduos do canteiro
A
coleta dos resíduos e sua remoção do canteiro devem ser feitas de modo a
conciliar alguns fatores, a saber:
® compatibilização
com a forma de acondicionamento final dos resíduos na obra;
® minimização dos
custos de coleta e remoção;
® possibilidade de
valorização dos resíduos;
® adequação dos
equipamentos utilizados para coleta e remoção aos padrões definidos
em
legislação.
· Formalização dos
procedimentos
Os
coletores de resíduos das obras são os agentes que devem remover os resíduos
para os locais de destinação previamente qualificados pelos geradores e,
portanto, devem cumprir rigorosamente o que lhes for determinado.
Os
aspectos que devem ser considerados nos contratos para prestação de serviços de
coleta e remoção são os seguintes:
® Quando da
utilização de caçambas estacionárias, obediência às especificações da
legislação
municipal, notadamente nos aspectos relativos à segurança;
® Disponibilizar
equipamentos em bom estado de conservação e limpos para uso;
® Observância das
condições de qualificação do transportador (regularidade do
cadastro
junto ao órgão municipal competente);
® Estabelecer a
obrigatoriedade do registro da destinação dos resíduos nas áreas
previamente
qualificadas e cadastradas pelo próprio gerador dos resíduos (observadas as
condições de licenciamento quando se tratar de Áreas de Transbordo e Triagem,
Áreas de Reciclagem, Áreas de Aterro para Resíduos da Construção Civil ou
Aterros de Resíduos Perigosos);
® Condicionar o
pagamento pelo transporte à comprovação da destinação dos resíduos.
Destinação dos resíduos
As
soluções para a destinação dos resíduos devem combinar compromisso ambiental e
viabilidade econômica, garantindo a sustentabilidade e as condições para a
reprodução da metodologia pelos construtores.
Os
fatores determinantes na designação de soluções para a destinação dos resíduos
são os seguintes:
® Possibilidade de
reutilização ou reciclagem dos resíduos nos próprios canteiros;
® Proximidade dos
destinatários para minimizar custos de deslocamento;
® Conveniência do
uso de áreas especializadas para a concentração de pequenos
volumes
de resíduos mais problemáticos, visando à maior eficiência na destinação.
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