"RECAPITULANDO... No
módulo final, apresentei o desenvolvimento do nosso tema de uma maneira mais
intransigente e abrangente. Falei sobre a cada etapa da administração na
Engenharia Civil, seus princípios, conceitos, componentes, os tipos de como se organiza,
e sobre o administrador. Apresentei em Patologia das Construções o concreto, os
aditivos que melhoram a sua propriedade, os problemas que ocorrem nas
construções e a sua impermeabilidade. Mostrei a seriedade de se estudar a
estática, as tensões e deformações. Relacionei os tipos de esforços que
encontramos em um corpo sólido. todas as formas de instalações. Apresentei as
funções das treliças e vigas. Propus o estudo do sistema de saneamento de água.
E, por último, enfatizei a engenharia sanitária",Alex
Silva.
Bom dia, caro leitores.
Terminamos o nosso longo projeto sobre Engenharia Civil, proponho aos leitores
questões que ao longo do módulo estudamos. Por favor, leia-as e faça-as com
cautela. Comente sua resposta, logo abaixo. Boa sorte a todos! Dia 02/01 - segunda-feira,
darei as respostas!
1-Complete:
Quanto maior o
fator água/cimento, _____ (maior/menor)é
a permeabilidade a água do concreto
2-Determine
a resultante das duas forças P e Q que agem sobre o parafuso A, onde P = 40 N e
forma um ângulo de 20° com a base e Q = 60 N, e forma um ângulo de 45° com a
base.
3-Determine
a tensão de tração e a deformação específica de uma barra prismática de
comprimento L = 5,0m, seção transversal circular com diâmetro φ = 5 cm e Módulo de Elasticidade E = 20000 kN/cm,
submetida a uma força axial de tração P=30 kN.
4-Associe:
(1) Gerentes
(2) Trabalhadores
( ) Funcionários que trabalham
diretamente num cargo ou tarefa;
( )
Indivíduos que supervisionam as atividades dos outros.
5-O que é departamentalização?
6-Explique a fissuração por cargas diretas.
7-Dê exemplos de micro-organismos patogênicos que ocasionam
doenças de
transmissão
hídrica:
8-Qual a engenharia
que trata da exploração e do uso da água?
RESPOSTAS
1- Maior. 2- Cálculo da força resultante e da Lei dos cossenos: R = 97,7N 3-A = 19,6 cm² σ =15,3 MPa δ = 0,0382 cm ε = 0,0764 ‰ 4-(2), (1). 5-É a base na qual os cargos são agrupados para coordenar tarefas comuns. 6- São causadas por esforços produzidos por cargas aplicadas (flexão, cortante, torção, etc.). 7-Vírus, vermes, protozoários e bactérias. 8-Engenharia Sanitária.
Laboratório de Engenharia Sanitária, local de trabalho do engenheiro sanitarista.
Boa tarde, leitores. Está
é a última postagem do módulo final, concluo aqui toda a minha proposta sobre Engenharia
Civil. Como já é de costume, quando termina um módulo, estarei passando uma
série de exercícios, que será no dia 12/12, segunda-feira, a serem feitos até 02/01
e vou recapitular tudo o que vimos no módulo final.
E no dia 03/01,
iniciarei mais uma etapa desse magnífico mundo da construção civil, com o
módulo introdutório da Arquitetura. E, obrigado ao pessoal que opinou, foi bom
saber o quanto a Engenharia Civil está progredindo, com esses 85% dos votos que
classificaram o mercado da Engenharia Civil local de bom a ótimo.
Do dia 12/12/11 ao dia
02/01/12, o blog será desativado e entrará em manutenção... ”, Alex
Silva.
·Introdução
A engenharia
sanitária é o ramo da engenharia que
trata da exploração e do uso da água,
dos projetos e das obras de saneamento básico e de saneamento geral, tais como
sistemas de abastecimento de água, de esgotos sanitários, de limpeza urbana, aí
incluídos os sistemas de tratamento.
·Engenheiro
sanitarista
ØFunção
O
engenheiro sanitarista deve ter ampla formação nas áreas ambiental, de hidráulica,
de hidrologia e
de recursos hídricos, pois planeja e orienta o uso
da água de bacias hidrográficas, elaborando Planos
Diretores de Abastecimento de Água, de Esgotos Sanitários e de Bacias Hidrográficas.
Ele também elabora projetos, construções, ampliações e manutenções dos sistemas
de redes de água e de esgotos, irrigação e drenagem,
além de projetar canais de
escoamento. Este profissional também pode gerenciar a operação de Estações de
Tratamento de Águas (ETA) e de Estações de Tratamento de Esgotos (ETE), que
tratam águas poluídas ou contaminadas.
Ele administra e gerencia as estações de tratamento, verificando qualidade da
água, coleta de lixo, condições do esgoto. Avalia também os impactos que
grandes obras terão sobre os mananciais.
ØPotencial que ele
deverá ter
A
organização, a iniciativa e o interesse por questões sociais,
ambientais e ecológicas são alguns traços de personalidade que podem
ajudar o profissional a ter sucesso no mercado de trabalho. O papel do engenheiro sanitarista
e é contribuir para a melhoria da qualidade ambiental e para o desenvolvimento
sustentado. Esta atuação se da através do desenvolvimento de soluções técnicas
e de ações para reparar, prevenir e minimizar danos ao meio ambiente e promover
a saúde ambiental.
ØAtuação
O
engenheiro sanitarista pode atuar em empresas de consultoria voltadas à estudos
e projetos de obras sanitárias (água, esgoto, drenagem e resíduos sólidos), na
criação de sistemas de irrigação, drenagem, saneamento e bombeamento, inclusive
em emissários submarinos ou subfluviais. Pode ainda desenvolver Estudos de
Impactos Ambientais (EIA-RIMA), em conjunto com uma equipe multidisciplinar.
Sistema que representa a captação de água através da superfície.
Mananciais superficiais
São aqueles encontrados na
superfície da terra, formados, de acordo com o ciclo hidrológico, pela parcela
de água de precipitação que escorre superficialmente, sendo também alimentados por
água de infiltração, quando estas jorram nas depressões do terreno. Rios,
córregos ou riachos, lagos, barragens, marés são mananciais superficiais.
Águas superficiais para abastecimento público
A água superficial é a mais
utilizada, entretanto, é a mais sujeita a poluição e contaminação alterando a
qualidade.
A qualidade da água só pode
ser suficientemente conhecida, através de uma série de exames e análises
abrangendo as diversas estações do ano. Para melhor apreciação de uma água,
torna-se necessário e conveniente que os exames e análises sejam completados e
mesmo orientados, em certos casos, por meio de inspeções sanitárias o que
permite constatar e localizar eventuais focos de poluição.
Para a proteção da qualidade
devem ser adotadas providências tais como:
·Drenagem da área pantanosa;
·Não admitir em princípio, localização de indústrias,
de clubes, bem como de
disposição final de esgotos ou de efluentes de
estações de tratamento de esgotos a
montante e nas proximidades da tomada de água;
·Levantamento sanitário periódico das águas, bem como
dos contribuintes, incluindo
o controle de sua qualidade;
·De uma maneira geral, as características das águas
superficiais dependem da área,
geologia e topografia da
bacia hidrográfica, como também das condições atmosféricas e atividades humanas
na mesma bacia;
·Nos rios e riachos, a variação das características da
água é mais freqüente que nos
lagos e lagoas.
Alguns cursos de água que se
deslocam em leitos rochosos ou arenosos possuem água límpida. Em muitos rios, a
água apresenta-se turva nos períodos de enchentes, devido a erosão do leito
ainda não definido.
É variável o teor de
substâncias dissolvidas nos rios e riachos. Estes, quando têm origem em zonas
pantanosas, possuem cor acentuada, em virtude da matéria orgânica em
decomposição, resultante da vegetação morta. Se a água lava terrenos calcários,
a dureza torna-se elevada.
Não raras vezes, o tratamento
só pode ficar definido através de análises periódicas, como em se tratando de
rios cujo grau de turbidez é função das estações, acentuando-se nos períodos
chuvosos.
Elementos intervenientes no processo de formação de
mananciais superficiais
·Bacia hidrográfica – relativa a uma seção de um curso
de água ou a um lago,
é a área geográfica, na qual as águas precipitadas que
escoam superficialmente, afluem
à seção em consideração.
·Grandezas características de uma precipitação:
-Altura
pluviométrica – quantidade de água precipitada por unidade de área
horizontal, medida pela
altura que a água atingiria se mantivesse no local sem se evaporar, escoar ou
infiltrar. A altura pluviométrica é geralmente medida em mm.
-Duração –
intervalo de tempo decorrido entre o instante em que se iniciou a
precipitação e o instante em que ela
cessou; medida geralmente em minutos;
-Intensidade – é a
velocidade de precipitação, pode ser medida em mm/minuto ou
mm/hora;
-Frequência –
número de ocorrências de uma dada precipitação, no decorrer de um
intervalo de tempo fixado. A
frequência de uma precipitação pode também ser definida pelo período de
ocorrência – intervalo de tempo em que uma dada precipitação pode ser igualada
ou ultrapassada ao menos uma vez;
-Evaporação – na
superfície das águas (quantidade de água evaporada por unidade de
superfície horizontal - mm);
nas plantas e animais (transpiração); intensidade de evaporação (velocidade com
que ocorre mm/h ou mm/dia);
-Outros fatores:
umidade relativa do ar (relação entre a quantidade de vapor de
água presente e a de saturação, %); temperatura;
ventos; irradiação solar (calor
radiante); conformação e
recobrimento da bacia, solo, etc.
Características hidráulicas dos mananciais
superficiais
·Vazões deflúvios ou descargas, em uma seção de um
curso de água, são os volumes
de água que atravessam a
seção durante a unidade de tempo (m3/s; l/s; etc.):
-vazões normais ou
ordinárias;
-vazões de
inundações ou de enchentes;
-contribuição
unitária: é a quantidade de divisão da descarga pela área da bacia
hidrográfica (m3/s.ha).
·Frequência de uma
descarga, em uma seção de um curso de água, é o número de ocorrências da mesma
no decorrer de um intervalo de tempo fixado;
·Bacia hidrográfica;
·Coeficiente de escoamento superficial ou de deflúvio –
relativo a uma seção de um
curso de água: relação entre
a quantidade de água total escoada pela seção e a quantidade total de água
precipitada na bacia de contribuição da seção considerada. O coeficiente pode
se referir à uma dada precipitação ou a todas as precipitações ocorridas em um
fixado intervalo de tempo (mês, estação, ano).
·Tempo de concentração – tempo necessário para que, a
partir do início de uma
chuva, toda a bacia passe a contribuir na seção em estudo.
·Outros fatores – seção de escoamento; raio hidráulico,
velocidade de escoamento e
sua distribuição;
declividade; perda de carga; equação da linha de água: curvas de remanso de
abaixamento e de elevação.
Estudo das vazões
Um manancial poderá ser
utilizado para abastecer uma cidade se tiver condições de atender com segurança
ao consumo total de água estimado para a população limite de projeto. Daí a
necessidade de medições de vazão.
As medições de vazão só
conduzem a resultados significativos e merecedores de confiança, se efetuadas
em grande número durante dilatado período de tempo, o suficiente para permitir
o registro, inclusive de valores máximos e mínimos que geralmente muito se
distanciam em tempo e grandeza. Dentre os processos expeditos utiliza-se:
·Medidor por vertedores – são geralmente de seção
retangular ou triangular. São
utilizados para a medição da
vazão em rios (retangulares) e riachos (retangulares e triangulares). Os
vertedores de seção retangular comportam a passagem de grande volume de água.
Para o vertedor de seção
triangular a vazão pode ser determinada pela fórmula de Thompson:
Q = 1,4 . H5/2,onde:
Q = m3/s;
H = carga em m (altura da
lâmina d' água).
Para o vertedor de seção
retangular a vazão pode ser determinada pela fórmula de Francis:
Q = 1,838 . L . H3/2,
onde:
Q = m3/s;
L = largura em m;
H = carga em m.
Processo empírico – no
processo empírico utiliza-se a fórmula universal:
Q = C . I . A, onde:
Q = vazão (m3 /s);
C = coeficiente de escoamento superficial;
I = altura da chuva em m;
A = área da bacia hidrográfica em m².
O coeficiente C pode ser
obtido experimentalmente através da divisão da quantidade de água que escoa na
seção estudada pela quantidade de água precipitada na respectiva bacia, durante
certo período de tempo, como um mês ou um ano. Pode-se também adotar C de outra
bacia semelhante.
Tipos de captação
Entende-se por obras de
captação, o conjunto de estruturas e dispositivos construídos ou montados junto
a um manancial, para a tomada de água destinada ao sistema de abastecimento. Os
mananciais de superfície são os rios, córregos, lagos e reservatórios
artificialmente formados.
As obras de captação devem
ser projetadas e construídas de forma que em qualquer época do ano sejam
asseguradas condições de fácil entrada água e, tanto quanto possível de melhor
qualidade encontrada no manancial em consideração. Deve-se ter sempre em vista,
ao desenvolver um projeto, facilidade de operação e manutenção ao longo do
tempo.
·Captação direta – é empregada normalmente em cursos de
águas perenes, volumosos,
sujeitos a pequena variação
de nível, boa profundidade.
Em se tratando de leito
sujeito a erosão, recomenda-se, como obra complementar à simples tomada, um
muro de sustentação a margem do rio o qual pode ser de alvenaria de pedra, ou o
revestimento de um trecho dessa mesma margem.
·Canal de derivação – é o desvio parcial das águas de
um rio a fim de facilitar a
tomada.
Na entrada do canal
geralmente é instalada uma grade para reter o material grosseiro em suspensão.
Quando o canal de derivação é
empregado na captação de água com elevado teor de material em suspensão, este
pode ser provido de uma caixa de areia.
A caixa de areia é
dimensionada para remover as partículas em suspensão que vão ter acesso à
adutora, por serem prejudiciais, sobretudo às bombas, causando-lhes vida curta
pelo desgaste.
Conhecendo-se a vazão Q na
caixa de areia e atribuindo-se um valor a velocidade V, o comprimento fica
definido pela relação:
C = V . H, sendo, V < 0,3m/s,
onde:
V = velocidade de
sedimentação das partículas;
H = valor atribuído à altura
da caixa.
Geralmente procura-se remover
partículas com diâmetro igual ou maior que 0,2 mm. A velocidade de sedimentação
das partículas de areia é de 2,5 cm/s, para o diâmetro de 0,2 mm.
·Canal de regularização – há riachos de pequena largura
que correm em leito de terra
e que apresenta durante o
período de estiagem uma lâmina de água de altura reduzida.
Para o aproveitamento desses
cursos de água, pode-se empregar um canal de regularização. Sua finalidade é
uniformizar o leito numa determinada extensão do curso d'água, através de um
revestimento de alvenaria de pedra ou concreto, permitindo assim, que se lance
mão de um recurso para elevar o nível d' água.
·Torre de tomada – é uma modalidade de captação
utilizada geralmente em
mananciais de superfície
sujeitos a grande variação de nível e nos quais a qualidade da água varia com a
profundidade.
Em decorrência da grande
flutuação do nível d'água nos reservatórios de regularização, também neles se
utiliza a torre de tomada.
Como nos lagos a água de
melhor qualidade se encontra afastada das margens, a sua captação, em certos
casos, torna-se mais indicada também com o emprego da torre de tomada,
sobretudo quando o nível d' água sofre flutuações ponderáveis.
A torre de tomada fica sempre
envolvida pela água. O nível desta internamente acompanha as flutuações do
nível externo.
A torre é provida de várias
tomadas, no mínimo duas, situadas em níveis distintos. Fica aberta a mais
próxima da superfície, a fim de dar acesso à água de melhor qualidade.
A entrada da água no interior
da torre através de cada tomada é permitida ou interrompida através de uma
válvula (registro) ou comporta, comandada por um volante ou pedestal situado no
piso superior. Neste também podem ficar instalados os conjuntos elevatórios.
·Poço de derivação – é uma torre de tomada situada à
margem do curso d' água.
Seu emprego é mais indicado
quando essa margem se prolonga no interior do rio com declividade acentuada.
·Poço seco – é utilizado em margens de rios, lagos e
barragens com pouca variação de
nível e de pouca
profundidade. Não se deve confundir o poço de derivação (poço molhado) com o
poço seco. No interior deste, onde ficam instalados os conjuntos moto-bomba, a
água não tem acesso.
·Barragem de nível – elemento estrutural construído em
um curso de água
transversalmente à direção de
escoamento de suas águas e destinada à criação de um reservatório artificial
que poderá atender a uma ou várias finalidades.
A barragem de nível é o tipo de captação mais
generalizado para o aproveitamento de
pequenos cursos de água, sobretudo quando o seu
suprimento é feito por gravidade e o
leito se apresenta rochoso no local em que s mesma
barragem vai ser implantada.
A barragem de nível só deve ser utilizada quando a
vazão mínima do curso d'água
supera a demanda média do dia de consumo máximo. É uma
das soluções de que se
lança mão, quando a captação direta não pode ser
utilizada, pelo simples fato de o
riacho apresentar uma lâmina d' água de pequena altura
incapaz de comportar o crivo
com a devida folga nos períodos de vazão mínima. A
finalidade, pois da barragem é
elevar o nível d'água no local da captação, permitindo
assim uma lâmina de altura
satisfatória acima do crivo.
Com a barragem, consegue-se
uma sedimentação das partículas suspensas, em decorrência do represamento da
água que sem dúvida melhora em qualidade.
Em casos excepcionais, a
barragem de nível é de grande altura para permitir adução por gravidade e ou
evitar que a linha piezométrica corte o terreno.
Efeito do represamento sobre a qualidade
da água
·Favoráveis
-Diminuição da
turbidez, devido à sedimentação da matéria em suspensão;
-Redução da cor,
devido à ação da luz solar e a ação química da coagulação, seguida
de sedimentação das
partículas;
- Redução na contagem de micro-organismos
patogênicos, devido à condição
desfavorável a sua vida no
lago;
·Desfavoráveis
-Decomposição da
matéria orgânica depositada no fundo, reduzindo o teor de
oxigênio dissolvido (ação
sobre a vida de organismos superiores) e elevando o teor de gás carbônico
(causador de corrosão em estruturas e canalizações metálicas);
-A elevação do
teor de gás carbônico favorece a dissolução do ferro, do manganês, do
cálcio e do magnésio,
elevando neste caso, a dureza;
-Desenvolvimento
de micro-organismos que podem alterar as características
organolépticas da água, e
interferir em seu tratamento prejudicando, por exemplo, a filtração.
Escolha do manancial
Depois de fixadas as
necessidades de vazão, através do estudo da população e da percentagem a ser
abastecida, passam-se a estudar possíveis mananciais.
Quando a região onde está
sendo implantado o sistema oferece condições para a exploração do lençol profundo,
e os mananciais de superfície são inadequados pela má qualidade ou pequena
quantidade de água, a solução mais econômica torna-se evidente.
Analogamente evidencia-se a
solução mais econômica quando os mananciais de superfície são satisfatórios, e
não há possibilidade de aproveitamento do lençol profundo.
Há necessidade de uma
comparação entre as duas soluções, quando tecnicamente ambas forem viáveis.
Para aproveitamento do lençol
profundo, deve-se conhecer as características geológicas da região e fazer
ensaios de bombeamento.
Uma vistoria detalhada na
região deve ser efetuada. Moradores no local podem auxiliar o Engenheiro,
indicando os cursos de água, quando estes não estão registrados nos mapas. Em
se tratando de pequenos cursos d'água, normalmente não há registros de vazão.
Quando a vazão necessária for
pequena, o Engenheiro poderá verificar facilmente se o manancial tem ou não
capacidade para atender a demanda. Um sistema de medição volumétrico, ou
através de vertedores de madeira, permitirá após alguns meses, avaliar a
capacidade do manancial. Um estudo das variações de nível de água deve ser
feito para orientar no projeto de captação.
Face ao número de mananciais
adequados disponíveis, pode-se tornar necessário um estudo mais detalhado para selecionar
aquele que oferece melhores condições técnicas e econômicas.
Alguns parâmetros utilizados
na comparação entre as alternativas são:
·Vazões disponíveis;
·Níveis d'água;
·Diferença de cota entre o manancial e o centro de
consumo;
·Distância até o centro de consumo;
·Facilidade de acesso;
·Traçado mais fácil da canalização de adução;
·Condições do terreno da fundação;
·Energia elétrica próxima;
·Custos do terreno
·Qualidade das águas;
·Condições da bacia hidrográfica contribuinte, tendo em
vista os tipos de captação e
proteção contra poluição.
Muitas vezes uma simples
análise qualitativa permite a escolha do manancial. Outras vezes consegue-se
selecionar o manancial, mas o local onde será construída a tomada exige um
estudo mais detalhado, comparando-se os custos das possíveis alternativas.
-Local de captação
No estudo de um manancial
para fornecer água potável a uma cidade, impõe-se a escolha do local de
captação, justamente aquele que proporciona a solução mais conveniente.
Essa tarefa é relativamente
fácil, em certos casos, e trabalhosa, em outros. Nos casos mais complexos,
fazem-se indispensáveis, para os prováveis locais de aproveitamento dos
mananciais em cotejo, análises de água, medições de descarga, dados
pluviométricos, pesquisas geológicas, levantamentos topográficos, etc.
As análises físicas, químicas
e bacteriológicas, em complementação às investigações de campo, indicam a
necessidade ou não de tratamento e, se for o caso, a modalidade deste.
Não rara às vezes, o
tratamento só pode ficar definido através de análises periódicas, como em se
tratando de rios cujo grau de turbidez é função das estações, acentuando-se nos
períodos chuvosos.
ØLocal de captação da água de fonte
As águas das fontes de
encostas são geralmente aproveitadas no local de afloramento, uma vez que nele,
via de regra, além de possuírem melhores características, cota mais elevada e
maior volume, podem ser protegidas de modo mais fácil que em qualquer ponto a
jusante.
A água quando é captada no
ponto de afloramento, pode dispensar qualquer tratamento, desde que seja
potável. Todavia, se for captada ajusante, o tratamento impõe-se pelo menos
como medida de segurança, j á que, ao se escoar pelo terreno, essa mesma água
fica sujeita ao perigo potencial de poluição.
Ao afastar-se do ponto de
afloramento, a água das fontes vai escassando radiativamente, em consequência
da infiltração no terreno e da evaporação embora essas perdas nem sempre sejam
acentuadas.
Se o afastamento da captação
ultrapassar determinado limite, então o suprimento forçosamente será feito por
recalque, o que representa uma desvantagem para o abastecimento.
No ponto de afloramento, com
uma simples caixa de tomada e o isolamento de uma pequena área de terreno,
consegue-se proteger a água entra eventual poluição, o que já não é possível a
jusante.
ØLocal de captação de um curso d'água
Para aproveitamento dos
cursos d'água, as apreciações sobre o ponto de captação diferem em função,
sobretudo, da grandeza da descarga.
Quando uma comunidade se
encontra próxima do mar, justamente na desembocadura de um curso d'água, o
aproveitamento deste, seja qual for o seu volume, para abastecê-la, só poderá
ser feito bem a montante, onde a ação da maré não se faça mais sentir no que se
refere à presença da salinidade.
Frequentemente, os cursos de
água no ponto de captação, acham-se localizados em cota inferior à cidade; por
isso, as obras de tomada estão quase sempre associadas às instalações de
bombeamento.
Qualquer projeto de captação
deverá ser precedido de uma criteriosa inspeção local, para exame visual prévio
das possibilidades de implantação de obras na área escolhida.
Na falta de dados
hidrológicos, devem ser investigados, cuidadosamente, nessa ocasião, todos os
elementos que digam respeito às oscilações do nível de água entre períodos de
estiagem ou de cheia e por ocasião das precipitações torrenciais, apoiando-se
em informações de pessoas conhecedoras da região.
Quando não se conhecem os
dados sobre as vazões médias e mínimas do rio, torna-se necessário a
programação de um trabalho de medições diretas.
Deverá ser investigado,
também, na inspeção local, se não existem nas proximidades possíveis focos de contaminação
e, igualmente se a geologia ou a natureza do solo na região atravessada pelo
rio favorece a presença de areia em suspensão na água. Serão colhidas amostras
da água para exames de laboratório, completando os que já tinham sido
realizados.
A escolha preliminar do tipo
de tomada poderá resultar dessa inspeção de reconhecimento com base nas
informações que foram colhidas.
As obras de captação de um
rio deverão ser implantadas de preferência em trechos retilíneos do mesmo ou,
quando em curva, junto à sua curvatura externa (margem côncava), onde as
velocidades da água são maiores. Evitam-se, assim, os bancos de areia que
poderiam obstruir as entradas de água. Nessa margem côncava as profundidades
são sempre maiores e poderão oferecer melhor submersão da entrada da água.
É importante estabelecer, com
bastante cuidado, as cotas altimétricas de todas as partes constitutivas das
obras de captação, não perdendo de vista que deverá haver entrada permanente de
água para o sistema mesmo nas maiores estiagens; os conjuntos moto-bomba
deverão ficar sempre ao abrigo das maiores enchentes previstas; a distância
entre a bomba e o nível de água mínimo previsto no rio, não deverá ultrapassar
a capacidade de sucção do equipamento para as condições locais.
ØLocal de captação das águas de infiltração dos rios
Quando a captação de um
manancial de superfície implica no emprego de filtração rápida, justifica-se,
em certos casos, a tentativa de aproveitamento da água depois de infiltrada no
terreno, para que se faz uso de poços rasos ou galerias, visando-se à economia
do abastecimento de água, com a dispensa de tratamento.
O local para escavação dos poços ou construção
das galerias fica a depender, sobretudo, das características das primeiras
camadas do solo, que são ideais quando se trata de areia grossa ou de areia
misturada com pedregulho, devido ao elevado grau de permeabilidade desses
materiais.
ØLocal de captação dos lençóis subterrâneos
A escolha do local de
captação de um lençol subterrâneo fica condicionada à comprovação da existência
desse mesmo lençol, para o que se lança mão da prospecção geofísica e da
orientação geológica, esta apenas para os lençóis freáticos.
Para facilitar a localização
da água subterrânea, recomenda-se observar :
oAs condições superficiais do solo, pois podem sugerir
locais com maior
possibilidade para o encontro do lençol freático;
oOs vales, pois a maioria deles possui água
subterrânea;
oQuanto mais baixo for o ponto escolhido para abertura
de um poço, maiores serão as possibilidades de ser encontrada água subterrânea;
oNo aproveitamento de um lençol freático, a vazão de
que é capaz um poço é tanto maior quanto mais próximo do seu fundo estiver a
camada impermeável. ___________________________________________________________________________
Assista a esse vídeo sobre o Sistema de Captação de Água da Chuva, desenvolvido pelo Ecocentro IPEC em Pirenópolis, Goiás, Brasil.